A profissão da nossa Fé
e da nossa Esperança,
praticada pelo AmoR
Fé contra poder:
Através
da ciência e da indústria tudo é possível mas às custas dos recursos naturais
¨Nenhum projeto será irrealizável para eles¨ (Gn11,7) : Saber é poder.
Os poderosos abusam seu poder à custa
dos pobres, que é uma massa danada, que
pode sumir.
Na igreja manda a hierarquia, a ¨santa dominação¨ pela lei, domina a consciência da gente com a doutrina.
A fé não tem poder, ela duvida,
questiona, pergunta, busca, transcende as realidades, admira as maravilhas
inexplicáveis pela ciência, se abre ao mistério de Deus que se revela pelos
profetas. A fé desloca montes, nada será impossível (Mt.17,20)
Esperança contra sucesso:
O
homem quer se realizar com a busca de sucesso na sua vida.¨
¨Sucesso não é o nome de Deus ¨(Martin Buber).
Quem espera, confia num Deus, que se revela a um povo na sua história, faz
aliança com eles como parceiro e promete um novo futuro.
O
reino de Deus sofre fracasso no mundo, como a semente, jogado na terra que
morre, mas dará muito fruto.
A
morte não é o final da história, mas o início da vida. ¨Quem estava morto, está
vivo pelos séculos dos séculos.¨ (Ap. 1,18).
O amor pratica a fé e a esperança
A fé sem a prática de amor fica morta (Tg
2,14). O amor crê tudo, espera tudo, não desaparece (1 Cor 13).
¨Quem ama
a sua vida, perde-a; e quem deixa se apegar a ela neste mundo guardá-la-á para
a vida eterna¨. (Jo 12,25). Mas o
amor passa pela justiça e verdade
I.1 Creio em um só
Deus...................................... 3
I.2 Deus Criador
................................................. 4
I.3 Os pais e mães................................................ 9
I.4 Javé Libertado e Salvador........................ 10
I.5 Deus fala pelos profetas............................
11
I.6 Deus,
Pai de Jesus e de vocês …...............12
I.7 Deus, o Pantokrator....................................13
II Creio no seu Filho
Unigênito.....................14
II.1
Os prefácios...................................................14
II. 2 Os Concílios..................................................15
II, 3. A
vida de Jesus...............................................17
Galileia...........................................................19
A caminhada para
Jerusalém..................21
Jerusalém.......................................................23
II.4 Por
nós crucificado.............................…26
II.
5 Jesus ressuscitou...........................................28
III Creio no Espírito Santo...............................31
III 1 Ruach de Deus................................................31
III 2 Profetas...........................................................32
III 3 Jesus e a Espírita Santa................................32
IV Creio na igreja...............................................33
IV1 Igrejas na história......................................33
IV 2 Mistério trinitária.........................................35
V Professo um só batismo....................................36
VI Espero a ressurreição.....................................38
VII Adoramos a Trindade...................................40
Símbolo dos
Apóstolos:
I
Creio em Deus, Pai todo-poderoso,
Criador
do céu e da terra.
II
E em Jesus Cristo, seu único filho, nosso Senhor.
Que
foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
Nasceu da virgem Maria:
Padeceu
sob Pôncio Pilatos,
Foi crucificado, morto e sepultado.
Desceu a mansão dos mortos:
Ressuscitou ao terceiro dia:
Subiu aos céus, está sentado
A direita de Deus, Pai todo-poderoso,
Donde há de vir e julgar os vivos e os mortos.
III Creio no Espírito Santo;
IV
Na Santa Igreja católica;
V
Na comunhão dos Santos,
Na
remissão dos pecados,
VI
Na ressurreição da carne,
na
vida eterna, Amem
Os Símbolos professam: ¨Creio em Deus, Pai, o todo- poderoso¨.
No NT nunca
aparece um Pai todo-poderoso só 2 Cor. 6,18, como citação do AT, mas nove vezes na liturgia do Apocalipse com
o Título: Pantokrator: o dominador do universo. Ele está ao lado do Cordeiro,
vítima dos poderosos do mundo, porém vive.
Os símbolos da fé dizem: Creio em Deus,
Pai, Pantokrator
O Símbolo Niceno-Constantinopolitano
325 e381:
I Creio em
um só Deus, Pai todo poderoso,
Criador do
céu e da terra
e de todas
as coisas, visíveis e invisíveis.
Niceno:
II Creio em
um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho
unigênito de Deus,
Nascido do
Pai antes de todos os séculos,
Deus de
Deus, Luz da Luz,
Deus
verdadeiro de Deus verdadeiro:
Gerado, não
criado, substancial ai Pai.
por ele
todas as coisas foram feitas
e por nós,
homens, e para a nossa salvação
desceu dos
céus e se encarnou pelo Espírito Santo
no seio da
virgem Maria e se fez homem.
Constantinople
Também por
nós foi crucificado
sob Póncio Pilatos; padeceu e foi
sepultado.
Ressuscitou
ao terceiro dia, conforme as Escrituras,
E subiu aos
céus , onde está sentado à direita do Pai.
E do novo há
de vir, em sua glória,
para julgar os
vivos e os mortos;
e o seu
reino não terá fim.
III Creio no
Espírito Santo, Senhor que dá a vida
e procede do
Pai e do Filho
e com o Pai
e o Filho é adorado e glorificado,
ele que
falou pelos profetas.
IV Creio na igreja, uma, santa, católica e
apostólica.
V “Professo
um só batismo para o perdão dos pecados”,
VI E espero
a ressurreição dos mortos
e a vida do
mundo que há de vir. Amem.
I.1 Creio em
um só Deus
Os
muitos Deuses:
No Oriente cada povo com a sua cultura
tinha seu Deus como na Mesopotâmia, no
Egito, na Canaã. O Deus tinha ajudar à gente, quando não podia superar as
dificuldades
Em
Canaã haviam o Baal e a Ashera, deuses da fertilidade. Os Israelitas não
conseguiram extinguir estes ídolos.
No
Salmo 82 se diz:
¨Deus
levantou-se no meio dos deuses,,, fazei justiça ao infeliz¨
Os Deuses dos
Gregos: Na
religião popular dos Gregos tinha o Olímpio, onde moram os deuses, que comem,
amam, odeiam fazem guerras A filosofia de Platão e Aristóteles ensinou um só
Deus eterno e poderoso, auto-suficiente. Este Deus está fora da história, é
transcendente
No Império
Romano: As divindades mais importantes são Jupiter e Mars. Mars é o deus da guerra e
da agricultura. A divindade exige a justiça, uma ordem estabelecida no mundo,
perdoar é impossível, isto repudiaria a justiça divina, O imperador representa Deus.
Um só
Deus
A crença em um só Deus é comum
entre Judeus, Cristãos e Muçulmanos.
Falamos das religiões abraâmicas.
Javé
de Israel é o soberano de todos os deuses, a quem deve escutar como no S 95. Na primeira palavra da aliança Javé adverte:
Eu sou Javé, seu Deus, não tenha outros deuses diante de mim. O pecado de
Israel consiste em adorar o deus de
Canaã, o Baal ao lado de Javé.
Ler: Salmo 82
Javé
é UM
O
rei Josias (640-609) inaugurou uma reforma em Judá e deixou demolir todos os
ídolos do Baal, Jerusalém com o templo será o único lugar onde mora Javé.
Naquele tempo foi encontrado o livro Deuteronômio: Lá Javé é UM, quer dizer
inteiro que não pode ser partilhado com outros deuses, que ama seu povo com
ciúme e quer um amor inteiro de todo o coração (Dt 6,4).
O
único Deus a partir do Exílio
No exílio os judeus foram
confrontados com os deuses de Babilônia que parecem mais poderosos do que Javé.
O II Isaias destaca que Javé é o único Deus, que é criador do universo, não um
deus nacional. Os outros deuses dos Babilônios são um nada. “Sou eu, sou eu que
sou Javé, fora de mim não há salvador¨. (Is. 43,11) Por isso os sacerdotes em
Babilônia e as comunidades judaicas na diáspora falam agora de Deus (
universal) em vez de Javé (nacional). A Septuaginta no tempo dos Gregos
traduzirá o nome Javé por “Pantokrator”, Senhor.
Ler:
Is 45,18-25
Hoje em dia:
Existe um só Deus ou existem muitos
Deuses?
Panteísmo: Deus é uma força divina,
ele está em tudo.
Ateísmo: Para os ateus não existe um
Deus.
Indiferentismo na secularização Deus sim, Deus não,
tanto faz (Ml 3,14)
Nós
somos dominados pelo capitalismo, só vale o dinheiro. Tudo é secular, profano.
¨Não podeis servir a Deus e ao “Mamom” quer
dizer ao dinheiro¨ (Lc. 16,13;).
I. 2 Deus criador:
de todas as coisas, visíveis e invisíveis.
No Platonismo o mundo é
penetrado e repleto pela divindade, Platão: Deus criou o universo a partir das
ideias preexistentes. Precisa deixar o mundo, a matéria, a história e progredir
às ideias eternas.
Na Gnose se acredita que o mundo é
penetrado pelo mal, por isso não pode ser criado por um Deus perfeito, Deus se
serviu de um demiurgo, um mestre da obra, um arquiteto para a criação. A
salvação perfeita é o conhecimento da grandeza
inefável, do além, do invisível.
O hino na carta aos
Colossenses (1,16) diz: ¨Tudo foi criado nos céus e na terra, tanto os seres
visíveis como os invisíveis, Tronos e Soberanias, Autoridades e Poderes¨.
a) A criação na tradição profética (D)
Nesta narrativa o autor nos enfrenta com o ambiente rural, o campo, também o deserto, são tempos remotos. Os agricultores se perguntam: Tinha sempre miséria?
Deus modelou o ser humano (Adão) do humo, um barro vermelho, e insuflou nas suas narinas o hálito da vida, Depois colocou o ser humano num jardim para cultivar o solo e o guardar. Se comer da arvore da vida e do conhecimento, a morte está marcada. O ser humano (Adão) tem liberdade, o mais precioso dom de Deus.
Adão não encontrou
uma ajuda adequada. Deus tomou uma costela e formou a mulher. O homem exclamou:
¨Ela se chamará: humana (ischa )pois do humano (isch)
foi tirada¨.
A queda da humanidade:
Aparece a serpente, astuta
mentindo, A grande tentação: ser independente, soberano, ser como deuses. “Deus
vos disse realmente: não comereis de todas as arvores? Sereis como deuses,
possuindo o conhecimento, do que seja bom ou mau”. No Antigo Oriente a serpente
é potência de fertilidade ou força política (Egito). A serpente (masculino) que
ataca a gente é símbolo do estado, do rei como caçador, que tira o produto do
pequeno agricultor.
A mulher, mais experta do que
o homem, viu a arvore: boa de comer, sedutora de se olhar, preciosa para agir
com clarividência... Depois reconhecem que estavam nus: quer dizer reconhecem
sua fraqueza, debilidade, caducidade, que vão morrer.
Aqui não se fala de pecado,
nem de pecado original, mas da queda.
Padres da igreja como Irineu e
Maximo explicam assim: Adão foi como uma criança, colocado no paraíso, a fim de
que pudesse crescer e se tornar adulto exercitando a própria liberdade. Mas ele
foi enganado e agiu erradamente, aplicou erradamente a liberdade. Desde o
princípio a criação se encontra em estado de mortalidade e espera a chegada do
homem para superar a morte.
(Joannis Zizioulas: A criação como Eucaristia).
Caim e Abel: O primeiro pecado
Conta-se
um mito, uma novela ou uma lenda, que interpreta a práxis social da lei da
vingança de sangue (uma preventiva fundamental do delito e não só castigo). Era
preciso procurar uma “origem” divina para esta lei, por isso é Javé quem a
institui (Gn 4,15): se alguém matar Caim, será punido sete vezes.
Caim, o agricultor, Abel: o pastor
semi-nômado, mais fraco do que o agricultor. Caim com o rosto abatido, o pecado
está pronto a saltar sobre o transeunte. “Mas tu, domina- o.” O irmão mais
forte, mais velho, mata o irmão mais fraco, mais novo. O fratricídio vai se
repetir durante toda a história. Mas Javé procura também Caim e protege-o.
Ler:
(Gn 2,4 -4,26;)
b) A Criação na fonte
sacerdotal (S)
A elite de Jerusalém, entre ela os sacerdotes,
se encontra no Império Babilônico 587 a.C. num ambiente
urbano com os templos e Deuses deles: Marduk, que luta contra as potências
da morte, chamado Tiamat. A elite, os sacerdotes, veem os grandes edifícios, os
templos, - construções dos homens: ¨Agora, nada do que projetarem fazer lhes
será inacessível¨ (Gn 11,6).
Em contraposição os sacerdotes colocam o que
Deus criou: um templo não feito pelos homens. Após a volta a elite começou a
reconstruir o templo, o Terceiro Isaias se opõe a este projeto: como construir
um templo? O céu é seu trono e a terra é
escabelo dos pés e a terras terá um esposo (Is 66)
Aqui
a criação é efeito da palavra de Deus, dez vezes se fala: “Deus disse: que a
luz seja! E a luz veio a ser¨...A criação se desenvolve. Diferente é a criação
do ser humano: ¨Deus disse: Façamos o ser humano à nossa imagem. Deus criou o ser humano macho
e fêmea. Este escrito sacerdotal faz
surgir os seres e a vida dentro do quadro litúrgico da semana (TEB). O Sábado é
o grande sinal da aliança.
A benção dos seres humanos foi
sempre mal interpretada na tradição do Ocidente, parecia uma ordem de dominar e
explorar a criação até a sua destruição. Assim ensinou Francis Bacon (1623
d.C.) , chamado profeta da era industrial,
a elite britânica: que a terra não é uma mãe que dá vida a quem nós
devemos respeito como em várias religiões mas a natureza serve a ser submetida
e explorada.
Porém:
a benção se dirige às pessoas exiladas em Babilônia sem esperança, sem futuro: Reproduzi - vos! Não ficar estéril no
cativeiro Is. 54,1-10). Multiplicai –
vos! O medo dos exilados, não ter herdeiros e com isso perder a história. Povoai
a terra! Agora são desapossados, fora da terra de Israel. Submetei! Agora eles
são escravizados em Babilônia, porém vão ganhar liberdade. Dominai! Não mais
ser dominados, mas donos da terra.
As bênçãos se repetem sobre Noé
saindo da arca (Gn 8,17 e 9,1), sobre Ismael (Gn 17,20), Jacó (Gn 28, 1-4) e
José (Gn 47, 27). Ler: Gn 1, 1-2,4a
O Dilúvio (Gn 6)
O
que Deus havia feito era muito bom fora do segundo dia. Homens e animais viviam
em paz, nada de uma tentação ou maldade. Ficaria sempre assim?
Não: Deus viu que a maldade da humanidade se
multiplicava na terra. Tudo corrompido. “O fim de toda a carne veio diante de
mim¨ (Gn 6,13). Pois, por causa dos homens, a terra está repleta de violência e
eu vou destruí-los junto com a terra”.
O relator usa um mito oriental: O Deus ENLIL
quer destruir tudo, por isso “Vou destruí-los”. EA, o Deus da sabedoria, exige
discernimento entre bom e mau, pois Noé é justo. Finalmente NINTU, a dona do
nascimento, quer guardar a vida: por isso “nunca mais”...
Noé
Lembrando que Adão foi criado
à semelhança de Deus em Noé os povos terão futuro. Adão representa a
humanidade, Noé vai representar os povos da terra. Ele foi um homem justo, Os justos salvam o
mundo.
A benção de Noé (cap. 9) não é mais a mesma como no cap. 1. A diferença é esta: “Sereis
causa de temor e de espanto para todos os animais da terra (9,2)”. Agora tem
violência, agora pode matar os animais que servirão de alimento. Mas não pode
matar um homem.
“Todavia, não comereis a carne com vida, isto
é seu sangue. E da mesma forma, do vosso sangue, que é a vossa própria vida,
pedirei contas a todo animal e pedirei contas ao homem: a cada um pedirei
contas pela vida do seu irmão. Quem derramar o sangue do homem, pelo homem verá
derramado o seu sangue; “Pois à sua
imagem Deus fez o homem.” (Gn 9,4-6)
Deus estabelece uma aliança com Noé para sempre, independente do homem.
É uma aliança com toda a criatura (9,12). Como sinal ele vai colocar o arco (da
guerra) nas nuvens, Deus não fará guerra.
Estes preceitos precedem a Torá no Sinai. Para
os judeus existem três grandes pecados: idolatria, imoralidade e derramar
sangue. Mais tarde se junta a blasfêmia e o roubo. Mais tarde acrescentam:
buscar o direito e não comer membros de um animal vivo (proteção dos animais).
Aqui temos o fundamento para os direitos dos povos da terra, uma lei universal.
A torre de Babel (Gn 11)
Um texto do Jahvista: Mas contando a
construção da torre de Babel todos falam a mesma língua. Na Babilônia se
construíram Templos, torres com andares, chamadas “Zigurates”. Eles garantiam a
unidade da humanidade por um imperialismo político – religioso. Deus confundiu
a língua de toda a terra e dispersou os homens sobre toda a terra.
Descrevendo uma torre inacabada,
dispersando os seus construtores e ironizando o nome poderoso de Babel, babal
significa: confundir. O texto é a recusa de uma cultura e de um império que
destruiu o templo de Jerusalém e exilou a elite para Babel. (Jr 50,28-29).
c) Quem é o ser humano?
¨ Quase um deus o fizeste:
Tu o fazes
reinar sobre as obras de tuas mãos:
Tudo submeteste a seus pés.¨
Ler:
Salmo 8,
A criação foi entregues a ser humano para a guardar.
A fé no Criador fica morta, se nós não guardarmos a criação!
A liberdade d ser humano:
Desde Agostinho até
Descartes o ser humano é definido como um ser inteligente com razão. Descartes
dizia: penso, por isso existo. Porém, o animal também tem inteligência, pode
aprender. A razão não faz a grande diferença entre ser humano e animal.
A diferença
do ser humano do animal é a sua liberdade, na qual ele é semelhante a Deus.
Liberdade não só significa escolher entre o bem e o mal, significa criar como
um artista a cultura. O criador nos criou criadores. Mas seremos capazes, ser semelhantes a ele?
Podemos usar a liberdade como Deus a usa?
Na tentativa ou tentação experimentamos a liberdade.
Adão tentou, mas caiu, hoje em dia não falamos do pecado original, mas da queda
de Adão e da toda humanidade. Tentamos e sempre caímos, somos criatura, fraca,
nu.
Padres da igreja
como Irineu e Máximo falaram: Adão foi como uma criança, colocado no paraíso, a
fim de que pudesse crescer e se tornar adulto exercitando a própria liberdade.
Mas ele foi enganado e agiu erradamente, aplicou erradamente a liberdade. Desde
o princípio a criação se encontra em estado de mortalidade e espera a chegada
de um homem para puder superar a morte. A queda de Adão não conseguiu superar a
morte (Gn 2, 8 - 3,7)
(Joannis Zizioulas: A
criação como Eucaristia).
d) A evolução na ciência moderna:
Faz 13,7 bilhões de anos que tinha um Big
Bang, quando começou espaço e tempo e matéria, faz 4 bilhões de anos quando
surgiu o nosso sol, faz 800 milhões de
anos quando começou vida na água, 300 milhões de anos plantas e animais na
terra, faz 1milhão de anos o homem
erigido começa.
O Vaticano aceitou a teoria da evolução, só
define que Deus criou a alma do ser humano.
No surgimento do ser humano
não tem um momento decisivo da criação. O chimpanzé tem quase o mesmo cérebro
do homem. O ser humano se desenvolve passo a passo, formando a linguagem, o contato social (mãe – filho) o suporte do
fraco, o descobrir do outro até de Deus, ate se sentir parte da criação que
pode adorar o criador.
Nesta evolução o Deus da Bíblia sempre
intervém protegendo o fraco e lutando até contra o caos através da mãe Espírita
Santa.
e)
Cultivar e guardar o solo
Na
tradição crista se fala amar a Deus, ao próximo como a si mesmo (correto: ele é
como tu). O Papa Francisco fala de três relações, na terceira relação ¨da terra¨, (Laudato si 66).
A
existência humana se baseia
sobre
três relações fundamentais:
as relações com Deus, com o próximo
e com a terra.
A mãe terra foi confiada a humanidade. Devemos
respeitar a criação que Deus nos confiou. A criação não é um mero objeto da
exploração, é um sujeito. Os três jovens na fornalha cantam: ¨Obras todas do Senhor, bendizei o Senhor¨
Ler: Dn 3,57-90 e S 148.
No Salmo 148 as obras têm voz e falam como os
homens. A natureza também se defende, se o ser humano a machuca. Será um pecado
violar a terra.
¨Dos céus, louvai o Senhor, louvai-o sol e lua
Da terra, louvai o Senhor... louvai-o,
fogo,arvores, animais..(S 148)
Hoje em dia com a tecnologia,
com armas sofisticadas, manipulação dos genes, veneno, Internet, conquista do
espaço podemos destruir ou construir a criação.
Que
tristeza: A natureza fala
E o gênero humano não a ouve. !
(Victor Hugo)
Uma ecologia sustentável:
Eco-logia
é uma palavra grega: Eco = oikos = casa, logia é o estudo sobre a casa global,
a natureza.
Eco-nomia é o planejamento dos gastos da casa ou do
estado ou do mundo.
Um guarda
florestal alemão no século passado criou a palavra sustentável (em inglês
sustainable). Ele quis dizer: você só pode tirar tantas árvores da floresta
quantas nascem de novo.
Uma economia
sustentável significa: só podemos gastar de nosso planeta tanto quanto à
natureza reproduz. Os dados dos cientistas constatam no ano 2013: a humanidade
já gasta um e meio dos recursos naturais. Deixamos uma catástrofe para a futura
geração.
Mudança da estrutura agrária
O agronegócio segue o modelo
industrial especializando se: monocultura, tecnologia, máquinas possantes,
fertilizantes, agrotóxicos, organismos geneticamente modificados (OGM), o mesmo
acontece na produção da carne. Este agronegócio consome 70 % da água doce. CF 2011 p.35
O ano 2008 foi um ano de recordes: no mundo se
recolheu 2,3bilhões de cereais, mas só 47 % serviram para a alimentação humana,
o resto para a produção de carne,
biodiesel e indústria. Por quê a indústria da agricultura conduz a fome
de 1 bilhão de fomentes e um bilhão de
pessoas com excesso de peso?
Encíclica do Papa (I,5) Desigualdade
planetária:
Os
efeitos mais graves de todas as agressões ambientais recaem sobre as pessoas
mais pobres. (48)
O final da
revolução verde
As
dificuldades desta revolução foram as seguintes: Todo ano precisava comprar
novas sementes. Precisava bombas de água para irrigação, adubo, pesticidas
contra bactérias, pragas. E o saber, como fazer tudo.
Os
pobres não podiam participar da revolução verde, custo das bombas, adubo que
está finito, combustível, pesticidas. E o solo começou fracassar. O pequeno
agricultor bebe as pesticidas, Ao ano por ano suicidam-se 20 000 pessoas.
¨Digamos não
a uma economia de exclusão e desigualdade,
Onde o
dinheiro reina em Vaz de servir.
Esta
economia mata. Esta economia exclui,.
Esta economia
destrói a Mãe terra
Papa Francisco em Santa Cruz 2015
16 de setembro: defesa da terra, água e
ar
Terra
Crescimento da população mundial:
A partir de 1987 com 5 bilhões segue um ritmo de 12 anos.
Hoje2015 vivem 8 bilhões de pessoas no mundo.
Quase um bilhão dos habitantes passa fome.
70 anos atrás viviam 70 % da população
no campo, hoje só 15 %. O pequeno agricultor não poder sobreviver.
Perda da Biodiversidade
Vandana Shiva
da Índia falou sobre as conseqüências da chamada Revolução Verde, imposta pelo
governo dos Estados Unidos, na década de 1960, a toda a sua área de influência.
Hoje vivemos no mundo inteiro de 15
plantas que fornecem 90 % da energia, arroz 26 %, trigo 23 %, batata 2 %. Desde 1960 desaparecerem 90 % variedades do
trigo, 70% do arroz, 60 %, do milho.
Metade dos vertebrados da Terra – entre eles aves, répteis,
anfíbios e peixes – desapareceram entre 1970 e 2010, de acordo com um estudo promovido
pelo grupo de conservação WWF, mundialmente conhecido como “Living World Study”
(“estudo do mundo vivo”, em tradução livre).
Terra
fértil:
O nosso globo fornece 11% do solo
para plantação (1,5 bilhão hectare). Desses 11% do solo o Brasil tem 16% terra
cultivável, apesar dessa riqueza existe bastante água no Brasil. África e Índia
têm a menor parte de terra fértil. O Brasil pode triplicar a terra fértil sem
desmatamento da Amazônia.
►Entre
agosto de 2002 e agosto de 2003 quase 24 000km² de floresta amazônica foram
desmatados. Em 2004 a área desmatada
chegou a 26130km² 78% da área desmatada
são utilizadas pela agropecuária.
Nós queimamos por dia tanto
petróleo, carvão e gás quanto a natureza produz em 500 anos.
A globalização,
imposto de cima,
jogou sombras
sobre este globo.
A
terra não pertence àqueles que lá trabalham .
O
ar deixou as estrelas cegas.
Os
peixes não mais respiram nos rios e lagos.
As
árvores não abrigam ninhos aos pássaros,
Nas
florestas só sobram troncos sem frutos.
( Walter Solón Romero 1997)
Dá
bastante para todo
se
nós combatemos a fome e não a natureza
(Felix zu Löwenstein)
Água
Até 2100 o mar subirá 0,60 m por causa do aquecimento.
Com o
derretimento das geleiras polares, subirá o nível do mar causando inundações,
colocando em risco a vida humana e muitas cidades costeiras que desaparecerão
da terra.
- 97 % da água é
salgada, dos 3,0 % da água doce 0,75 será acessível, dessa quantia 60 %
concentrada em 9 países, enquanto 80 países sofreram falta de água.
- Até 2020, 250
milhões de pessoas poderão ser expostos à falta de água; (desastre)
- E em alguns
países, a produção alimentícia cairá pela metade.
Ar,
atmosfera
Mudanças climáticas:
A emissão do gás carbônico CO
² aumentou de 1990 a 2013 61% e
permanece na atmosfera durante séculos segurando o calor que a terra reflete.
97% dos cientistas verificam esta mudança do clima, fora da elite riquíssima
nos EUA.
(Naomi Klein: A decisão,
Kapitalismus vs. Klima, Fischer 2. Auflage 2015 ¨This
change Every thing New York 2014)
Previsão até 2050: aumento de
temperatura 3 graus. Catástrofes que
aconteciam antigamente cada 500 anos, hoje podem acontecer cada 10 ou 15 anos
Efeito
estufa:.
No fim 2100 o pólo norte
ficará sem gelo. 2 m por hora as geleiras derretem no mar, o nível do mar
subirá 1 m. A água doce estará ameaçada pela água salgada dos oceanos. O calor
dos mares aumentará também, sobe o CO2, a água fica ácida, os seres vivos
morrem.
A radiação solar atravessa a
atmosfera, a maior parte absorvida na terra aquecendo-a, uma parte refletida
pela terra, outra parte não regressa ao espaço, pois é absorvida pela camada de
gases de efeito estufa, que aquece a superfície da terra e a atmosfera.
A partir de 1750 aumentou o CO2 em
torno de 40 %, o metano CH4 cresceu 150 %.
As concentrações de dióxido de carbono CO2 aumentaram entre 1995 e 2005 em um ritmo mais
acelerado do que entre 1960 e 1995, a maior parte provém da queimada de
combustíveis fósseis. O gás metano CH4 é gerado especialmente através dos
cultivos agrícolas e na pecuária, mas também as grandes lagoas artificiais para
hidrelétricas produzem metano
Os dados oficiais da emissão de CO2
no Brasil apontam: 24 % das emissões desmatamento e queimadas. 40 % do Metano
(com o fator 23) largam as vacas, gás hilariante (com o fator 296), amoníaco.
50 % das emissões de gases de estufa no Brasil resultam de desmatamento no
Amazonas.
Lixo: O
mundo descartável:
¨A
num intenso depósito de lixo¨
Laudato si. 21
Vivemos num capitalismo
descartável: O motor deste sistema é o crescimento da produção à custa dos
recursos do planeta. A indústria investe
para aumentar a produção. Mas sem
propaganda não se vendem os produtos. O
consumidor se deixa seduzir e compra. Se o mercado está saturado, precisa
descartar o produto velho sem necessidade. Assim vivemos num mundo descartável
que produz lixo, um círculo vicioso.
Os
Causadores de poluição:
Os agentes
causadores da poluição: refinarias de petróleo, fábricas de papel e de produtos
químicos, fundições, veículos, queimadas de florestas e de lixo, monóxido de
carbono, oxido de nitrogênio, enxofre...
A utilização dos
materiais energéticos fósseis tem resultado num acréscimo de gás carbônico
(CO2) na atmosfera. Automóveis e usinas contribuem com 75 %. As árvores
funcionam como um depósito de CO2.
O tempo que a mãe terra leva para digerir o que jogamos fora:
Cigarro e chicletes até 05
anos,
Fraldas descartáveis 450 anos
Tampinhas,
Alumínios, Plásticos e Pilhas de 100 a 500 anos,
Pneus e Vidro
têm tempo indeterminado.
Resíduos nucleares: não
existe cemitério no mundo,
1.3 O Deus
dos pais e mães
Alianças
certas: De olho nos povos 17, 1 – 27
Abraão
e Sara
No cap. 15 Abrão teve
confiança em Javé foi o tempo das
¨Falas de Moisés¨. a Ismael “Pai de um povo”. No cap. 17 Abraão “será pai de
multidão de nações” (v.4). Sara será mãe para nações com Isaac (v.16).
Os
“Creios históricos“
(Dt. 6,20-28 e 26,5-11) só falam : ¨Meu pai era um arameu errante (Abrão e as
tribos de Jacó),Ele desceu ao Egito, onde viveu como migrante...Mas os Egípcios
nos maltraram...Então clamamos a Javé.. Javé nos fez sair do Egito para nos fazer entrar na terra que prometeu¨,
Os Creios não falam nada do
Sinai nem dos “Dez Palavras” nem de Moisés.
Deus se apresenta como “el Shaday”,
a LXX traduz ”todo poderoso- pantokrator”, correto seria: “Deus das montanhas” ou “Deus
de meus campos”. Ele diz a Abraão: “Anda diante de mim e sê íntegro”, um
apelo ético. “Estabelecerei minha aliança entre mim e ti e, depois de ti, as
gerações que descenderão de ti” (17,7). Muda de nome Abrão para Abraão: <pai
de uma multidão>. Muda do nome Sarai em Sara <princesa>, Deus a
abençoará (17,15).
Abraão
quer sacrificar Isaac: 22, 1-19
Era comum
nos povos vizinhos e em Israel/Judá oferecer os próprios filhos e filhas para
acalmar a ira de Deus ou para ganhar uma vitória, Jefté sacrificou sua própria
filha (Jz 11,34), o filho de David morre como castigo
do pecado de David (2 Sm 11–12), Acaz no tempo do profeta Isaias imitou os reis de Israel, chegando a
sacrificar seu filho na fogueira, “segundo os detestáveis costumes das nações”
(2 Rs 16, 3-4). Jeremija critica a queimada dos próprios filhos no Tafet (Jr
7,30-31) Josias profanou o Tofet (2 Rs 23,10) para que a ninguém mais fosse
possível passar seu filho ou filha pelo fogo em honra de Môlek, o deus dos
amonitas. Veja Lv 18, 21; Dt 12,31;
EL e Javé se confrontam. “Deus pôs Abraão à prova”: No
livro Jó é Satanás que coloca à prova. A
carta do Tiago diz ”Deus a ninguém tenta” (1,12-14).
Javé não tenta ninguém, ele sempre vem em socorro dos pequenos. Mas aqui Deus/EL
tenta, um deus poderoso. Intervenção do anjo de Javé: “Não estenda a
mão contra teu filho, nem lhe faças nada” (22,12). Javé também fala ao
adversário: “Não estenda a mão contra meu servo é Satanás No
monte Moria ¨Javé vê¨ (22,14).
Sempre na
história os poderosos sacrificaram os pequenos em nome de uma autoridade
superior, Os sacerdotes sacrificaram o
próprio Filho de Deus
Jacó e Raquel, mãe de
Israel: Gn 28,10-35,29
A promessa de Javé:
“Eu estou contigo e te guardarei em toda a parte aonde fores e te farei voltar
para esta terra, pois não te abandonarei até eu ter cumprido tudo o que te
disse” 28,15. Com esta promessa ele serve durante 14 anos Laban, agora enganado
por seu tio, para finalmente conquistar a mulher amada Raquel,
Na volta, a oração dele 32,10-14, em Penuel
32,23-33: um homem rolou com ele no pó ate o romper da aurora. Na benção Jacó
recebe o nome Israel que significa que Deus se mostrou forte “pois lutaste com
Deus e com os homens e venceste” (32,29). “Eu vi Deus face a face, e a minha
vida foi salva”.
Jacó, que só sabia lutar, quer agora
encontrar graça nos olhos do irmão: “Eu vi a tua face como se vê a face de meu
deus” (33,10).
Nova benção em Bet-El: 35,9-13; um acréscimo
sacerdotal. Raquel, a mãe de Israel, “chora seus filhos” (Jr 31,15 e Mt
2,16-18) morre no parto de Ben-Oni, <filho de luto>, Jacó mudou o nome
dele em Ben- Jamin, <filho da direita>. Raquel foi enterrada em Bet-Lehem,
35,19.
A história de José Gn 37 – 50
A história de José é uma cativante “novela”, parece
ser uma simples “história da família”, mas quer mostrar a necessidade de uma
monarquia para salvar o povo. Por isso o conflito entre as tribos que querem
igualdade e José, que representa a futura monarquia (37,8).
I.4 Javé
desceu para libertar seu povo
Javé desce Jz 5,4: Dt 33, 2 e Sl 68, 8-11 falam: “Javé quando saístes
de Seir, quando partistes da estepe de Edom... Javé veio de Sinai.” É o Deus
que vai ao socorro de seus veneradores, que são ameaçados pela escravidão do
Egito e na região do deserto. É um Deus livre, espontâneo, solidário com o seu
povo.
A vocação de Moises:
Moises
levando o rebanho além do deserto chegou à montanha de Deus, ao Horéb na
tradição eloista (3,1), na tradição javista e sacerdotal no Sinai (Ex 19, 16-25).
Porque uma sarça está em chamas, mas não
se consome? (sar em hebraico também triste): Um Midrash fala: “ Moises
atormentava-se em seu coração: Os egípcios são capazes de exterminar os filhos
de Israel. E então chamou-o Deus de dentro da sarça.” .... “Mostrou-lhe as
imagens de uma sarça que não se consumia, como que a dizer-lhe: Do mesmo modo
que o fogo não consome a sarça, os egípcios não poderão destruir o povo de
Israel.”
(Reflexões sobre a Torá),
Javé disse:
“Eu vi, enxerguei a opressão de meu povo no
Egito.
Eu ouvi, escutei-o clamar sob os golpes...
Eu conheço seus sofrimentos,
Desci, para liberta- lo da mão dos
egípcios”.
(Ex 3, 7 – 8)
O nome deste Deus é JHWH:
A expressão original do nome
pode ser uma exclamação: “JÁ-HU: O, ELE”.
O louvor a Deus: Halelu-Já! O Já é sufixo de Jave: O verbo hebraico não
significa um ser, antes um agir ou estar.
O nome no hebraico contem 4 consoantes: J H W H, precisa inserir os
vogais a,e: JaHWeH. A partir do IV século não se usava mais o nome Javé.
Uma antiga versão inseriu: e
o a JeHoWaH.
O nome Javé apareceu na península Sinai, lá Deus falou a Moisés: Ex
6,2: “Eu sou Javé, apareci a Abraão, a
Isaac e a Jacó como Deus EL-Shadai: Deus das montanhas e não Deus poderoso, mas
sob o meu nome Javé não me dei conhecer a eles.” (3,14-15).
A tradição sacerdotal (S): Nos
versículos 3,9-15 fala-se dos “filhos de
Israel”, indício da redação sacerdotal. “Eu sou Javé” é uma expressão
típica dos sacerdotes sem relação a Moises ou povo (Lv 19).
Moises disse a Deus: Quem sou
eu? Eu irei junto dos filhos de Israel, se me perguntam: Qual é o seu nome? Não
sabemos. A resposta: “Eu estarei como estarei” (3,14-15). Na água de Massá e
Meribá os filhos de Israel tinham colocado Javé à prova, dizendo: ”Javé está no
meio de nós?” (Ex 17,7). É a pergunta
dos filhos de Israel após a destruição de Jerusalém: como Ele agora estará
presente?
A saída, a aliança, a terra doada
A ação de Javé contem 3
passos: primeiro fazer sair os filhos de Israel (não o povo) do Egito; secundo
tomar eles como seu povo para ser Deus para eles; assim eles conhecerão “que
sou vosso Deus”, terceiro fazer eles, os
filhos de Israel, entrar na terra (6,6-8). “Eu sou Javé”.
1. A saida do Egito
A disputa com Faraó, as pragas (
4,18-11,10.) Liturgia da Páscoa, consagração dos primogênitos
(12,1-13,16).Passagem do mar, Maná, as águas de Massá e Meribá : Javé está no
meiode nós? (16,1,-17,7)
num intenso depósito de lixo¨
2. A aliança no Sinai ou Hore
Javé faz a aliança , ELE mesmo fala a
Moisés as dez palavras da aliança, que não são mandamentos ( 19,1- 20,21).
3. A terra prometida
Josué conduz as tribos passando o
Jordão para Canaã.
No livro dos Juízes as tribos organizam a convivência.
1.5 Javé fala pelos profetas
Moisés
e Eli-Jahu são os dois representantes dos profetas.
Moisés, o
grande profeta
“As falas de Moisés” (Dt 1, 1) marcam Moisés
como profeta que aprofunda a aliança que
Javé fez com o povo libertado no Horeb,
agora parceiro de Javé. Outros povos morreram, “enquanto vós, os partidários de
Javé, estais vivos ainda hoje” (Dt 4,4
TEB). “Javé falou convosco face a face” (Dt. 5,4), no Livro Êxodo ele só falou
com Moises (Ex 33,11).
Em
18,18; ele promete um profeta futuro como ele messmo.
Eli-Jahu ¨Meu
Deus é Jahvé¨
Ele
denuncia Israel que abandonou Javé: ¨Os filho de Israel abandonaram a tua
aliança¨( 1 Rs 18 e 19;).
Oseias
Oseias
declara: “Do Egito chamei meu filho. Eu
os atraia com vínculos humanos, com laços de amor. A minha compaixão se acende,
Muitas vezes a Bíblia fala da
misericórdia e compaixão (rahamim) de Javé. A palavra misericórdia ou compaixão
é derivada da palavra ventre, útero (r-h-m) da mulher ou da mãe. (Sl 103,13; Js
63,16; Ez 34,6; S 25,6; 116,3; Jr 31,20; Js 66,13;) Contra o ardor da
cólera (masculino) de Javé vencerá a sua
misericórdia( feminino).
Sou santo no meio de ti e não varão (isch,
masculino), não virei com furor.” O Santo inclui o masculino e feminino (Os.
11, 1-9;) O ser humano foi criado masculino e feminino.
Os traços paternais e maternais aparecem no
Dt. 32,18 “Negligenciaste o Rochedo que te gerou (masculino), Esqueceste o Deus
que te pôs no mundo (feminino).
Os discípulos de Isaias: “Desde muito eu permaneci inativo, não dizia
nada, me continha, Como mulher em dores de parto, eu gemo e sufoco” (Is
42,14) “Porventura a mulher esquece a sua
criança de peito? Eu, eu não te
esquecerei.” (Is 49,14-15)
“Ele os resgatou com amor e compaixão,
tomou-os e carregou-os em todos os dias do passado. Mas eles se revoltaram e
aborreceram seu santo espírito: “Onde estão, pois, o teu ciúme e a tua coragem,
a emoção das tuas entranhas? Acontecerá como a quem é confortado por sua mãe:
Sou eu que, assim, vos confortarei¨. (Is 63, 7-16)
O III e III Isaias
A elite de Jerusalém está presa em
Babilônia,. O II Isaias vislumbra um novo tempo: não haverá mais um estado
nacional, nem rei. Javé se serve de um servo, neste caso o Ciro.. Deus é só um,
criador do universo.
O II Isaias não usa o termo libertar,
mas sim resgatar. Javé aparece como
“Goel” resgatador, um termo que aparece 17 vezes nos capítulos 40 – 66: “Não
tenhas medo, Jacó, aquele que te resgata é o Santo de Israel.” (Is. 41,14)
Javé, o Goel, resgata a pessoa da sua dependência dos outros, ele é um
salvador. O Isaias II chama os exilados cegos, surdos
(42, 18 – 25), mais uma doença do que pecado.
O Iii Isaias até rejeita um templo
nacional: O céu é meu trono, a terra o escabelo dos meus pés. Mas olho para
humilhado e abatido de coração( Js 66).
O
símbolo da fé diz:
Creio no Espírito Santo, Senhor que dá vida
Que fala pelas profeta.
I.6 Meu Pai e
vosso Pai
O paternalismo no Império Greco-Romano:
Lembremos:
No Império Romano encontra-se uma severa hierarquia: Deus é soberano, imutável,
não poder sofrer, representado pelo imperador, o Pai da pátria com todo
poder. O pai em casa é o Senhor sobre
vida e morte da família, da mulher, dos filhos e dos escravos. Isto é justiça
eterna (até hoje).
O Pai do Filho no Novo Testamento
Paulo: “Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho que clama: ”ABBA“ Pai” (Rm 8,15-16 e Gl 4,6). Não
há mais nem judeu nem grego ,nem escravo nem homem livre, nem homem nem mulher
(Gl 3,28).
I Carta de Pedro: Na primeira carta de
Pedro (1,17) encontramos uma crítica ao paternalismo do Império:”. O pai dos cristãos não faz parcialidade entre
as pessoas como no paternalismo do Império, todos são iguais.
Marcos: Jesus se identifica com os
pequeninos. Quem recebe uma criança, recebe Jesus e quem recebe Jesus, recebe
Aquele que me enviou (Mc 9,37). Marcus se dirige contra uma estrutura
paternalista e hierárquica onde se busca ser o major. No Getsêmani Jesus reza: ¨Abba, Pai¨
Lucas: Ele, que escreve para
os habitantes do Império, faz uma crítica severa ao paternalismo: O filho mais
novo pecou contra Deus e seu pai. Para
evitar o castigo e punição da parte do pai, ele quer se castigar a si mesmo,
ele quer ser empregado, não mais filho. O filho mais velho tem o mesmo
pensamento de um Deus de ordem e lei, ele mesmo cumpriu todos os mandamentos do
pai. Mas o pai se revela totalmente diferente, não esperado pelos dois filhos,
porque ele perdoa e aceita, faz um banquete. (15, 11- 32) .
No Lucas
Jesus só diz: ¨Pai¨ e não Pai no céu, nem Pai nosso: é um pai em redor da mesa
como um amigo Lc 11, 2-4;
Pai !
Que o teu nome seja santificado:
Que o
teu reinado venha!
Dá-
nos o pão que nos é necessário para cada dia.
Perdoa-nos
os nossos pecados, pois nós mesmos
perdoamos a todos os que cometeram faltas contra nós
No pensamento romano uma perdão das
dívidas é impossível, seria contra a justiça e contra a lei divina. Precisa a
restituição pelos sacrifícios. Contrário o Evangelho: Lc fala primeiro do pecado, depois das faltas. Este pedido foi uma revolução. O
perdão é a esperança a ressurreição.
A tentação
mesma não vem de Deus, mas do Maligno. Pedimos ajuda na tentação para não cair.
Lc omite o pedido de Mateus: ¨Mas livra-nos do Tentador¨. A tentação fica
sempre: Jesus falará a Judas: ¨Meu amigo, faze a tua obra¨ (Mt 26,5 e Jo
13,27).)
Deus
é um bom pai na mesa dos seus filhos e dá tudo, o que eles precisam: ¨Quanto
mais o Pai do céu dará a Espírita Santa aos que lho pedem¨ (Lc 11,13). Esta
Espírita nos ajuda nas Tentações.
Joâo: Pai meu,
Pai vosso
Quando
Jesus fala de Deus, ele sempre diz:: ¨Pai¨, ou ¨Meu Pai¨. Jesus faz o que o Pai
faz (Jo 5, 19-20). Sempre há diálogo entre Pai com Filho ou Filho com Pai. ¨Ninguém conhece quem é o Filho a não ser o
Pai, nem quem é o Pai a não ser o Filho¨ (cf. Mt 11,25-27, Lc 10,21-22;).
Os
discípulos pedem: Mostra-nos o Pai. O
novo: A revelação sobre o Pai acontece a partir do Filho, há um
antropocentrismo; ¨Quem me vê, vê o Pai¨ (Jo 14,9).¨Eu manifestei o te nome aos
homens¨(Jo 17,6;)
O novo acontece quando Jesus recebe
a vida pela Espírita Santa: Jesus fala a Maria Madalena ¨Diga aos meus irmãos: Eu subo para meu Pai, que é vosso Pai¨ (Jo 20,17).
Jesus volta ao Pai.
O Vivo aparece aos seus irmãos
Agora somos filhos e filhas adotivos do Pai, irmãos e irmãs de Jesus na graça
da Espírita Santa.
1.7. Deus, o Pantokrator
Os
títulos para Javé são: Deus de Israel, dos exércitos, que são os astros,
estrelas Javé é o Altíssimo, o Soberano,
o Deus do universo, o Deus de todo poder (Is 3,1; Jt 9,14;) Em 2 Sm 7,14 e Jr 31,23 Javé é chamado de todo poder, A LXX traduziu
o EL Shadai por pantokrator Adonai, o poderoso do universo (S 84)
O
tírulo: o Todo-poderoso ¨pantokrator¨, apareça
em Sr 42,17; 50,14; Jt 8,13; no tempo dos Gregos. Paulo conhece este
título numa citação do AT: ¨dis o Senhor todo poderoso 2 Cor 6,18;
O
vidente do Apocalipse só chama Deus como Pai nas cartas às sete igrejas (Ap
1,6; 2,28;3.5;). A designação de Deus
como ¨o todo-poderoso¨ (o pantocrator, o dominador universal) é típica do
Apocalipse. Aparece nove vezes com um
colorido político, seis vezes no contexto litúrgico: 1,8; 4,8; 11.17; 15,3;
16,7; 19,6;
Este título está sempre ligado com as palavras
¨aquele, que é. que era e que vem¨. O Pantokrator combate o Diabo ou Satanás,
presente na besta Roma. Os que guardaram a palavra de Deus e o testemunho de
Jesus, também todos que vieram da grande tribulação se sentam nos tronos para
fazer justiça. No final da luta haverão
as núpcias do cordeiro: a morada de Deus com os homens, ¨o Deus que está com
eles¨(21,3).
Nos
concílios 325 e 381 foi definido: ¨Creio
em Deus, Pai todo-poderoso. Parece que
o atributo todo-poderoso é o mais adequado ao Pai. Está na
subconsciência coletiva: Estamos acostumados de rezar: Pai todo poderoso.
O
Pai no NT é um pai de misericórdia, que faz justiça aos que sofrem injustiça,
que tem compaixão dos filhos e filhas, que amou tanto o nosso mundo que
entregue seu filho, matado pelos poderosos do mundo. O Pai se solidariza com o
sofrimento do Filho e do mundo.
Ao menos precisa corrigir a frase e dizer:
Creio
em Deus, Pai, o todo poderoso
II Creio em Jesus Cristo, seu único Filho.
O símbolo dos
Apóstolos:
E em Jesus
Cristo, seu único filho, nosso Senhor,
que foi concebido pelo poder do Espírito
Santo,
nasceu da virgem Maria,
II 1. Os
prefácios de Mateus e Lucas
Mateus
Na genealogia Jesus é filho
de David, filho de Abraão. Os homens geram filhos de mulheres. Há quatro
mulheres estrangeiras; “Judá gerou Farés e Zara de Tamar” (Mt 1, 3) depois de
Raab, de Rute, da mulher de Urias. A
preposição “de” ocorre na genealogia com relação ao papel da mulher na
concepção, e não do homem (Ribla 27 p.36). “O que foi gerado nela provém da Espírita
Santa” aqui o “de” é do papel da mulher na conceição, agora da Espírita Santa. José e Maria moram em Belém.
José é justo, comprovado na
Torá, A justiça da Lei exige a marginalizar, significa finalmente a morte. José
quer repudiá-la secretamente. O anjo abre novos horizontes, a nova justiça, por
isso José vai receber Maria como esposa.
Mateus, que escreveu aos
judeus cristãos e aos gentios, mostra a fé dos gentios desde o inicio: para
venerar Jesus vêm Magos (não reis) representantes dos povos. Na ressurreição
Jesus manda os discípulos para todos os povos.
Desde o início Jesus é
perseguido e sua família deve fugir de Herodes para o Egito. Herodes vai matar
os meninos de Belém. Herodes representa poder político, os sacerdotes e
escribas o poder religioso, aqueles que conhecem a Bíblia, mas não praticam. Do
Egito Deus chama seu filho, como ele chamou antigamente Israel.
Na volta do Egito José foge
de Arquelau de Judá e escolhe a Galileia dos gentios e mora em Nazaré.
Ler: Mt (1 – 2)
Lucas:
O ambiente é Jerusalém com o
Templo, em Judá moram os parentes de Maria, que prefiguram a primeira
comunidade.
Zacarias, sacerdote do campo,
cumpriu o serviço no Templo e recebe o anúncio de um filho, que será chamado
“hehohanan: “Javé é benigno”.
Maria mora em Nazaré,
cidade de Galileia? O papiro a substitui Galileia por Judeia. O
códice D omite toda a informação sobre Nazaré (Ribla 44, .49).
Espírita
Santa virá sobre te e o poder do Altíssimo te cobrirá (1,35). Espírito aqui
sem artículo, em hebraico feminino, em grego neutro. ¨Sempre quando aparece sem
artigo refere-se ao poder criador de Deus que transforma situações e condições¨
(Ribla 44 p.55).
A sombra do Altíssimo lembra
a nuvem que encheu a tenda: “A nuvem cobriu a tenda do encontro e a glória de
Javé encheu a Morada” (Ex. 40, 34-35). Do mesmo modo o Espírito Santo descerá
sobre Jesus (Lc. 3,22) e sobre os discípulos (At. 1,8)
Havia uma profetisa, Ana (Lc 2,36) que falava do menino a
todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
Ler:Lc 11-2
Lucas contando a infância de Jesus
mostra nestas pessoas e nos pastores o núcleo da comunidade pobre em Jerusalém
depois da ressurreição.
Como o corpo de Jesus depois da morte foi
colocado em um sepulcro e enrolado no lençol, assim Maria enfaixou o menino e o
colocou na manjedoura.
Os pastores representam os pobres de Israel
aos quais o anjo anuncia a boa notícia. Do mesmo modo as mulheres na
ressurreição, avisadas pelos anjos, anunciam a ressurreição de Jesus.
O
centro de Mt e Lc é a ação da Mãe Espírita Santa.
João
No final do 1. século este hino fala da
pré-existência do “Logos“ (grego) do Verbo (latino), da Palavra
(português).
“No início era o Verbo, voltado para
o Deus (com artigo) e o Verbo era Deus (sem artigo)”. Voltado significa uma
orientação a alguém, a relação entre o Deus e Verbo.
¨ Tudo se fez por meio dele¨. Na
Gnose o mundo é feio, Deus não podia ter feito este mundo, precisava um
arquiteto. Só pelo conhecimento e finalmente pela morte a pessoa escapa deste
mundo.
“O Verbo se fez carne e amarrou sua
tenda entre nós”. Javé morava numa tenda
no meio do povo. Agora o Verbo mora entre nós. A
Lei foi dada não por Moisés, mas promulgado pelos sacerdotes, a graça veio por
Jesus. O Verbo é o Filho único que “está
no seio do Pai“ (1,18 ).
Já cedo havia um hino na carta aos Filipensess sobre Jesus Cristo: Ele que é de
condição divina, Mas despojou-se, tomando a condição de servo (Fl 2, 5-11)
Liturgia
Advento (a vinda do Senhor) Os
quatro domingos do advento são de vigia e espera da vinda do Senhor: “aguardando a bendita esperança, isto é, a
manifestação da glória de Jesus Cristo” (Tito 2,13). No final do Apocalipse
a Igreja chama: Maranatá: Vem, Senhor!Na eucaristia chamamos: Vinde, Senhor
Jesus!Após o Pai Nosso rezamos: “enquanto vivendo a esperança aguardamos a
vinda do Cristo salvador”
Natal As novenas do Natal preparam a festa do Natal,
lembrando o nascimento de Jesus, o sol da justiça.
No quarto século existia no Ocidente a igreja Católica
Romana com sede em Roma e no Oriente a igreja Ortodoxa Bizantina
com sede em Constantinopla.
As duas igrejas
acabaram com a festa pagã: “A virada do Sol”. No norte do globo o dia é mais
curto e a noite mais cumprida. Na virada
do globo os Romanos celebravam uma festa noturna e gritavam “a Virgem deu à luz e a luz cresce”.
Epifania
Para os
católicos ortodoxos no Oriente o dia 06 de janeiro é o dia da “Santa Teofania”, isto é “a manifestação do Deus que se encarnou em
Jesus”. Epifania: Epifania (veja
as palavras: fenômeno) significa aparição, manifestação: o Deus escondido se
manifesta na pessoa de Jesus.
A “Teofania”, ocorreu também na hora
do batismo de Jesus e nas bodas de Caná
onde Jesus mostrou a sua glória.
Creio em Deus, Pai, o todo poderoso
II Creio em Jesus Cristo, seu único Filho.
O símbolo dos
Apóstolos:
E em Jesus
Cristo, seu único filho, nosso Senhor,
que foi concebido pelo poder do Espírito
Santo,
nasceu da virgem Maria,
II 1. Os
prefácios de Mateus e Lucas
Mateus
Na genealogia Jesus é filho
de David, filho de Abraão. Os homens geram filhos de mulheres. Há quatro
mulheres estrangeiras; “Judá gerou Farés e Zara de Tamar” (Mt 1, 3) depois de
Raab, de Rute, da mulher de Urias. A
preposição “de” ocorre na genealogia com relação ao papel da mulher na
concepção, e não do homem (Ribla 27 p.36). “O que foi gerado nela provém da Espírita
Santa” aqui o “de” é do papel da mulher na conceição, agora da Espírita Santa. José e Maria moram em Belém.
José é justo, comprovado na
Torá, A justiça da Lei exige a marginalizar, significa finalmente a morte. José
quer repudiá-la secretamente. O anjo abre novos horizontes, a nova justiça, por
isso José vai receber Maria como esposa.
Mateus, que escreveu aos
judeus cristãos e aos gentios, mostra a fé dos gentios desde o inicio: para
venerar Jesus vêm Magos (não reis) representantes dos povos. Na ressurreição
Jesus manda os discípulos para todos os povos.
Desde o início Jesus é
perseguido e sua família deve fugir de Herodes para o Egito. Herodes vai matar
os meninos de Belém. Herodes representa poder político, os sacerdotes e
escribas o poder religioso, aqueles que conhecem a Bíblia, mas não praticam. Do
Egito Deus chama seu filho, como ele chamou antigamente Israel.
Na volta do Egito José foge de Arquelau de Judá e escolhe a Galileia dos gentios e mora em Nazaré.
Ler: Mt (1 – 2)
Na volta do Egito José foge de Arquelau de Judá e escolhe a Galileia dos gentios e mora em Nazaré.
Ler: Mt (1 – 2)
Lucas:
O ambiente é Jerusalém com o
Templo, em Judá moram os parentes de Maria, que prefiguram a primeira
comunidade.
Zacarias, sacerdote do campo,
cumpriu o serviço no Templo e recebe o anúncio de um filho, que será chamado
“hehohanan: “Javé é benigno”.
Maria mora em Nazaré,
cidade de Galileia? O papiro a substitui Galileia por Judeia. O
códice D omite toda a informação sobre Nazaré (Ribla 44, .49).
Espírita
Santa virá sobre te e o poder do Altíssimo te cobrirá (1,35). Espírito aqui
sem artículo, em hebraico feminino, em grego neutro. ¨Sempre quando aparece sem
artigo refere-se ao poder criador de Deus que transforma situações e condições¨
(Ribla 44 p.55).
A sombra do Altíssimo lembra
a nuvem que encheu a tenda: “A nuvem cobriu a tenda do encontro e a glória de
Javé encheu a Morada” (Ex. 40, 34-35). Do mesmo modo o Espírito Santo descerá
sobre Jesus (Lc. 3,22) e sobre os discípulos (At. 1,8)
Havia uma profetisa, Ana (Lc 2,36) que falava do menino a
todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
Ler:Lc 11-2
Ler:Lc 11-2
Lucas contando a infância de Jesus
mostra nestas pessoas e nos pastores o núcleo da comunidade pobre em Jerusalém
depois da ressurreição.
Como o corpo de Jesus depois da morte foi
colocado em um sepulcro e enrolado no lençol, assim Maria enfaixou o menino e o
colocou na manjedoura.
Os pastores representam os pobres de Israel
aos quais o anjo anuncia a boa notícia. Do mesmo modo as mulheres na
ressurreição, avisadas pelos anjos, anunciam a ressurreição de Jesus.
O
centro de Mt e Lc é a ação da Mãe Espírita Santa.
João
No final do 1. século este hino fala da
pré-existência do “Logos“ (grego) do Verbo (latino), da Palavra
(português).
“No início era o Verbo, voltado para
o Deus (com artigo) e o Verbo era Deus (sem artigo)”. Voltado significa uma
orientação a alguém, a relação entre o Deus e Verbo.
¨ Tudo se fez por meio dele¨. Na
Gnose o mundo é feio, Deus não podia ter feito este mundo, precisava um
arquiteto. Só pelo conhecimento e finalmente pela morte a pessoa escapa deste
mundo.
“O Verbo se fez carne e amarrou sua
tenda entre nós”. Javé morava numa tenda
no meio do povo. Agora o Verbo mora entre nós. A
Lei foi dada não por Moisés, mas promulgado pelos sacerdotes, a graça veio por
Jesus. O Verbo é o Filho único que “está
no seio do Pai“ (1,18 ).
Já cedo havia um hino na carta aos Filipensess sobre Jesus Cristo: Ele que é de
condição divina, Mas despojou-se, tomando a condição de servo (Fl 2, 5-11)
Liturgia
Advento (a vinda do Senhor) Os
quatro domingos do advento são de vigia e espera da vinda do Senhor: “aguardando a bendita esperança, isto é, a
manifestação da glória de Jesus Cristo” (Tito 2,13). No final do Apocalipse
a Igreja chama: Maranatá: Vem, Senhor!Na eucaristia chamamos: Vinde, Senhor
Jesus!Após o Pai Nosso rezamos: “enquanto vivendo a esperança aguardamos a
vinda do Cristo salvador”
Natal As novenas do Natal preparam a festa do Natal,
lembrando o nascimento de Jesus, o sol da justiça.
No quarto século existia no Ocidente a igreja Católica
Romana com sede em Roma e no Oriente a igreja Ortodoxa Bizantina
com sede em Constantinopla.
As duas igrejas
acabaram com a festa pagã: “A virada do Sol”. No norte do globo o dia é mais
curto e a noite mais cumprida. Na virada
do globo os Romanos celebravam uma festa noturna e gritavam “a Virgem deu à luz e a luz cresce”.
Epifania
Para os
católicos ortodoxos no Oriente o dia 06 de janeiro é o dia da “Santa Teofania”, isto é “a manifestação do Deus que se encarnou em
Jesus”. Epifania: Epifania (veja
as palavras: fenômeno) significa aparição, manifestação: o Deus escondido se
manifesta na pessoa de Jesus.
A “Teofania”, ocorreu também na hora
do batismo de Jesus e nas bodas de Caná
onde Jesus mostrou a sua glória.
II 2. Os concílios
Jesus. por nós, homens, e para a nossa salvação
desceu dos céus e se encarnou pelo Espirito Santo
no seio da virgem Maria e se fez homem.
Nicéia
desceu dos céus e se encarnou pelo Espirito Santo
no seio da virgem Maria e se fez homem.
Nicéia
Com o tempo se formaram duas escolas, uma em
Anioquia, a secunda igreja depois de Jerusalém, onde Mateus, o judeu, escreveu
um Evangelho e Alexandria, onde o primeiro Testamento foi traduzido no Grego,
chamado Septuaginta, LXX, mais usado pelos cristãos.
A escola de Antioquia:
A escola de Antioquia na Síria guarda a tradição bíblica, que tem
características da história: Importante é o sentir, pensar, querer agir da
pessoa, Natureza em si significa para eles: eu decido, eu ajo, eu faço, o que
chamamos hoje em dia “pessoa”.
Provavelmente a comunidade
judaica com seus estudos da Bíblia influenciou esta escola. Ela explica a
bíblia a partir do texto mesmo e da história e não busca um sentido espiritual.
Javé Deus escolheu Jesus no
batismo e pela sua vida e morte, Até a cruz Jesus se comprovou. O comprovado, o “justo”, é aquele, que pela
sua vida cumpriu a Torá, assim ele é comprovado na justiça. Jesus foi aceito
por Deus na ressurreição como Filho de Deus.
A escola de Alexandria:
Alexandria no Egito foi o
centro do Helenismo com os termos da filosofia grega. O termo mais importante é essência, natureza,
substância. O conceito de Deus segue o Helenismo.
Sócrates, Platão e
Aristóteles criaram uma filosofia sobre Deus onde na ponta da pirâmide da
sociedade fica um só Deus.
Os atributos deste Deus são:
perfeito, onipotente, onisciente, eterno, infinito, isolado da história. A
divindade é apático, impassível, não tem empatia, Deus é imutável, eterno,
sempre o mesmo, universal, não concreto, a historia muda e não tem valor. Deus
não precisa de nada, nem de um amigo e ele mesmo não pertence a um dono. É
absurdo pensar: eu amo Zeus.
No cosmo há ordem e harmonia,
o único imperador representa o único Deus, na sociedade está tudo subordinado
ao Pai da pátria: mulher ao homem, filho ao pai, escravo ao dono
A pergunta fundamental da escola de Alexandria para a fé foi a
seguinte: Ou Cristo é Deus de natureza, por isso não pode sofrer como Deus não pode
sofrer. Ou Cristo sofreu na natureza humana, por isso não pode ser Deus.
Ela pensa assim: O Verbo, sendo Deus, se
tornou homem para que o homem se torne divino. Acontece uma troca de naturezas (Atanasios).
Jesus Cristo é o mediador entre a natureza não criada e a natureza criada.
A salvação acontece pela
divinização do humano: o Filho de Deus se fez filho do homem para que o homem
se torne filho de Deus (Ireneus).
Esta corrente com a filosofia helenista não destaca o agir, mas a essência,
a substância de Deus. ¨Eu sou aquele que
é¨.
Contestar
a humanidade é o perigo do Helenismo: a carne é só parte do ser humano, menos
valorizada, domado pela alma e ou dirigida pelo espírito. O Helenismo reduz a
humanidade de Jesus à sua carne. A alma, (ou espírito) como agente da pessoa é
o Verbo divino.
Para
Árius Jesus Cristo é só homem, semelhante a Deus,
mas não Deus, porque ele sofreu o que é impossível
para Deus.
O imperador Constantino
Estima-se que depois de 300 quase 10% da população das cidades Romanas
já eram cristãos. Os campos não tinham cristãos, foram chamados pagãos.
Aconteceu
uma revolução na história do Império Romano:
a conversão de Constantino
(312). Ele quis unir seu Império na nova
religião, a igreja será competente para a salvação do Império. Ele declarou o catolicismo como religião
licita. O Imperador é protetor da igreja, um império, uma religião
O Imperador Constantino enfrentou estas duas
correntes no seu Império e convocou um
concílio no ano 325 em Niceia. que estava situado ao lado de Constantinopla.
O Concilio de Nicéia em 325 d.C.
Creio em um só
Senhor, Jesus Cristo,
Filho unigênito
de Deus,
Nascido do Pai
antes de todos os séculos,
Deus de Deus,
Luz da Luz,
Deus verdadeiro
de Deus verdadeiro:
Gerado, não
criado, substancial ai Pai.
por ele todas
as coisas foram feitas
e por nós,
homens, e para a nossa salvação
desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo
no seio da
virgem Maria e se fez o homem.
O
concílio decidiu: Jesus é tanto deus quanto humano:Jesus Cristo não é
semelhante (homoiusios) a Deus, como Árius declarou, Jesus Cristo é igual a Deus, (homousios,
consubstancial) a Deus. (Jo,1,13,14,18).
Nicéia afirma a divindade de
Jesus apesar dos sofrimentos dele. Agora no Deus tem lugar para outro: o
filho. Isto é uma revolução, a superação
do Helenismo, que não podia pensar que existe sofrimento em Deus, que Deus
muda.
A igreja e a teologia não refletiam as
conseqüências desta definição: Deus permaneceu um deus dos filósofos e não o
deus de Abraão, Isaac e Jacó, fica fora da história,
Com esta definição está mudando
também a importância de Deus Pai. Se o Filho sofre que é igual ao Pai, também o
Pai sofre.
Concilio
de Constantinopla 381
Também
por nós foi crucificado
sob Póncio Pilatos; padeceu e foi
sepultado
Apoiando a escola de
Antioquia este Concílio acrescenta: ¨Também por nós foi crucificado sob Pôncio
Pilatos¨, Constantinopla destaca o agir de Jesus,
No ano 391 o imperador Theodosios declara o cristianismo como a religião do
Império. A igreja
primitiva se entendeu como sinal do Reino e mediu o Império Romano a partir do
reino de Deus:
Agora a igreja se entende como o reino de Deus mesmo e busca um bom
relacionamento com o Império, ela se torna a religião do Império.
A igreja não muda o poder, o poder muda a igreja.
O
Concílio de Éfeso 431:
Continua a discussão sobre a pessoa de Jesus:
Para terminar estas discussões
o Imperador convidou para um Concilio em Éfeso no dia de Pentecostes 431,
Cirilo com 40 bispos, o seu patriarcado, chegaram na hora, o patriarca de
Antioquia João e os legados de Roma ainda estavam viajando, Cirilo abriu sessão
com 150 bispos e condenou Nestório e João. Foi definido: Maria é Mãe de Deus.
Calcedônia 451: uma pessoa em duas naturezas:
O imperador Marquiano chamou de novo para um concilio em Calcedônia com
a intenção de reunir os contraentes. Mais ou menos 350 bispos participaram,
entre eles três delegados de Roma com uma carta do bispo de Roma de Leão e dois
delegados da África.
O concílio devia definir que
Jesus é verdadeiro homem contra o perigo de divinizar Jesus. Atanásio da escola de Alexandria considerou a
unidade à custa da alma racional de Jesus. O Verbo é portador de tudo o que o
Cristo fala. Assim a natureza divina diminui a natureza humana.
Até o século VII tinha dúvida,
se Jesus tem vontade própria. ¨O Filho, nosso Senhor Jesus Cristo é o uno e o
mesmo... ele é perfeito na divindade,
perfeito na humanidade, verdadeiro Deus, verdadeiro homem, Ele mesmo de alma
racional e corpo é consubstancial ao Pai secundo a divindade¨,
Novo nesta
definição é a existência do Filho em duas naturezas, não de duas naturezas. A
divindade não ajuda à humanidade de Jesus, a humanidade age por conta própria.
A unidade das
duas naturezas em si separadas não é uma terceira unidade, mas se chama
prósopon - pessoa ou hypóstasis – subsistência. O “Quem” não é simplesmente o sujeito Jesus,
mas o ponto, onde se encontram Jesus e o Verbo.
O bispo de Roma, Leão, não
envolvido na briga do Oriente podia unir as duas posições. Com Leão os Romanos
argumentam: o nascimento do Filho Eterno no tempo foi necessário para
salvar-nos do diabo, Jesus nos libertou pela cruz. Cada natureza faz o que é
dela: Jesus deve ser Deus e homem para pagar a culpa do homem e restaurar a
justiça de Deus.
Leão I fala de duas naturezas e de uma pessoa, uma
fórmula que já usava Tertuliano e Agostinho.
Agora o bispo de Roma se vira
patriarca do Ocidente. Dizia-se: “Pedro falou pelo Leão”. Para significar a
origem de Jesus Cristo pode usar o termo natureza, é sua natureza divina. Para
descrever a relação de Jesus histórico com o pai usa-se melhor o termo pessoa.
Neste
Concílio se separou a igreja santa apostólica católica síria do Oriente da
igreja do Ocidente, de Roma.
Para a nossa salvação se fez homem
Esta
frase dos primeiros concílios quer explicar o motivo da encarnação, por que o
Filho de Deus se fez um ser humano.
Os advertências de Moisés e dos profetas não
conseguiram afastar o povo do mal.
Último raciocínio de Javé: mandar seu próprio
Filho para salvar seu povo, Jesus significa: Javé salva. Jesus escolhe
Galiléia, onde o povo vive na sombra da morte, rejeitado pela lei dos
sacerdotes, a massa danada, que não entende nada da Lei.
¨Deus amou
tanto o mundo que deu seu Filho para que todo o homem que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna. O Filho não veio para julgar o mundo, mas para que o
mundo seja salvo por ele (Jo 3, 16-18). Jesus luta contra o mal que
oprime, representado por Satanás.
Nos
Evangelhos a salvação consiste na perdão dos pecados:
¨Tu menino,
profeta do Altíssimo,
para dar ao seu
povo o conhecimento da salvação
Por meio da
perdão dos pecados¨( Lc1,77)
II 3 A vida de Jesus
Os Evangelhos não relatam a vida histórica de Jesus, são boas notícia, que
devem ser aceitas com fé e esperança, para serem ser praticadas.
a)
O batismo no
deserto
João pregava um batismo de ¨conversão para o
perdão dos pecados¨ no rio Jordão no deserto. Antigamente os Israelitas
atravessaram este rio, para entrar na terra prometida (Mc 1, 1-11).
O deserto de Damasco:
O profeta Elias deve
tomar o caminho em direção ao deserto de Damasco (1Rs 19,5), este deserto foi
chamado também Arabá, o mar morto chamado mar da Arabá (Dt.3,17). Desde 180
a.C. se retiraram piedosos judeus de Jerusalém formando uma comunidade
esperando o Messias e a purificação do Templo. Eles se referiam a Is.40,3: “No
deserto abri um caminho para Javé”. Hoje
em dia este lugar se chama ´Qumram`.
João batiza com água e Jesus batizará com a
Espírita Santa (Mc 1,8) João não mexe com as sandálias de Jesus (Dt 25,9),
porque Jesus é o noivo da igreja. A pomba é símbolo do amor.
Acontece
uma revelação trinitária para mostrar com quem Jesus está conectado durante a
sua vida.
Tentação
no deserto por Satanás: Quais as dificuldade
Jesus vai enfrentar na sua vida? (1, 12-13)
Ler: Mc 1,1-11; Mt 3,16-19;
Lc 3,22;).
b) A tentação do Filho de Deus
Jesus, conduzido pelo Espírito enfrenta
as expectativas por um messias do povo e dos lideres religiosos e políticos. O
tentador pergunta: ¨Se és o filho de Deus... ¨
O lugar desta tentação é o deserto. Lá o povo, como sempre, quer pão e circo, não quer lutar, quer voltar
para a escravidão; Para Jesus a palavra
de Deus é mais importante do que o pão.(Dt.8,3) Mas ele terá compaixão com a
massa perdida e parte o pão com eles (Mc 6,34-)44
O lugar da
tentação é o templo ou qualquer
lugar sagrado. Os líderes religiosos manipulam
a palavra de Deus e interpretam as
escrituras do gosto deles, com isso
tentam Deus mas Jesus não tenta Deus,
confia nele (Mc 11,15-26;)
O lugar simbólico dos políticos
dominantes é o monte, de lá se
domina tudo. Os líderes políticos
buscam poder e riqueza. Jesus veio não para dominar e ganhar o mundo inteiro,
mas para servir. (Mc 10,32-4;)
Ler: Mc 1,1-11; Mt 3,16-19; Lc
3,22;)
c) Jesus em
Galileia
Marcos
Anuncio do reino de Deus, escolha dos primeiro discípulos. Jesus manifesta sua
autoridade: ¨Pois bem, para que saibais que o Filho do homem tem autoridade
para perdoar os pecados na terra...¨(2,1-12).
Este título se refere a sua
origem divina: ele tem autoridade (do Pai) perdoar pecados (Mc 2,10;), ele é
Senhor do Sábado (Mc 2,28).
Este ´Filho do homem` come e
bebe com os cobradores de impostos e prostitutas (Mc 2,13-17), uma forte
identificação com a humanidade. O filho humano não tem onde recostar a cabeça
(Mt 8,20; 11,19).
Cura de um possesso na
Decápolis, são dez cidades gregos. Fora dos judeus (5,-23).
O rei Herodes disse: João que
mandei decapitar é ele que ressuscitou ( 6, 14-16.). Jesus alimenta cinco mil
homens no deserto (6,30-44).
Uma mulher siro-fenícia convence Jesus que
também os cachorrinhos comem as migalhas dos filhos. A fé salva (7,24-30) e Mt
15,21.
Outra alimentação de quatro mil pessoas,
aparentemente no estrangeiro (8,1-9).
Mateus O profeta Jesus retirou-se
para Galileia, onde vivia um povo nas trevas e na região da morte (Mt 4,12-17)
O Rabi ensina: o Sermão da Montanha: Ao ver as massas
marginalizadas (ochlos) Jesus subiu à montanha. Moisés tinha anunciado a
aliança a seu povo (am) no monte de Horeb. Agora Jesus anuncia a nova aliança:
o reino de Deus a estes massas, a todos os povos (gojim, gentios, não pagãos).
Ele é o mestre, rabi, não um escriba. Os discípulos ensinarão o que ele ordenou
como antes Javé ordenou (28,20).
Na primeira parte Jesus toma parte
daqueles que vivem nas trevas da morte no mundo inteiro, é a opção universal e
não nacional,
Na secunda parte Jesus chama todos, em
primeiro lugar os discípulos que querem praticar solidariedade com estes
miseráveis do mundo. Temos diante de nós uma proclamação dos direitos humanos.
O cumprimento da Torá (5,13-7,28):
Continua o ensinamento dos discípulos: Jesus
não veio ab-rogar a Lei e os Profetas mas cumprir na tradição ¨das falas de
Moisés e dos profetas¨. (Mt 5,17). A justiça dos discípulos deve ultrapassar a
dos escribas e fariseus contra a prática do judaísmo após de Jámnia.
Amor é a prática da fé (5,43-48):
“Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo” foi a interpretação dos escribas
que aconselharam: odiar os inimigos, trata-se de um comentário dos rabinos. Falta “como a ti mesmo”, o que devia ser traduzido:
”Ele é como tu”. No Lv 19 foi falado
amar ao próximo, quer dizer ao concidadão (Lv19,18) e ao imigrante, quer dizer
o estrangeiro, pois você foi imigrante no Egito (Lv 19,34). Podemos falar: amar
ao outro, ele é como tu, amar até os inimigos.
A
Máxima, chamada “Regra de Ouro”
Mateus usa a formula positiva: “Tudo aquilo que quereis que os homens façam a vós, fazei-o vós mesmos a eles: esta é a Lei
e os Profetas”(Mt 7,12). Mateus valoriza o ensinamento dos gentios porque o
Evangelho será para todos, judeus e povos.
Os
conselhos em relação ao culto, à religião são poucas
(6,1-18). A
prática da religião deve acontecer no oculto, não diante dos homens porque Deus
está no oculto: Esmola (6,1-4), oração
com o Pai nosso (6,5-15) ¨ se perdoares aos homens as suas faltas, vosso Pai
celeste também vos perdoará vossas faltas¨,(6,1-18), jejum 6,16-18.
Seguem conselhos: (6,19-7,27). As
massas ficaram impressionadas com seu ensinamento, Jesus ensinava com
autoridade, não como os escribas (7,28-29).
O mestre pratica
o que ensinou: Ele elogia o oficial Romano: “Nunca
encontrei uma fé igual a essa em ninguém de Israel” (Mt.8,10; e Lc 7,1). A massa marginalizada disse: ¨Nunca se
viu algo assim em Israel¨ (9,32-34) Cura da sogra de Pedro, exorcismo, as
massas em redor de Jesus (8,18). Os homens, os não crentes (TEB)
maravilharam-se (8,27)
O filho do homem tem autoridade (do Pai, não
do poder dos sacerdotes) na terra para perdoar os pecados (9,6;).
Ele chama um pecador Mateus, Deus quer misericórdia
e não sacrifícios (9,13). Uma mulher que padecia hemorragias tem fé (9,21) A
menina despertou e a notícia se difundiu (9,25; 9,31). Critica dos fariseus
(9,34). A massa excluída fica sem pastor (9,35-38).
A
reação às atividades de Jesus: Pergunta de João e declaração de Jesus: ¨Não
surgiu ninguém maior que João; e
todavia, o menor no reino dos céus é maior do que ele¨(11,11;).
Contra as cidades de Galiléia Jesus diz “Ai“
enquanto Tiro e Sidônia na Síria vão encontrar uma sentença menos dura (Mt.11,22).
Preferência dos gentios.
Revelação
aos pequeninos (naepíos, menores) 11,25-30:
a revelação nos lembra como Javé escolheu e se manifestou aos profetas,
veja Dn 2,18-19. Jesus louva o Pai pela revelação dessas coisas aos pequeninos
e não aos sábios e inteligentes 11,25-27 e Lc 10,21). Os pequeninos são os
portadores da revelação.
Na
interpretação judaica o jugo leve é a Tora. Jesus como a sabedoria
personificada chama todos àqueles que estão cansados de carregar o peso da lei
(11,28-30) Jesus traz um novo jugo que é
leve, porque ele é manso e humilde (21,5). Jesus é a nova Torá e proclama a
alegria do reino.
Agora Jesus revela os mistérios do
reino aos que estão cansados sob o peso da lei, ele encontrarão repouso.
Jesus é o Servo de Deus, para a massa ele deve
ser o filho de David, para os fariseus Jesus é o chefe dos demônios. Jesus
replica: quem fala contra o Filho humano, será perdoado, mas quem fala contra a
Espírita Santa, isto não lhe será perdoado. “Porque você será justificado por
suas próprias palavras, e será condenado por suas próprias palavras.”
(12,15-37).
O reino e seus
inimigos, as parábolas (13,1-53):
Falando de João Batista Jesus tinha dito (11,12): ¨O reino do céu está violado
e violentes roubam o reino ¨(só duas vezes aparece o termo ¨roubar¨ no Evgl
(13,19). As parábolas seguintes mostram como o reino dos céus é frágil como uma
semente, mas vai crescer apesar dos obstáculos,
Agora Jesus saiu da casa e sentou-se à beira
do mar, ensina muitas coisas às massas:
Todas as parábolas são tiradas da vida
cotidiana do homem e da mulher.
Rejeitado na sua pátria: Jesus
rejeitado na sua pátria, Nazaré e na sua família: ¨Um profeta só é rejeitado em
sua pátria e casa (13,54-58)
Morte
de João Batista por Herodes Antipas, filho de Herodes Magno, numa festa deixa
degolar João Batista, o profeta. Herodes acredita que Jesus é o João
ressuscitado, como João foi Elias ressuscitado.
Jesus foi informado e retirou-se dali, de
barco. As massas excluídas o seguiram de pé. Tomado de compaixão curou seus
doentes e manda partilhar os cinco pães e dois peixes com a grande massa, foram
cinco mil homens fora as mulheres e crianças. . Jesus anda sobre as águas
(14,1-36).
Controvérsia
agora com os fariseus e escribas de Jerusalém sobre a lei da pureza. Os
escribas no tempo do Evangelho agravaram a lei de pureza mandando lavar as mãos
ao tomar as refeições, uma tradição humana. A observação da pureza é
superficial, falta de fé (15,1-20).
Jesus se retira perto de Tiro e Sidônia onde
uma mulher Cananéia convence Jesus que os povos, chamados os cachorrinhos pelos
judeus, vivem também das migalhas dos senhores. (Mt. 15, 21 -28). Uma mulher
estrangeira converte Jesus para os povos.
Jesus se dirigiu às cercanias do mar da
Galileia. Agora ele tem compaixão com os coxos, cegos, aleijados, Uma secunda partilha do pão com a massa,
desta vez tem 7 pães, que simbolizam todos os povos. Dalmanuta (Mc 8,10) e
Magadan são localidades desconhecidas (dos povos?) (15,29-39).
Lucas
A genealogia começa com Jesus e volta atrás até Adão, filho de Deus (Lc 3,
3,22-38;), índice que o Evangelho se dirige ao mundo inteiro, neste caso ao
Império Romano. Lucas não está
confrontado com o Judaísmo como Mateus, Sua polêmica se dirige contra a riqueza
no Império e o paternalismo. Felizes são os pobres.
Nazaré é o primeiro lugar da
confrontação com os fariseus: Jesus ungido com a Espírita Santa se compara com
Elias e Eliseu e muda para Cafarnaum (Lc 4,16-32).
Os doze discípulos recebem o nome
apóstolos ((6,13)
Num lugar plano que simboliza o
mundo inteiro, se reúnem muita massa de Judá, Jerusalém, Tiro e Sídon para
escutar Jesus: ¨Felizes os pobres, ai
dos ricos¨.(Lc 6, 17-26). Começa a
polémica contra a riqueza e o dinheiro. Jesus desperta um jovem em Naim, lembra
o profeta Elias (7,11-17) Jesus exulta sob a ação da Espírita Santa (10,21), no
final do ¨Pai¨ dá a Espírita Santa
àqueles que pedem (11.13
Preferência pelas mulheres: a
pecadora e mulheres que acompanham Jesus
( 7,36-8,3; Marta e Maria 10,38; uma
mulher 11,22; a viuva 18,1).
Herodes perplexo sobre Jesus ( Lc 9,7), quer
matar Jesus (13,31), enfrenta Jesus
(23,6).
d) A caminhada para Jerusalém
Marcos 8,27-10,5
Primeiro
anúncio : ”O
filho do homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos chefes de sacerdotes e
doutores da lei, deve ser morto (não se fala por quem), e ressuscitar depois de
três dias¨ (Mc 8,31).
Este
título ocorre 70 vezes nos sinóticos, 12 vezes em Jo e só em At 7,56; onde
Estevão vê o Filho do homem e Ap 1,13; e 14,14. Veja o Evgl radical de Q, 2.1.
O
seguimento: A
massa excluída e os discípulos são chamados a seguir o Filho do homem na
perseguição (Mc 8,34-38), tomar o jugo dele, ser perseguido, pensar como Deus e
não como os homens. Esta massa já
experimentou esta exclusão e sofrimento, já está carregando a cruz.
Escutem o que meu Filho diz! Mc 9, 2-8
No monte da transfiguração
Jesus estava junto com Moises e Elias, O profeta Moisés ( nas ¨Falas de Moisés¨
anunciou a aliança de Javé com seu povo como parceiro. Elias relatou a Javé que
Israel abandonou esta aliança seguindo o Baál. Eles
confirmam a decisão de Jesus, vai ser rejeitado em Jerusalém pelos sumos
sacerdotes e ser entregue ao Império Romano.
Uma voz da nuvem soou “Este é o meu Filho
amado. Escutem o que ele diz.” Agora o Filho vai confirmar a aliança no seu
corpo e sangue (14,26)
Na
descida os discípulos perguntavam o que Jesus entendia por ¨ressurgir dentre os
mortos¨. Elias veio na pessoa de João e fizeram a ele tudo o que queriam (Mc
9,10-13). E João ressuscitou em Jesus (Mc 6, 14-16).
Segundo
anúncio: “O
Filho do homem vai ser entregue na mão dos homens, e eles o matarão, após três
dias ressuscitará” (Mc. 9,31).
O seguimento: No caminho os discípulos
discutem quem é o major. Jesus: Se alguém quer ser o primeiro (luta pelo
poder), deverá ser o último. Jesus pega uma criança da rua, abandonada sem
nenhum poder e se identifica com ela.
Até nas crianças se recebe àquele que enviou Jesus., que não está com os grandes.
Não dar escândalo aos pequenos. Mc. 9,33 – 50.
A pergunta sobre divorcio
mostra a dominação do homem sobre a mulher. Jesus toma uma postura contrária ao
machismo, o homem não tem privilégios sobre a mulher. Mc. 10.1-9 Finalmente, para entrar no reino de Deus,
deve ser como uma criança. Mc 10, 13-16
Terceiro
anúncio: Só
Marcos fala que os sacerdotes condenam Jesus à morte, Mc 10, 32-45.
O
seguimento:
Os discípulos não querem entender, brigam pelo poder. Jesus destaca a sua
missão: o Filho Humano veio para servir como um escravo, e para dar a sua vida
como o resgate em favor de muitos. Jesus assumiu o papel do Servo de Javé. Enquanto os discípulos ficam cegos, o cego
Bartimeu vê e segue Jesus (Mc. 10. 46–52).
Mateus: Saindo para
Cesareia Filipi:
Jesus partiu com os discípulos
para uns 50 km no Norte de Galileia, onde se encontram as nascentes do rio
Jordão, ao pé do Monte Hermon 3.000 m de altura. No pico sempre tem neve, à tarde
se formam nuvens. Jesus saiu de Galiléia e faz agora um resumo da sua
atividade, quer saber o que os homens acham de Jesus. Marcos 8, 27
Os
homens falam certo: Jesus é João Batista (que ressuscitou), ou é Elias que
voltará, ou Jeremias, ele é um dos profeta.
Pedro responde em nome dos discípulos:
Tu és o Cristo: o messias.. Os discípulos querem um Messias com poder,
que eliminará o jugo dos Romanos.
Pedro tem os pensamentos dos homens, não de Deus Desde os tempos dos Macabeus
os judeus esperavam um Messias (Cristo = Ungido),
A igreja: inserção de Mateus Simão Pedro confessa : ”Tu
és o Cristo, o Filho de Deus vivo“ (Mt 16,16)
uma expressão única no NT. “Filho de Deus vivo“ é um título do Ressuscitado (Ro 1,3). Ser Filho
de Deus vivo é uma revelação de Deus.
Mateus está na igreja de
Antioquia (At 15,3) em torno de anos 90. O termo igreja, assembléia em
hebraico, aparece pela primeira vez nos AT 8,1, e designa a igreja em
Jerusalém. Jesus nunca usou o termo igreja.
Pedro, que tinha negado seu mestre três
vezes, se converteu pelo fato da ressurreição. Três vezes ele foi para a cadeia
(At 4,3; 5,17; e 12,1) anunciando que Jesus “crucificado por vós, ressuscitado
por Deus” Deus o fez Senhor e Cristo, Príncipe e Salvador. Depois Pedro sumiu
de Jerusalém e foi para outro destino (12,17). Conforme Gl 2,11 Cefas foi para
igreja de Antioquia e estava em conflito com Paulo, Mais tarde Pedro interveio
em Jerusalém em favor dos gentios (At 15).
Jesus declarou a Simão: Tu és
Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja. A sinagoga dos fariseus
mudou para a nova comunidade, a igreja.
A Potência da morte não terá força contra a igreja. As chaves do reino não são mais das
autoridades dos fariseus de Jamnia.
Lucas:
A subida para Jerusalém (9,51-19,29)
Jesus parte para Jerusalém (Lc
9,51-19,28) para ser arrebatado como Elias, passando por Samaria, contrário à
costume dos judeus. O samaritano pratica
o amor, (10,29); o leproso é um samaritano (17,11). Quase toda a caminhada é
própria de Lucas. O tema central desses capítulos é a advertência contra o
dinheiro e a riqueza.
Começa a subida de Jesus para
Jerusalém, são dez capítulos. Lucas compara a morte, ressurreição e
assunção de Jesus com Elias, que foi
arrebatado para o céu (9, 44).
Primeira
etapa: 9,51-13,21:
Condições no
seguimento:
deixar tudo (9,57), missão de setenta e dois para todos os povos (10,1) (só
Lc), revelação aos pequeninos (10,21), praticar o amor como o
Samaritano (10,29) (só Lc).. Também mulheres, Maria se torna discípula (10,38),
sobre a oração (11,1). Jesus expulsa um demônio (11,14).
Contra os
fariseus e legalistas que querem um sinal. O Filho do homem será o
sinal como Jonas. Quem blasfemar contra o Espírito Santo, não será perdoado
(11,29-12,12).
Os bens
deste mundo,
vender os bens (12,13-34). O rico insensato (12.16)
Vigilância, pois numa
hora que não pensais é que vem o Filho do homem (12,40). Discernir os sinais do
tempo (12,54). Arrumar os negócios antes do julgamento (12,57).
Urgência de conversão (13,1-9) (só
Lc).
Segunda
etapa: 13,22-17,10:
Jesus ensinando e viajando rumo a Jerusalém
(13,22; só Lc).. Quem entra no reino?
Não é possível que um profeta pereça fora de Jerusalém. Lamentação
(13,31-35) (só Lc)..
Ai dos
ricos, felizes os pobres: Os ricos rejeitam o convite para a refeição no
Reino de Deus. Lucas destaca que o Reino é dos pobres, mutilados, coxos, cegos
(14, 12-24) (só Lc).,Condição para seguir Jesus (14,25).
Os coletores
e pecadores ouvem Jesus enquanto os fariseus e escribas criticam: Este homem
acolhe os pecadores e come com eles (15,1-10). Parábolas da ovelha (15,3), e da moeda (15,8).
O
filho pródigo (15,11-32)
(só
Lc).: O Império Romano estava marcado por uma severa hierarquia: o pai
da casa. O pai do império representa um deus que exige justiça. Quem viola a
justiça, até divina, precisa restituir o dano para restabelecer a harmonia.
Por isso o filho pródigo quer fazer penitência
para assim encontrar um pai (e Deus) que foi ofendido. Assim ele será de novo aceito. Antes que o filho podia
encontrar este verdadeiro pai foi tomado
de compaixão, correu e o cobriu de beijos. O pai mostra a justiça de Deus que dá perdão.
O
filho mais velho nunca desobedeceu às ordens do Pai, ficou fiel à ordem
estabelecida. Ele cumpre a justiça obedecendo às ordens. Ele é auto-suficiente,
não precisa dos outros, é egoísta e não participa da festa. Os dois filhos esperavam um pai patriarca
como no Império Romano e não um pai de compaixão do Evangelho
O gerente despedido,
esperto sabendo que não pode ficar com seu lucro cede aos devedores o que ele
tirou. (16,1-8) (só Lc).. O Dinheiro, o Mamona, enganador (o capitalismo de
hoje 16,9-13). Anúncio do Reinado de Deus (16,16). Sobre adultério (16,18).
O rico e
Lázaro
(16,19) (só Lc)
Terceira
etapa: 17,11-18,30
Passou
através da Samaria para Jerusalém. O leproso
foi um samaritano (17,11-19).
O
¨pequeno apocalipse¨ (17,20-37): O Reino
está entre vós (17,21). A vinda do Reino não é um evento do futuro observável:
“O Reino está entre vós” não é uma realidade íntima. A comunidade de Reino
(18,1-30) (só Lc).: O Filho do
homem achará fé sobre a terra? (18,8)
O
fariseu e o coletor de impostos n o templo ((18,9-14). De novo renunciar às
riquezas para entrar no Reino (18,18).
Quarta
etapa: 18,31-19,44
Subimos a Jerusalém: Terceiro anúncio a respeito do Filho do Homem
(18,31-34)
Zaqueu, um pecador em Jerico, quer
ver Jesus (19,1-10) Os
presentes acreditam que o Reino de Deus iria revelar-se imediatamente (19, 11) (só
Lc). Lucas coloca aqui a parábola dos
dez empregados, um homem entregou dez moedas a eles porque partiu para um
país distante. Isto quer dizer que o reino de Deus estará num futuro (At 1,6).
Perto de Jerusalém no monte das Oliveiras houve a aclamação e o choro sobre
Jerusalém (19,28-19,44). (só Lc).
e)
Jesus em Jerusalém
Marcos A
demonstração da entrada de Jesus, montando num jumentinho, mostra a intenção
pacifica de Jesus. Ele não entra como Alexandre Magno com cavalos ( Mc 11, 1-11)
O profeta enfrenta os sacerdotes- Mc 11,
27-12,12
Logo
chegam as autoridades, quer dizer os sacerdotes: O profeta Jesus não vem dos
homens, só de Deus como João Batista, não o poder estabelecido decide, mas sim
a fé em Deus.
Jesus
quer converter os sacerdotes usando a parábola dos vinhateiros homicidas.
Explicação da parábola: O homem é
Deus, a vinha simboliza povo de Deus. Os agricultores são os sacerdotes
(lideres). Os empregados representam os profetas, O filho deste homem é Jesus.
Os sacerdotes deviam alimentar o
povo com frutos da palavra de Deus, em vez disso dão pedras. A vinha vai ser
confiada a outros.
Jesus
e o Império Romano Mc 12, 13-17
Muitos judeus, quer dizer os zelotas, se
revoltaram e não pagaram os tributos.
Jesus manda devolver a César
o que é dele, porque ele não é Deus, Jesus desmascara a divindade do César, não
se peca contra o segundo mandamento. Qualquer governo não é divino. E devolver a Deus o que é de Deus. O povo é de
Deus, devolver a Deus significa devolver ao povo de Deus.
O
profeta contra os Saduceus Mc 12,18-27
Eles mantêm o poder e não
querem mudança, por isso rejeitam a esperança na ressurreição que surgiu no
tempo dos Macabeus que apesar do martírio esperavam um mundo novo, uma
revolução.
Amor
cumpre a lei dos escribas Mc 12,28-34
Os professores da lei ensinam
240 prescrições e 365 proibições que o povo nunca podia cumprir. Assim
declararam que o povo era pecador. Guardar o sábado foi o mais importante. Um
escriba responde bem: amar a Deus que significa amar ao próximo. Ele não está
longe do reino.
O Messias filho de David Mc 12,35-37
O Messias seria filho de
David. Jesus questiona o título Filho de
David, David chama o Messias Senhor. por isso não pode ser o filho dele. Jesus
é o enviado por Deus: o profeta, o servo de Javé, o pastor de seu povo.
A viúva no Templo Mc 12, 41-44
No final da caminhada para
Jerusalém tínhamos encontrado o cego Bartimeu, no final das disputas no Templo
encontramos uma viúva que depositou tudo o que possuía tudo o que tinha para
viver. Certamente Jesus ficou impressionado, ele que vai dar a sua vida por
muitos.
Mateus
Jerusalém pergunta: “Quem é?” As massas respondiam: “É o profeta Jesus, de Nazaré de Galileia.” (Mt 21,10-11). Para
os Sacerdotes Jesus é um falso profeta, um impostor (Mt 27, 63).
A parábola dos dois filhos
21,28-32; é de Mt, mostra o conflito entre judeus e cristãos.
Quem são os outros? Mt
21,43 explica assim: “O reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação
que produzirá frutos”.
Invectivas contra os fariseus com 7 Ai ! É
mais forte do que em Marcos. 23,1-36
A vinda do Filho do homem
Por ocasião da renovação de
todas as coisas quando o Filho do homem toma assento no seu trono, vós também
vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel (19,28).
Temos as mesmas idéias no reino dos mil anos no Apocalipse:: ¨Vi
alguns tronos e aos que estavam neles sentados foi dado poder para fazer
justiça. Vi também com vida os que foram decapitados pelo testemunho de Jesus e
da palavra de Deus e todos que não adoraram a Besta...reviveram e reinaram com
Cristo mil anos ¨ (Ap 20,4-6)
Próprio de Mateus é a parábola
das dez virgens, que simbolizam as núpcias do Cordeiro é o juízo final cap. 25.
O
episódio dos talentos em Mateus precisa ser interpretado a partir do Filho do
homem que fará o julgamento definitivo:
Mateus
não fala de uma parábola, ele fala dum homem que viajou e entregou os talentos
( um pesa 2kg de ouro)
Passado
muito tempo o patrão, (um milionário, um
empresário,) ajustou contas com os servos. Importante é o terceiro servo que
sabe bem: ¨Eu sabia bem que és homem rigoroso, colhes onde não semeaste...amedrontado, fui esconder o
teu talento, , aqui tenso que é teu¨.
Este servo não quer participar do sistema capitalista que escraviza e dá
de revolta, rejeita o talento. Ele demonstra resistência.
O provérbio: ¨A quem tem, será dado; a quem
não tem lhe será tirado o que tem¨ em
Mc 4,25; quer ilustrar a fecundidade do
grão na agricultura.
Agora
Mateus aplica esta sentença à economia, ao dinheiro o capitalismo, onde domina
esta lei de lucro. A crítica de Mateus vale até hoje, os milionários fazem
fortuna à custa do suor dos trabalhadores que são lançados às margens da
sociedade. Os ricos são mais ricos e os pobres mais pobres (25,29). (veja Ribla
Nr 27 p.132)
Quando o Filho do homem vier,
se sentará no trono, as nações estão reunidos e ele separa como pastor as
ovelhas dos cabritos. O critério do juízo não é o cumprimento de um ato
religioso ou culto, mas a prática de amor, sem saber. Este Rei não tem súditos
mas irmãos menores. (25,31-46)
Lucas usa em
geral o texto de Marcos e Mateus. Lc 19,29 – 21,38
4. A morte de
Jesus
Símbolo dos Apóstolos:
Padeceu sob Pôncio Pilatos,
Foi crucificado, morto e sepultado.
Desceu a mansão dos mortos:
Marcos Jesus
celebrava a Páscoa dos judeus com seus discípulos, cumprindo a aliança e
dando um novo sentido: ele mesmo vai ser o cordeiro, não como o sangue dos
novilhos (Ex 24,8), o sangue da aliança, derramado em prol da multidão. (Marcos
14, 12 – 25; Mt 26,26-29; Lc 22,14-20; 1 Cor 11, 23-26).
Judas entrega: Um de vós me vai entregar, um que come comigo (14,18). Satanás
entrou em Judas, Jesus lhe disse então: ¨O que
tens a fazer, faze-o depressa¨ (Jo 13,27)
No Getsêmani Os Sacerdotes iam de mãos dadas com o Império e tinham com certeza a intenção de eliminar este “falso” profeta Jesus. Jesus está triste a ponto de morrer, dizia: ¨Abba, Pai, tudo te é possível, afasta de mim essa taça¨. Única vez qu Jesus chama Deus Äbba¨.Mas é a hora do poder das trevas. Por isso ele veio para enfrentar este poder com seu amor. Mc 14,32-42;
No Getsêmani Os Sacerdotes iam de mãos dadas com o Império e tinham com certeza a intenção de eliminar este “falso” profeta Jesus. Jesus está triste a ponto de morrer, dizia: ¨Abba, Pai, tudo te é possível, afasta de mim essa taça¨. Única vez qu Jesus chama Deus Äbba¨.Mas é a hora do poder das trevas. Por isso ele veio para enfrentar este poder com seu amor. Mc 14,32-42;
Prisão de Jesus Todos o abandonaram e fugiram, um jovem largando o
lençol foge (14,43-52;)
Perante do Sinédrio 14,53-65: Os chefes de sacerdotes na casa do sumo
sacerdote e o Sinédrio procuravam contra Jesus algum testemunho, a fim de condená-lo à morte. Nada encontraram. Tinha o
argumento: ”Nós o ouvimos dizer: Vou destruir esse templo feito por homens e em
três dias construirei um outro.” Jesus interrogado, se é o Messias , o Filho do
Deus bendito, respondeu: “ Eu sou e vocês verão o Filho do Homem sentado à
direita do Potente...” Para o Sumo Sacerdote foi uma blasfêmia. Só no Marcos se
fala da blasfêmia.
Diante de Pilatos15,1-35
Tu és o rei
dos Judeus? Jesus responde: ¨ Tu o dizes¨
Jesus ou Barrabas? Historicamente não está conhecido que um preso ou
rebelde contra o Império foi solto na festa da Páscoa. Barrabás (filho do Pai)
ou Jesus? Pouco provável que Pilatos soltou um rebelde.
Seja
Barrabás uma pessoa histórica ou não, ele representa os movimentos violentos
contra Roma, os zelotas, enquanto Jesus representa a não-violência. Sempre devemos escolher entre o amor e a
violência.
Uma
massa subiu (ao Palácio de Pilatos) para pedir a libertação de um preso. Atiçada
pelos sacerdotes a massa gritava: “Crucifica (Jesus)”. Para agradar à massa
Pilatos o entregou para ser crucificado.
A crucificação e morte de
Jesus 15,21-41
Os
transeuntes o insultavam: Tu que destróis o Santuário..,Jesus gritou ¨Eloi.
Elio, por que me abandonaste?¨ O véu do Santuário se rasgou. O centurião disse:
¨Este homem era Filho de Deus¨.
Mateus segue o relato de
Marcos.
Diante
do Sinédrio 26,57-68
Modelo
para o interrogatório diante dos sacerdotes é Jeremija, que (Jr 7) criticou
duramente o comportamento no templo. No cap. 26, 4 -12 ele aviso as
conseqüências: “Então tratarei esta casa como tratei Shiló e farei desta cidade
exemplo citado nas maldições por todas as nações da terra”. A resposta dos
sacerdotes e dos profetas: “Este homem merece a pena capital; ele profere
contra esta cidade que vós mesmos acabastes de ouvir.”
O
argumento mais forte conta Jesus é a destruição do templo. O argumento de
blasfêmia, falar de filho de Deus, só apareceu em secundo lugar. ¨O Filho do
Homem sentado à direita da força (dinâmica)¨ (não do Todo-poderoso) Conclusão: “merece a morte.” (26,66;) Em
todo o caso não se trata de uma sentença jurídica.
Só
Mateus conta a morte de Judas, Se cumpriu o que foi dito por Jeremias (27,
3-10).
Diante de Pilatos 27,15-26:
Os chefes dos sacerdotes e os anciãos
convenceram as massas para que pedissem Barrabás.
Agora ¨O povo todo, respondeu: “Que o
sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos”, Aparece o título da aliança: Eu, o Deus deles,
eles meu povo. Todo o povo de
Israel na história futura assume as conseqüências. Significa esta frase uma
maldição? Assim os cristãos entenderam. Ou será o sangue de Cristo uma benção?
“Por meio do sangue de Cristo é que fomos libertos e nele nossas faltas foram
perdoadas” (Ef 1,7) O Papa pediu: “ O
sangue, antigamente chamado sobre eles se derrame agora sobre eles como fonte
da salvação e vida”. (cf. Hb 12,24 e Gn 4,10)
Morte
e sepultura de Jesus 27, 45-66
Lucas segue Mc e
Mt.
Jesus diante do Sinédrio 22,66-71
Quando amanheceu o dia os anciãos do povo, os
chefes dos sacerdotes e os doutores da lei se reuniram em conselho e levaram
Jesus para o Sinédrio. Perguntavam, se Jesus era o Messias. A resposta de
Jesus: o Filho do Homem estará sentado à direita da força (dinâmica) de Deus.
“Tu és o Filho de Deus?” Jesus responde: “Vocês estão dizendo que eu sou.” Aqui
não tem blasfêmia nem condenação, é só um interrogatório
Diante do Pilatos 23,1-25
O Sinédrio apresenta argumentos políticos: “Achamos
este homem fazendo subversão entre o nosso povo, proibindo pagar tributo ao
imperador, e afirmando ser ele mesmo o Messias, o Rei.”
Herodes Antipas, (23, 8- 11 só Lc) , filho
de Herodes Magno (4.a.C.-39 d.C), essa raposa (13,31-33) com seus soldados tratam Jesus com desprezo impondo-lhe uma
veste esplendida contra Mt 27, 27, Mc. 15, 16, Jo. 19, 2.
Pilatos convocou os sumos
sacerdotes, os chefes e o povo (23,13), textos antigos falam: os chefes do
povo. Pilatos sentencia a inocência de Jesus (23, 15), quer soltar Jesus. Mas
eles ( os sacerdotes e os chefes) exclamaram: “Elimina-o, solta nos Barrabás”.
Em muitos textos falta o versículo 17, que fala do costume soltar um
prisioneiro na Páscoa, falta também a multidão.
A proclamação cristã não toca o direito penal romano. Pilatos sempre
quis libertar Jesus dos Judeus, mas deve ceder às pressões deles: entregou
Jesus ao arbítrio deles (23, 25)
Lucas sempre fala “ELES”, quem são
eles? Os soldados romanos só entram 23,36 caçoando dele.
Mulheres batiam no
peito (23,27-32) (só Lc): ¨Filhas de
Jerusalém, chorai por vós mesmas e por vossos filhos¨. Jesus,
crucificado, pede perdão (23,34) Um dos malfeitores dizia: ¨Lembra-te de mim...
23,42. Jesus deu um forte grito ¨Pai, em
tuas mãos entrego o meu espírito¨ e expirou. (23,4 (só Lc).
O centurião constata: este homem era justo.
A pena da morte na cruz
A crucificação era e permanecia um castigo
político militar. Enquanto entre os persas e os cartagineses era aplicada
principalmente aos altos oficiais e mandatários, como aos rebeldes, entre aos
romanos era imposta, sobretudo às classes sociais baixas, ou seja, aos
escravos, aos criminosos violentos e aos elementos revoltosos nas províncias
rebeldes, certamente na Judéia... O principal motivo para usá-la era a sua
eficácia supostamente alta como meio dissuasivo. Evidentemente era executada em
lugar público. O crucificado era visto
como criminoso que recebia um castigo justo e necessário... Costumava ser
praticada junto com outras formas de tortura, dando pelo menos algumas
bordoadas no condenado... Por causa da exposição pública da vitima desnuda em
um lugar proeminente – numa encruzilhada, no teatro, numa colina, no lugar onde
foi cometido o crime – a crucificação representava também a sua humilhação
absoluta... A crucificação tornava-se ainda pior pelo fato de que suas vitimas freqüentemente
ficavam sem sepultura. Era uma imagem estereotipada dizer que o crucificado
servia de comida para os animais selvagens e as aves de rapina. Desta maneira
sua humilhação se fez completa.
(Martin Hengel)Por nós foi crucificado
O
símbolo dos Apóstolos só menciona o fato da crucificação:
Padeceu sob Pôncio Pilatos,
Foi
crucificado, morto e sepultado.
Desceu a mansão
dos mortos:
O símbolo de Constantinopla
menciona o por que:
Também
por nós foi crucificado
sob
Póncio Pilatos; padeceu e foi sepultado.
O termo ¨ por¨
pode significar:
a) A causa: por que b) O fim: para que
A morte de Jesus é a consequência da sua vida,
a ponte culminante de tudo o que ele
disse e fez. Ef 1,7 diz: ¨Por seu sangue, somos libertados, nele nossas faltas
são perdoados¨.
( Rm 3,25, por seu sangue, por meio da fé)
Deus ¨EL¨, o
onipotente ou Javé, o misericordioso?
Em Gn 22: Abraão está entre dois
conceitos de Deus; O El até exige o sacrifício do filho. Abrão mostra a sua
submissão, mas Javé, que sempre defende os fracos e pequenos alerta: ¨Não
estendas a mão contra o jovem¨.
No livro de Jó Javé convoca os deuses,
entre eles o Adversário, o Satanás, dono do mundo. O Adversário tenta, prova Jó. Javé deixa
liberdade: ¨Só não estendas tua mão contra ele¨
(Jó 1,12). Jó confessa: ¨Sim, os bens aceitamos de Deus, os males não
aceitamos.
Mesmo quando Javé se apresenta como soberano
que humilha as pessoas, Jó resiste: este Deus não é o verdadeiro Javé: “Por isso, eu largo, tenho meu consolo
sobre pó e cinza” (42,4)
Jesus, o sumo sacerdote, se oferece a Deus?
No NT Jesus nunca aparece como sumo sacerdote,
pelo contrário: o sacerdócio é o grande adversário que mata Jesus, Será que nos cap. 5 até 10 a epístola aos Hebreus quer salvar
de uma forma purificada a ideologia da fonte sacerdotal?
¨Todo sumo sacerdote, com efeito,
tomado dentre dos homens, é constituído em favor dos homens no que respeita às suas relações com Deus. Sua função é oferecer sacrifícios pelos
pecados¨. (Hb 5,1). Oferecer sacrifícios a quem – Deus?
Jesus é proclamado sacerdote por
Deus (5,4-10) não como a instituição humana dos levitas com a lei (7, 23-28.
Há uma nova aliança, nova tenda, um
novo culto citando Jeremias 31,31-34.
O sacerdote ofereceu o sangue de bodas e
novilhos pelos pecados (Hb 9,12). O sangue é símbolo da vida, é santo. O sangue de bode santifica os corpos
maculados:, ¨Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo espírito eterno se ofereceu a Deus como vítima sem mancha, purifica
nossa consciência...¨(Hb 9,14).
Impossível que o sangue de touros e
bodes elimine os pecados (10,4). A epistola cita Sl 40,7-9; na tradução da LXX:
Tu me formaste um corpo. Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade¨. Mas
o texto hebraico diz: ¨Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não te agradaram
,abriste em mim ouvidos para ouvir.
Não pediste nem holocausto nem expiação. Eis que venho com o rolo de um livro
escrito para mim¨. Importante é ouvir e não oferecer sacrifícios.
A epístola suprime os sacrifícios de touros
para estabelecer o sacrifício de Jesus contra a intervenção de Javé a Abraão no
Gn. (10, 3-10). Conseqüentemente na epístola Abraão não poupou Isaac mas
¨ofereceu o filho único¨ (11,17), numa espécie de prefiguração da ressurreição
o recuperou.
Conclusão: ¨Ora, onde houver perdão,
já não se faz oblação pelos pecados¨ (Hb 10,18). Deus perdoa os pecados.
Mesmo Anselmo de Canterbury na
idade média seguiu a ideologia sacerdotal com o argumento: A justiça de Deus,
violada pelo pecado do mundo só pode ser restituída por um sacrifício de um homem,
que no mesmo tempo é divino Jesus, deus e homem, restituiu pelo seu sacrifício
na cruz a justiça de Deus. Para Anselmo Jesus foi sacrificado a Deus para
restituir a justiça de Deus.
O cordeiro, o bode expiatório, a vítima
Jesus
deu a sua vida em favor das ovelhas, dos perdidos e danados defendendo os contra
mercenários e ladrões (Jo 10).
Os sacerdotes corriam o risco de
perder seu poder em favor de Jesus e temiam uma revolta do povo. Caifás, sumo
sacerdote, reuniu um conselho dizendo: Ӄ preciso que um homem morra pelo povo
e que não pereça a nação inteira” (Jo 11,49-50) Assim precisa sacrificar Jesus
e fazer dele um bode expiatório. Não Deus, as autoridades religiosas e políticas querem sacrifícios.
Jesus deu a vida para recebê-la de
novo
Diante de Pilatos Jesus disse:
¨Minha realeza não é deste mundo (de poder). Eu nasci e vim ao mundo para dar
testemunho da verdade (Jo18,36-38). Dar
testemunho da verdade é o mais perigoso. Quem quer a morte de Jesus não é seu
Pai, mas os príncipes deste mundo. É a luta de Jesus contra o Satanás, que
representa os poderosos. Ninguém tira a sua vida, ele dá sua vida, mas vai
receber de novo pela Espírita Santa. Ele é o Cordeiro que carrega os pecados do
mundo que não acredita em Jesus. O poder gera a morte, o amor dá vida. O grão
de trigo, que cai na terra e morre, dá muito fruto.
“Desceu a mansão dos mortos”
Para os
Judeus a vida termina com a morte, os mortos encontram uma mansão embaixo da
terra. Ezequias declara: ¨Estou destinado às portas do Sheol. Pois o Sheol não
pode louvar –te nem a Morte celebrar-te, Os que desceram `w tumba não esperam
mais na tua fidelidade.¨ (Is 38,10-18). ¨No fundo do Sheol a esperança foi
soçobrarᨠ(Jó 17,16).
A vida humana
de Jesus não termina com a morte na cruz, mas com a sepultura, a mansão dos mortos.
II 5 Jesus ressuscitado
Ressuscitou ao terceiro dia:
Subiu aos céus, está sentado
A direita de Deus, Pai todo-poderoso,
Donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Símbolo dos Apóstolos
Ressuscitou
ao terceiro dia, conforme as Escrituras,
E
subiu aos céus , onde está sentado à direita do Pai.
E do novo há de vir, em sua glória,
para
julgar os vivos e os mortos;
e
o seu reino não terá fim.
O Símbolo Constantinopolitano
381
Antes do Vaticano II a igreja raramente
refletiu a importância da ressurreição para a salvação, só fala: “pela santa
cruz salvaste o mundo”.
a) Ressuscitou ao terceiro dia
Marcos 16, 1-8:
As mulheres querem ungir o corpo de Jesus. O túmulo de Moises não foi encontrado, o
corpo de Elias foi arrebatado, o túmulo de Jesus está vazio.
Um jovem manda às mulheres contar aos
discípulos que o ressuscitado vai à
frente deles para Galileia. Três vezes Jesus tinha ensinado que o Filho do
homem deve ser morto, mas ressurgirá. As mulheres, assustadas, disseram nada a
ninguém. Por isso há um apêndice.
Mateus 28,
1-10
Diante do anjo
os guardas tremeram de medo e ficaram como mortos. Diante do Ressuscitado todos
os poderosos do mundo com suas armas ficam como mortos.
Agora Jesus mesmo aparece às mulheres e disse:
”Vão anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia.” Agora as
mulheres partiram.
Da montanha em Galileia Jesus manda os
discípulos para o mundo inteiro, para fazer discípulos entre todos os povos,
agora em nome do Pai e do Filho e da Espírita Santa.
Ele estará com os discípulos todos os dias até
a perfeição dos tempos, da renovação do
mundo (19,28), Mt não fala de uma segunda vinda. Mt 28, 16-20.
Lucas 24
(e João): o lugar privilegiado da ressurreição é Jerusalém. As mulheres não
encontram o corpo de Jesus. Os discípulos não acreditam o que as mulheres
disseram.
Dois discípulos saem de Jerusalém
para Emaús. No caminho Jesus acompanha ¨os do Caminho¨ (cf. At 92), o tema importante de Lc, veja os 10 cap. sobre o
caminho para Jerusalém. Ele aparece como
um estrangeiro, explica a Bíblia e partilha o pão. Agora reconhecem Jesus. Eles voltam e comunicam o que passava no
caminhos. Lc 24, 13-35.
Jesus aparece aos Onze,
mostra os pés e as mãos, veja o Tomé no Evgl. de João. Tenham uma coisa pra
comer? Ele os manda para o mundo Lc
24,36-48.
Nos Atos Jesus aparece aos
apóstolos durante 40 dias e fala do reino de Deus eles receberão a força da
Espírita Santa e serão testemunhas. Jesus há de vir do mesmo modo como o vistes
partir. (At 1, 1-11).
João:
O Evgl.
não falar da ressureição, fala da vida Jesus tinha avisado: Eu dou a minha vida para recebê-la do novo
(10,18), ¨Porque eu vivo e vós vivereis¨ (14,19)
Jo 20,19-29: A aparição acontece no primeiro dia da semana.
Jesus dá a paz e sopre Espírita Santa é
uma missão: ”Eu também envio vocês”. O essencial da missão para todos os
discípulos:: Perdoar os pecados àqueles que se convertem.
Os discípulos só falaram, que viram o
Senhor, sem mencionar as chagas. Tomé só quer acreditar se Jesus é o mesmo que
sofreu, a identidade do Vivo são suas chagas, Jesus não é um poderoso, mas o
Filho do homem que fica com as feridas no meio dos seus irmãos. Tomé é chamado incrédulo, porque quer ver, ele
representa os futuros discípulos, que
acreditam sem ter visto Jesus.
No apêndice Jesus aparece a beira do
lago de Tiberíades como um homem que pede comida ( 21, 1-14).
Nos cap.15-17 do Evangelho João
mostra a vida da comunidade do discípulo amado: permanecer no amor do mestre,
amar como Jesus amou, enfrentar o ódio do mundo. Outra advogada, a Espírita
Santa é testemunha de Jesus, lembre tudo o que Jesus disse e fez e introduz no futuro.
Pedro pode ser pastor, se ama., vai
ser conduzido para onde não quer. O discípulo
amado fica até Jesus venha, o amor não morre. (21, 15 - 23)
b) Ressuscitou
por nós, para a nossa salvação
O símbolo
da fé explicou o sentido da encarnação e morte de Jesus: por nós, para a nossa salvação.
Parece, que a ressurreição não tem significado por nós e para a nossa salvação.
Mas
vários textos mencionam este sentido:
(Deus) ¨com ele (Cristo) nos ressuscitou¨ (Ef
2, 6)
¨Com
ele (Cristo) ainda ressuscitastes¨ (Cl
2,12)
¨Deus
Pai, pela ressurreição de Jesus Cristo nos fez nascer de novo¨( 1 Pd 1, 3-5).
Pedro e João testemunham nos Atos “O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, que vós matastes suspendendo-o
no madeiro. Foi a ele que Deus exaltou por sua destra como Príncipe e Salvador,
para conferir a Israel a conversão e o perdão dos pecados... nós somos
testemunhas deste acontecimento, nós e o Espírito Santo”. (At 5,30-32; 10,40-43;)
Pedro e
João são judeus e falam aos judeus para os quais a salvação acontece pelo cumprimento
da Lei, circuncisão etc. Eles não tratam deste assunto. Contrário Paulo, também
judeu, enviado aos gentios. Veemente ele defendeu que a salvação vem da fé em Jesus
e não pela Lei.
¨Pelo batismo fomos sepultados
com ele (Jesus) na morte, para que, assim como Cristo foi ressuscitado dos
mortos por meio da glória do Pai assim também nós possamos caminhar numa vida
nova. Só uma vez aparece na carta crucificado: ¨o nosso homem velho foi crucificado¨(6,6). ¨Mas se
estamos mortos com Cristo, acreditamos que também viveremos com ele¨ (Rm
6,4-11).
¨Agora, a lei do Espírito, que dá a vida em
Jesus Cristo, libertou-me da lei do pecadp e da morte¨(8,2;). ¨Não estais sob o
domínio da carne, mas do Espírito de Deus que mora em vós¨ (8,9). Não recebemos
um espírito de escravas, que conduz ao medo, mas um Espírito que faz de nós
filhos adotivos pelo qual clamamos: Abba ( 8,15-16).
Na Assembléia em Jerusalém ( At 15,5-35) foi decidido,
que os gentios não precisam cumprir a Lei, a Lei não salva mais, em vez a fé em
Jesus, que precisa se realizar na prática do amor.
c)
Subo para o meu Pai, que é vosso Pai
Começamos com os relatos de Lucas,
que conhece os 40 anos das tribos no deserto, os 40 anos de Elijas no
deserto, os 40 dias de Jesus na tentação, agora 40 dias da aparição do
ressuscitado aos discípulos, até foi arrebatado (At 1,11) como Elijas. A
ascensão será a última aparição do Ressuscitado. Estêvão confessará: ¨Eis que
eu contemplo os céus abertos , e o filho do homem de pé, á destra
de Deus¨ (At 7,56). Parece que tudo se trata só de Jesus.
Porém o que
significa isso para nós? Como nós, os seres humanos, se aproximar
de Deus? Como teremos acesso a Ele? Como se aproximar deste Mistério?
Se pensamos na epistola aos Hebreus, O sangue de Cristo, que pelo espírito
eterno, se ofereceu a Deus como vítima sem mancha , para servir ao Deus
vivo (Hb 9,14). Temos acesso ao santuário (10.19) Isto é típico da doutrina da
fonte sacerdotal na primeira aliança.
O
Salmista (Sl 51) reza diferente: ¨Não gostarias que eu oferecesse um
sacrifício, o sacrifício que Deus quer é um espírito contrito, um coração
despedaçado, triturado¨. O nosso culto espiritual, na Espírita Santa, significa
si mesmo oferecer em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12, 1).
No Evgl. de João não aparecem nem sacerdote nem
sacrifício. Na sua despedida Jesus dizia aos discípulos: ¨Eu saí do Pai
ao passo que agora vou para o Pai¨ (16,28), ¨eu vou e venho a vós¨ ¨É de
vosso interesse, que eu, se eu não partir, o Paráclito não virá a vós(
16,7) Agora a Espírita Santa é claramente uma pesssoa e não uma força ou graça.
O Pai enviará a advogada, a Espírita Santa em meu nome (Jo 14,26)
Jesus aparece primeiro a Maria Madalena (Jo 20, 1-18). Pedro e o
discípulo amado se afastaram do túmulo, um comentarista: eles ainda não
entenderam a ressurreição. Maria fica chorando. Jesus: ¨Mariam¨! Mariam:¨
Rabuni¨! Uma mulher anunciará o novo aos homens.
Primeiro ¨Vai ter com os meus irmãos...¨ Os
discípulos agora são chamados de irmãos, sem hierarquia, todos iguais, homens,
mulheres, irmãos de Jesus.
Secundo: ¨Subo para o meu Pai, que é vosso
Pai, para o meu Deus, que é vosso Deus .¨ Na sua oração disse Jesus: ¨Eu te glorifiquei
sobre a terra, concluí a obra que me deste de fazer. Agora, Pai, glorifica-me
junto de ti¨ (Jo 17,4). Jesus volta para seu Pai, que durante
toda a sua vida estava em diálogo estreito com seu Pai, glorificou-o quando foi
levantado, baixando o Satanás, o príncipe deste mundo, dando vida àqueles que
creem nele, Assim ele veio do Pai e volta ao Pai.
Terceiro: o Pai de Jesus é
também nosso Pai, temos acesso a Ele como irmãos de Jesus. Quando depois o Vivo
aparece aos seus irmãos, é sempre com o Pai dando a Espírita Santa.
d) Há
de vir para julgar os vivos e os mortos.
Para
Paulo a vinda do Senhor (parusia) está bem perto: ”Nós, os vivos, que
houvermos ficado até a vinda do Senhor, não precederemos do modo nenhum os que
morreram” (1 Ts 4,15) Após de anunciar o Senhor ao mundo, ele
se manifestará como ele se manifestou a Paulo.
A vinda do Senhor, ou o dia de Jesus Cristo é o grande tema dele: “Falam
também de como vocês esperam que Jesus venha do céu, o filho de Deus, a quem
Deus ressuscitou dentre os mortos. É ele que nos liberta da ira futura”. (cf 1
Ts 1,10; 2,19; 5,23;
Na carta aos Filipenses ele menciona o dia
do Senhor: 1,6,10; 3,20; 4,4-5; “O Senhor está próximo”.
Os Coríntios “esperam a Revelação de nosso
Senhor Jesus Cristo, para que vocês não sejam acusados no Dia de nosso Senhor
Jesus Cristo” (1 Cor. 1, 7-8).
A Vinda do Filho do Homem
Marcos
Jesus anuncia a ruína de Jerusalém (13,1-23).
Depois
dessa desolação eles verão O Filho do Homem vir. Ele ele reunirá seus eleitos
(13,24-37).
Mateus 19,27-36: Pedro pergunta; Qual será
a nossa recompensa? Jesus responde: ¨Por ocasião da renovação de todas as
coisas (não fala do fim do mundo) quando o Filho do homem tomar assento no seu
trono da glória, vós que me seguistes, também vós vos assentareis em doze trono
para julgar as doze tribos de Israel¨. Os discípulos são juízes junto com
Jesus, aqui para julgar as tribos de Israel. No reino discípulos participam do julgamento,
sentados nos tronos, são sacerdotes e reis. Mas sentar-se ao lado de Jesus
compete ao Pai, aqui na terra precisa beber o cálice (Mt 20,20-28).
MT
25, 31-46: Quando o Filho do Homem vier
em sua glória, acompanhado de todos os anjos, ele se assentará no seu trono diante
dele serão reunidas todas as nações. Ele aparece como um pastor que separa as
ovelhas dos cabritos. O juízo é o resumo de todo o Evangelho: ¨Eu tive fome
me destes de comer...¨
Lucas contava que os discípulos querem ver um dia do
Filho do Homem e não o verão (Lc 17, 22). ¨Mas o Filho do Homem quando vier, será que achará fé na terra¨? (Lc.18,8).
O julgamento definitivo no Evgl. de
João:
Deus não enviou seu filho ao mundo
para julgar o mundo, mas para que o
mundo seja salvo por ele (Jo 3,17 – 18).
Quem crê em Jesus tem a vida eterna,
já passou da morte para a vida. Até os mortos podem ouvir a voz do Filho e
viverão. Mas vem a hora, em que todos que jazem nos túmulos ouvirão sua voz.
Quem fez o bem, sairá para a ressurreição, quem praticou o mal, vai para o
julgamento (Jo 5, 24- 30).
Este
trecho deve ser um comentário de um discípulo, que lembra a teologia
tradicional sobre a ressurreição, o Evgl.
mesmo não fala da ressurreição.
Agora,
na Páscoa Jesus disse aos gregos: ¨É chegada a hora em que o Filho do homem
deve ser glorificado¨ (Jo 12,23).¨
Agora
é o julgamento deste mundo, agora o príncipe deste mundo será lançado fora¨ (Jo
12, 31).
O
levantamento de Jesus é o julgamento definitivo (12,23) Nem Deus, nem o Senhor
Jesus julga: Deus colocou Jesus como critério de escolha para o mundo, ou crer
nele ou não crer nele. Quem me rejeita, tem o seu próprio juiz. (12,48). Assim
nós mesmos somos os próprios juízes.
O Apocalipse
não fala de uma “secunda vinda de Jesus” ou para “o fim do
mundo, mas da presença daquele que esteve morto, eis que está vivo (Ap 1,18). ¨Eu estive morto, eis que estou vivo¨.
No
pensamento apocalíptico se realiza a esperança no juízo no presente A
ressurreição de Jesus é em primeiro lugar uma esperança para os crucificados da
história porque Deus ressuscitou um crucificado. “Não que qualquer um na frente
de todos foi ressuscitado, mas que é este condenado e abandonado, isto é o novo
e o escândalo da mensagem pascal” (Jürgen Moltmann)
Os
que estão sentados nos tronos
No Apocalipse 20,4-6 o
Vidente vê tronos e aos que sentavam neles sentados. Foi dado poder para fazer justiça. São aqueles que foram decapitados pelo testemunho
de Jesus e da palavra de Deus, mas vivem. São os mártires mas também que vêm da
grande tribulação e gritam por justiça (6,9). Ele reviveram e reinam com Cristo
mil anos.
Não se trate só de Israel,
mas das vítimas do Império, do mundo. Quer dizer, os profetas, os mártires, as
vítimas da história que foram injustiçados, são com o Filho do homem os juízes,
Podemos imaginar que Maria
também está sentada ao lado do Filho diz o Magnificat (Lc 1,46-55) questionando
o nosso comportamento.
Juízo final da morte e do lugar dos
mortos Ap 20,11-15
Deus aparece sozinho, terra e céu fogem de
sua presença. Deus julga agora os mortos. Eles estão de pé, o que não significa
ressurreição. Os mortos são julgados segundo o que está escrito nos livros,
Tudo o que a humanidade fez, está escrito. No livro não estão inscritos os predestinados para a salvação, o que conta
no juízo é a prática, a conduta, não boas idéias ou intenções.
Agora o mar devolveu seus mortos, a morte e o Hades devolveram os seus
mortos. Então a morte e o Hades foram precipitados no lago de fogo, igual ao
diabo. No novo céu e terra não haverá morte.
O que não entra no mundo novo fica aniquilado, reduzido a nada. ¨Não se
trata de um lugar eterno. Não pode haver um final negativo... Não poder haver
um mal eterno. Só o bem pode ser eterno.
O inferno é o aniquilamento total ¨
(Pablo Richard p. 282) o Espírito Santo”. Deus é o agente: Ele
ressuscitou Jesus. (At 5,30-32; 10,40-43;)
III Creio
no Espírito Santo,
Senhor
que dá a vida
e
procede do Pai e do Filho
e
com o Pai e o Filho é adorado e glorificado,
que
falou pelos profetas.
O
Concílio de Constantinopla 381.
III 1 Senhor, que dá vida
Ruach
no hebráico é feminino. O concílio
definiu: “to kyrion”, O artigo “to” é grego e neutro, nem masculino, nem
feminino, na língua latina se torna masculino: o Senhor. Na maioria das vezes o Novo
Testamento não usa o artigo, só diz ´Espírito´,
Espírito é uma força ou graça, que sai de Deus”. ¨Sempre
quando aparece sem artigo refere-se ao poder criador de Deus que transforma
situações e condições¨ (Ribla
44 p.55)
O concílio chama o Espírito Santo ”Senhor”
para designar, que ele é pessoa como o Filho e como o Pai que age: “conforme o Espírito lhes concedia que
falassem” (At 2,4)
Mas: ”Que
dá vida” é função da mulher, da mãe, não do homem que gera. Precisaríamos
falar: Mãe, que dá vida. O Concílio
não aplica à Espírita nem o título “deus” nem o atributo “consubstancial”.
Com
o advento do cristianismo o arquétipo feminino foi totalmente eliminado da
ligação com o divino, o atributo de sabedoria associado com Jesus e depois
transformado na terceira figura da trindade: O Espírito Santo como Senhor,
masculino.
A igreja ortodoxa preservou por um
bom tempo o título grego de Sofia como sendo a sabedoria divina dedicando-lhe
inúmeras igrejas. A Santa Sofia foi uma adaptação à Grande Mãe gnóstica
simbolizada pela pomba de Afrodite e
depois transformada no Espírito Santo”.
www. teiathea.org. Mirella Faur.
¨A helenização
do cristianismo levou também ao esquecimento do Espírito Santo. A cultura
helenista não oferecia nenhum lugar ao Espírito¨ . (Pablo Richard Apocalipse
p.40)
Símbolos para a Espírita Santa:
Vento ou sopro ou brisa que solta
dos depósitos (Sl 135,7): ¨O vento sopra onde quer, e tu ouves a sua voz, mas não
sabes nem de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que
nasceu da Espírita Santa¨ (Jo 3,8)
Água: No ultimo dia das festas
das tendas derramaram água no Templo, mas Jesus proclamava em voz alta: “Se alguém tem sede venha a mim e beba aquele
que crê em mim”. Como disse a escritura: “do seu seio jorrarão rios de água viva ” (Jo 7, 37-39).
Fogo: ¨Então lhes apareceu algo como
línguas de fogo¨ (At 2,3).
Pomba: A Espírita Santa pousa sobre
Jesus como uma pomba que voa no ar.
III
2) Ruach de Deus na criação
Na tradição profética Deus
JAVÉ modelou o ser humano “Adam” com
o pó do solo “Adama”, e “insuflou nas suas narinas o hálito da vida” (Gn 2,7).
A fonte sacerdotal diz: “O
sopro (ruach, atmosfera) de Deus pairava
no superfície das águas” (Gn 1,2).
O Salmo 104 louva a Deus por sua criação e
diz: “Retoma lhes o sopro, morrem” –
“envias o teu sopro, são criados”. A
Bíblia fala várias vezes que Deus criou tudo pela sua palavra e pelo sopro da
sua boca.
III 3) A Espírita fala pelos profetas
O símbolo da fé diz: “o Espírito falou pelos profetas”. citando Mt.1,22,
Profetas ou videntes são homens de Deus, sempre diretamente chamados por
Javé, eles são a porta-voz de Deus. “Javé tomou um pouco do espírito que estava
em Moisés para dá-lo aos setenta anciãos...” Moises replicou: “Oxalá todo o
povo de Javé se tornasse um povo de profetas, sobre o qual Javé pusesse seu
espírito” (Nm 17,24-29)
Mulheres também são
profetizas: Mirjam Ex 15,20; Deborá Jz 4,4; Huldá 2 Rs 22.14; Ana Lc 2,36;
Elijahu tinha espírito profético. Quando
foi arrebatado Eliseu, seu discípulo, disse: “seja-me concedida uma dupla parte do teu espírito” (2 Reis 2, 9;)
Isaias espera um rebento do tronco
de Jessé:
“Sobre Ele repousará o Espírito de Javé:
Espírito de
sabedoria e de discernimento,
Espírito de
conselho e de fortaleza,
Espírito de conhecimento e temor (Is 11)
Conhecimento
significa amor, temor significa respeito.
Isaias
II e III Javé
escolhendo seu Servo disse: “Pus sobre ele o meu Espírito” (Isaias
42,1) Um
Messias proclama “o Espírito de Javé
Deus está sobre mim porque Ele me ungiu” (Isaias 61,1-3). Messias
significa: “O ungido”, em grego “o Cristo”, os cristãos são os ungidos.
Um Espírito veio sobre Ezequiel, uma força divina, e o fez
ficar de pé (Ez 2, 2; 3, 12). Javé renovará o povo: “Eu vos darei um coração novo, e porei em vós um Espírito novo… Vocês
serão o meu povo, e eu serei o Deus de vocês”. (Ez 36,26-28)
Joel 3,1-5: “Derramarei o meu Espírito sobre toda a carne... filhos, jovens,
anciãos, servos e servas” Toda esta nova comunidade é profética.
O livro dos Provérbios no pós-exílio chama a Espírita
a Sabedoria: (Pr 8,22 - 36) “A Sabedoria” construiu sua casa, talhou suas sete
colunas... e pôs-se a gritar seu convite (Pr 9,1-6). Agora a sabedoria não é um
dom de Deus, mas uma pessoa, que está agindo, com a qual eu posso falar.
Neste livro a Sabedoria
também é personificada: “Pois a Sabedoria, artífice do universo, me ensinou”
(7,22) “Ela é autora de todas as coisas” (8,5). Ela é realidade intermediária
entre Deus e criação ou até mesmo uma pessoa divina. .
Os Rabinos ensinam que a “Schechina” - a dimensão feminina de
Deus – acompanhava os filhos de Israel no exílio para consolá-los. Os
israelitas a levaram junto a presença de Deus para o exílio. (Veja Is.63,14)
III 4) Jesus inspirado pela Espírita
A encarnação de Jesus pela Espírita
Santa
No
Símbolo dos Apóstolos: Jesus,
¨concebido da Espírito Santa¨. Espírita Santa virá sobre te e o poder do
Altíssimo te cobrirá (Lc 1,35) O que foi gerado nele é da Espírita Santa (MT
1). Falta um gerador homem, Deus, o Pai, gera o Filho. Espírita Santa dá vida a
Jesus em Maria.
A Espírita Santa na vida de Jesus
No Batismo Espírita de Deus (sem artigo)
desceu sobre ele sob uma aparência corporal “como uma pomba desce” (Mt 3,16,
João batizava com a água, Jesus batizará com Espírita Santa: “Aquele sobre o qual vires o Espírito descer
e permanecer sobre ele, é Ele que batizará na Espírita Santa” (Jo 1, 33).
Acontece uma revelação
trinitária: Uma voz vindo dos céus dizia: ¨Este é o meu Filho bem amado¨.
Repleto da Espírita Santa e
conduzido pelo Espírita: Jesus foi para o deserto (Lc 4,1)
Satanás, o espírito mau, é o
grande adversário de Jesus, Ele representa os poderes dos homens, muita gente
foi possuída pelos demônios. Jesus expulsa os demônios pelo dedo de Deus (Lc
11,20), em Mateus 12, 28 pelo Espírito de
Deus. Jesus vê o cair do céu.
Na sinagoga de Nazaré Jesus
cita Isaias: “o Espírito de Deus está
sobe mim porque me consagrou com a unção” (Lc 4, 18).
Jesus exulta sob a ação do Espírito Santo: ¨Eu
te louvo Pai por teres ocultado isto aos sábios e inteligentes..Lc 10,21).
¨Quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que lhe pedem¨ (Lc 11,33)
Jesus promete o pneuma ágion:
¨Ninguém
a não ser que nasca da água e do pneuma, pode entrar no Reino de Deus. O que
nasce da carne é carne, e oque nasce do pneuma é espírito.O vento sopra sopra
onde quer¨ (Jo 3,5-8).
No
último dia da festa das tendas Jesus proclama: ¨Se alguém tem sede, venha a mim
e beba. Do seu seio jorrarão rios de água viva¨ (Jo 7,37-39).
Ele
designava assim to pneuma que deveriam
receber os que creriam nele .Na sua
morte um dos soldados feriu-lhe o lado e saiu sangue e água. (Jo 19, 34).
Jesus pela Espírita Santa recebe a vida.
A 1. carta de Pedro 3,18 diz: ¨Sofreu a morte, mas
recebeu nova vida pelo Espírito¨. Paulo na carta aos Romanos: ¨Estabelecido,
segundo o Espírito Santo Filho de Deus com poder, por sua Ressurreição ¨ (Rm
1,4;) ¨Manifestado na carne, justificado no Espírito¨ (1 Tm 3,16).
III
5 Em nome do Pai Jesus, o vivo, sopra o pneuma
Soprando a Espírita Santa
No primeiro dia da semana Jesus veio, pôs-se
no meio deles e disse: ¨A paz esteja convosco¨.
soprou sobre os discípulos e lhes disse: “Recebei Espírito Santo” (Jo 20, 22. sem artigo),
O grande dom da Espírita
Santa ¨A quem perdoardes os pecados, ser-lhes-são perdoados: Ele autoriza a comunidade de perdoar pecados, caso
o pecador crê em Jesus e se converte.
Pentecostes: o cumprimento da
aliança
Em Jerusalém celebrava-se o dia de
pentecostes, cinqüenta dias após a Páscoa. Numerosas multidões de judeus, vindo
de numerosos países, comemoram a aliança de Javé com o povo de Israel no Horéb.
A montanha estava em chamas e Javé comunicou a aliança , ¨Ele se torna para ti
Deus, tu ti tornas para ele o povo (Dt.
26, 16-19;)¨,único caso na Bíblia de semelhante declaração dupla.
Todos os apóstolos com Maria, mãe de
Jesus e algumas mulheres estavam numa sala superior. Jesus tinha falado:
¨Permanecei na cidade até que sejais revestido, do alto, de poder¨ (Lc
24,45-53). De repente um ruído como de violento vendaval e lhes apareceu algo
como línguas de fogo pouso sobre eles, todos ficaram repletos do pneuma ágion e
falaram outras línguas. (At 2,1).
Cumpre-se a promessa da aliança com
todos os povos, não só com Israel. Agora para diante pousa o pneuma ágion sobre
todas as nações, a igreja nasce para aqueles que acreditam em Jesus.
O pneuma ensinará e recordará
¨O paraclito, to pneuma ágion, que o
Pai enviará em meu nome, vos ensinará e fará recordar tudo o que eu vos disse¨
(Jo 14,26). Primeiro: o pneuma lembra
tudo, o que Jesus disse, o que lemos nos Evangelhos e nas cartas. Ele é a
memória viva do Evangelho e do reino de Deus. Porém, precisa praticar pelo
amor. Sem a prática a fé é morte.
A advogada testemunha
Jesus estava acusado pelo poder
político, representado por Pilatos. Interrogado se ele é o rei dos judeus,
Jesus testemunha: ¨ Se minha realeza fosse deste mundo, os meus guardas teriam
combatido para que eu não fosse entregue aos judeus, Eu nasci e vim ao mundo
para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha
voz¨. (Jo 18, 33-37)
Um outro advogado:
¨Eu
rogarei aos Pai e ele vos dará um outro Paráclito, que permanecerá convosco
para sempre. É ela a Espírita da verdade¨. (Jo 14,16). ¨Quando vier o
Paráclito, que eu vos enviarei de junto do Pai, a Espírita da verdade, que procede do Pai, ele próprio
dará testemunha de mim, e por vossa vez, vós dareis testemunho,¨ (Jo
15,26). ¨ A comunidade amada é como uma
mulher dando á luz.
O Paráclito defende os discípulos diante dos tribunais do mundo: ¨Quando vier
o Paráclito que eu vos enviarei de junto do Pai, o Espírito da verdade, que
procede do Pai, ele próprio dará testemunho de mim, e, por vossa vez, vós
dareis testemunho¨ (15,26).
A advogada confundirá o mundo a
respeito do pecado, da justiça e do julgamento. Pecado é a incredulidade em Jesus. Justiça: o inocente
justo sofreu a maior injustiça do mundo: foi julgado como rebelde contra o
Império. Ele é o justo. O julgamento já aconteceu no levantamento de Jesus, um
pensamento apocalíptico, mas precisa ser realizado na história pela advogada e
pelos mártires. ¨Quem me rejeita e não
recebe as minhas palavras tem o seu juiz¨ (12,48). O “último julgamento”
realiza-se na própria pessoa. O mundo do poder se julga a si mesmo. A Espírita
da verdade vai guiar para a verdade plena
As testemunhas, os mártires: (16,16-33) O Evangelho fala 33 vezes de testemunhar
(martirein em grego), 14 vezes do testemunho (martírio).. A hora do julgamento
já aconteceu no levantamento de Jesus. Jesus tinha dito aos gregos, que
desejaram o ver: ¨Agora é o julgamento deste mundo, agora o príncipe deste
mundo será lançado fora. Quanto a mim, quando eu for elevado da terra, atrairei
a mim todos os humanos¨ (Jo 12,,31). Se o grão do trigo que cai na terra, morre
produzirá fruto em abundância. Os discípulos atestam que o julgamento definitivo
já aconteceu no levantamento de Jesus
No
último dia da festa das tendas Jesus proclama: ¨Se alguém tem sede, venha a mim
e beba. Do seu seio jorrarão rios de água viva¨ (Jo 7,37-39).
Ele
designava assim to pneuma que deveriam
receber os que creriam nele .Na sua
morte um dos soldados feriu-lhe o lado e saiu sangue e água. (Jo 19, 34)
Jesus pela Espírita Santa recebe a vida.
A 1. carta de Pedro 3,18 diz: ¨Sofreu a morte, mas
recebeu nova vida pelo Espírito¨. Paulo na carta aos Romanos: ¨Estabelecido,
segundo o Espírito Santo Filho de Deus com poder, por sua Ressurreição ¨ (Rm
1,4;) ¨Manifestado na carne, justificado no Espírito¨ (1 Tm 3,16)
IV. Creio na Igreja
Símbolo dos Apóstolos:
Creio na santa igreja católica
O símbolo de Constantinopla 381
Creio na igreja, uma, santa, católica e
apostólica.
No
pos-exílio, quando não existia mais Israel e Judá como estado, se usava o termo
“qahal” para designar a assembléia religiosa dos judeus no exílio nos diferentes países. A LXX
traduz o termo qahal por ecclesia (igreja). Paulo aplica este termo às
comunidades: 1 Ts 1,1; 1 Cor 1,2; Gl 1,2.
Nós cremos em Deus Pai, em Jesus
Cristo e no Espírito Santo. Crer em alguém significa se entregar
totalmente no outro. Só podemos nos
entregar em Deus, não numa outra
pessoa ou instituição humana. Nós cremos na igreja enquanto ela é resplendor
e expressão da Trind
IV 1) As igrejas na história
A igreja: mãe em Jerusalém:
A igreja: mãe em Jerusalém:
Quando
Lucas escreveu os Atos já tinha comunidades, os fies foram chamados ¨os do
caminho¨. Lucas quis fundar todas as igrejas na igreja mãe em Jerusalém pela
efusão -do Espírito Santo.
As igrejas
irmãs
Início da Igreja em Antioquia: De Jerusalém os
apóstolos caminhavam pelo mundo inteiro espalhando a boa notícia. A primeira
igreja irmã é a igreja de Antioquia, onde os discípulos receberam pela primeira
vez o nome de Cristãos (At 11,19-27)
Sete igrejas no Apocalipse: No final da cada carta às igrejas se diz: ” Graça
e paz d´Aquele que é, dos sete espíritos – o Espírito em sua plenitude – e da
parte de Jesus Cristo (1,4).¨O que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às
igrejas¨. São sempre igrejas locais, ligadas à igreja mãe de Jerusalém.
A igreja síria:
No Concílio de Calcedônia 451
se separou a igreja santa apostólica católica síria do Oriente da igreja do
Ocidente, de Roma.
A igreja ortodoxa
A igreja ortodoxa
Entre
Roma e Constantinopla sempre tinha rivalidade, não por causa da Ortodoxia, mas
por causa o poder. Nos anos 800 o Papa em Roma fez o rei dos francos, Carlos
Magno, imperador dos romanos contra a hegemonia de Constantinopla.
O concílio de Nicéia definiu: Creio no
Espírito Santo que procede do Pai. Os
francos acrescentavam ¨e do Filho¨. No século XI até em Roma se cantou ¨e do
Filho¨. Os orientais eram convencidos que isso é herético, só eles são ortodoxos. 1054 a Igreja Oriental e
Ocidental cismaram-se.
A Igreja Oriental fica com o nome ¨Igreja Ortodoxa¨.
A igreja católica romana da cristandade
A partir de Constantino e Teodósio 391 a
igreja se tornou igreja do Império: típico o sonho dele sobre a cruz como sinal
da vitória:
A cruz muda o sentido: a cruz, sinal das vítimas,
vira o sinal dos vencedores.
A igreja perseguida vira a igreja
perseguidora.
Una:
Agora não tem mais diferentes igrejas, elas estão unidas, só há uma igreja como
só há um Império. Mais tarde os papas em Roma centralização a igreja pela
doutrina, liturgia e lei canônica.
Santa: A igreja serve para a
salvação do Império. A igreja, santificada pela Espírita Santa é no mesmo tempo
pecadora.
Católica: Agora a igreja faz parte do
Império que domina o mundo helenista e persegue os dissidentes. O extremo oriente
fica fora do alcance. A igreja deve abranger todos os povos com as suas
diferentes culturas.
Apostólica:
Antes a igreja estava fundamentada sobre o testemunho dos apóstolos e profetas.
Agora vale a sucessão dos papas sem
interrupção desde Pedro.
Carlos
Magnus (800) matou os Saxões com a espada para incorporá-los no seu império. O
imperador nomeou bispos e papas.
O Papa Urbano II (1005) pregou a
primeira cruzada contra os muçulmanos.
O Papa Gregório (1073-1085) estava no
ponto culminante do poder da igreja, ele tem duas espadas, empresta uma ao imperador.
Porém, sempre tinha gente que quis
reformar a igreja como São Francisco (1181) que vivia uma pobreza extrema.
A inquisição perseguiu os
dissidentes,em1332 depende direto de Roma, a mais terrível foi na Espanha para
controlar judeus e mouros.
Com Cristóvão Colombo (1492) começa a
conquista da América latina os índios foram forçados a ser batizados. Aristóteles tinha ensinado um estado
piramidal: aqueles que dominam, aqueles que são dominados. A igreja com a sua
hierarquia ensinou o purgatório para as penitentes e o inferno para os que não são batizados.
Porém Las Casas em Valladoid 1550
falou: ¨Adeus, Aristóteles¨.
Na ciência os filósofos buscam a
sabedoria do mundo. Os gregos como Aristóteles e até Tomás de Aquino, querem
provar Deus pela raciocínio humana. ( cf 1 Cor. 1,18-25).
A igreja é uma sociedade perfeita.
Fora da igreja não há salvação.
Com a revolução francesa 1789 acabou a
união estado igreja. A monarquia perde à democracia.
Não esquecemos a importância dos
mártires, especialmente na América- latina.
As igrejas protestantes
Martin Lutero 1483 – 1546 em 31 de outubro de 1517 divulgou 95 teses
contra as indulgências. Colocou suas teses publicamente nos muros da faculdade
de teologia de Wittemberg. Foi o primeiro passo da separação dos “Protestantes”
d igreja católica..
Calvino (1509-1564) fez da
cidade Genebra uma sociedade totalmente religiosa e cristã, estabelecendo uma
igreja sem bispos, somente com presbíteros, por isso a igreja será chamada “Presbiteriana”.
O Calvinismo se espalhou na França, Alemanha, Holanda, Inglaterra e Estados
Unidos. A tradição Calvinista é a alma do cristianismo nos EUA. As igrejas
Presbiterianas têm uma organização mais democrática.
A Igreja da Inglaterra ou Anglicana Em 1565 a Igreja da Inglaterra
publica sua própria profissão da fé, ela se parece mais com a igreja católica
do que com os Luteranos e Calvinistas.
A Igreja Metodista No século XVIII, as vésperas da revolução industrial
houve mais uma reforma importante nas classes populares da Inglaterra. Apareceu John Wesley. (1703 - 1791) Dele nasceu uma igreja nova
chamada Metodista.
As Igrejas Batistas Para alguns Lutero não era bastante radical, ele
estava demais ao lado dos príncipes. Tomas Munzer apoiou as revoltas dos
agricultores. Nos EUA muitos negros são
batistas.
Os
Adventistas Dos batistas saíram
os adventistas, um pastor batista Willian Miller anunciou em 1833 que Jesus
devia voltar no dia 21 de março de 1844, mas Jesus não chegou.
Os Pentecostais Foi nos EUA, entre 1906 e 1910, que apareceram as primeiras manifestações do batismo do Espírito Santo e os “êxtases” ou “curas”, fundaram comunidades: Assembleia de Deus, Congregações Cristãs, e assim por diante.
Cantar, gritar, falar, sem querer, etc... Os pentecostais se sentem rodeados de forças
sobrenaturais. Sabem que os demônios estão presentes. Por isso expulsam
demônios.
A Iluminação substituiu a doutrina da igreja pela raciocínio
humana. A secularização acaba com a cultura cristã.
A nova religião é o capitalismo. Prevalece uma indiferença a religião ou um puro ateísmo.
A Igreja católica perdeu a sua
credibilidade, muitos membros largaram a igreja ou escolhem outra igreja como
no Brasil. Mas estas novas igrejas muitas vezes ficam ligado ao estado, ao
poder e ao dinheiro.
As CEB´s no Brasil são um sinal de
viver uma igreja autêntica dos pobres.
Largar a igreja não é a
solução.
Voltar às raízes é o
remédio.
IV 2) A
Igreja manifesta a comunhão trinitária
“Sem o Espírito, Deus fica longe, Cristo permanece no passado, o
Evangelho é letra morta, a Igreja é uma simples organização, a autoridade é
domínio, a missão é propaganda, o culto uma simples lembrança e o agir cristão
uma moral de escravos.¨
¨Mas, no Espírito, o mundo
aguarda o reino, o homem luta contra o mal, O Cristo ressuscitado está
presente, o Evangelho é força vital, a Igreja manifesta a comunhão trinitária ,
a missão é Pentecostes, a autoridade é serviço, o agir humano é
divinizado. Com Ele, a igreja e o mundo
inteiro gritam com todo o seu ser: Vem,
Senhor Jesus¨.
(Ignácio
Hazim – Metropolita da Síria – em Upsala 1968).
A igreja o sacramento original
A igreja de todos os povos,
inspirada pela Espírita Santa, é o sacramento fundamental, dela brotam os sete
sacramentos. A igreja está em serviço da salvação do mundo. A Igreja não é uma
sociedade perfeita, nem idêntica com o reino de Deus, ela é enviada para
proclamar o reino de Deus.
A
igreja não pode mais dominar as outras religiões com a sua doutrina da
perfeição., (Papa Paulo VI). Reconhecendo o valor da outra religião a igreja
pode reconhecer melhor o valor da própria fé.
A igreja
reconhece a possibilidade da salvação dos não-cristãos e exige entendimento
mútuo. “A igreja católica não rejeita
nada o que nestas religiões é verdadeiro e santo”. (Nostra Aetate)
Ela é provisório: O vidente do
Apocalipse vê um novo céu e uma nova terra, descendo do céu, uma nova
Jerusalém, preparada como noiva do Cordeiro.
“Esta é a tenda de Deus com os homens, (Ap 21, 3-4). Nenhum templo, porém, vi na cidade.”
(Ap.21,22). Uma visão que abrange o
universo, Israel e a igreja e todos os povos, sem divisão entre o sacro e o
profano, entre o impuro e santo.
A
igreja manifesta a comunhão trinitária.
a) A igreja renasce da Espírita Santa
Na doutrina e vida da igreja a
Espírita Santa quase não está presente. O que mais preocupa é sua conservação e
manutenção, sua perfeição.
¨Necessário vos é nascer do alto, da Espírita
Santa para entrar no reino de Deus. O vento sopra onde quer¨ (Jo 3,,5-8) A igreja não tem o poder sobre a
Espírita Santa, ela sopra onde quer. No Evgl de João Jesus não foi batizado com
água. Ele batiza com a Espírita Santa que supera os limites da igreja.
Também o reino de Deus sumiu do
anuncio da igreja, ela se colocou como o reino perfeito. A igreja porém é chamada a anunciar o reino de
Deus que é como uma semente que cai na terra, como um tesouro que estava
escondido num campo (Mt 13).
Ela
é outra Advogada:
Jesus foi o primeiro advogado. “O Pai vos dará outro “Paráclito”, advogado”, ou
melhor, outra advogada (Jo 14,16). Ela acompanha a igreja como defensora diante
do tribunal dos poderosos do mundo como consoladora, que consola a igreja pobre
e fraca como uma mãe. (Jo 14, 15-20).
As testemunhas: Ela dará testemunho de
mim, e por vossa vez, vós dareis testemunho (15,27; At 15,27).
¨O que tem
ouvidos ouça
o que a
Espírita Santa diz às igrejas ¨(Ap
2,7)
b) O corpo
de Cristo
Paulo faz uma comparação: ¨Todos
nós fomos batizados em um só Espírito, para formamos um só corpo. Ora, vós sois
o corpo de Cristo, e sois os seus membros, cada um no que lhe
cabe¨
Os membros fracos precisam mais atenção.Paulo recorre à cultura helenística: o
corpo humano é imagem do corpo social.( 1Cor.12, 13-27; Rm 12,5;))
A
videira e os ramos:
Isaias comparava Judá e Jerusalém
com a vinha de Javé. (Is 5, 1-7) Agora para a comunidade de João Jesus é a
verdadeira videira, nós somos os sarmentos (ramos), o Pai é o agricultor, que
corta os ramos secos e poda os ramos vivos. Se pensamos em termos trinitários,
falta a Espírita Santa. Ficando nesta imagem ela é a seiva que dá vida a tudo.
O Evgl toma como exemplo o trabalho na vinha.
O Pai julga, não os discípulos, nem a igreja. Deixai crescer o trigo e o joio
até a ceifa (Mt 13,24-30).
Jesus é a vinha, ele é a verdade,
caminho e vida, e não a igreja. Os ramos
somos nós, precisa permanecer nele. (15,1-7).
A igreja é chamada dar fruto,
vida, ao mundo. Unidos nele daremos fruto: o amor que não é poder. Amar como
ele nos amou, que deu a sua vida por seus amigos. (5,11-17)
A
comunidade, a igreja, participando da vida trinitária, é como uma mulher em
dores de parto, passa da aflição para a alegra (16,16-33). Deixemos as imagens
de corpo e vinha.
Os irmãos mais pequeninos de Jesus:
O Filho do homem reunirá todos os
povos (Mt 25,31-46), um juízo universal. Os justos perguntarão: ¨Quando é que
nos sucedeu ver-te com fome, sede, estrangeiro, nu, doente, na prisão? Então o
rei responderá: ¨Toda vez que o fizestes a um destes mais pequeninos, que são
meus irmãos, foi a mim que o fizestes¨.
Fora dos pobres não tem salvação (Jon
Sobrinho).
Para
não criar um Jesus ressuscitado à nossa imagem e gosto precisa voltar para
Galileia (Mc 16,17)
¨Se não voltamos ao Evangelho, Jesus não vive
em nós¨ (Charles de Foucalud) .
a) O Pai de Jesus é também nosso Pai
Jesus
exultou sob a ação do Espírito Santo e disse: ¨Eu te louvo, Pai, senhor do céu e da terra,
por teres ocultado isso aos sábios e aos inteligentes e por tê-lo revelado aos
pequeninos. Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai a
não ser o Filho¨ (Mt 11, 25-27 Lc 10,21-22).
Não se chamem pai, só tem um pai no céu, (Mt
23,9)
Jesus disse a Maria de Mágdala: ¨Vai
ter com os meus irmãos: Subo para o meu
Pai, que é vosso Pai¨ (Jo 20,17). Ele
tinha mostrado: ¨Quem me viu, viu o Pai¨.
Este Pai não é um Pai
todo-poderoso, nem paternalista mas um
Pai compassivo com os seus filhos e filhas, um amigo. Jesus mostra o seu Pai a nós.
Devemos aprender rezar o ¨Pai nosso¨ como Jesus rezou e comunicou com seu Pai.
Quando judeus foram enforcados
num campo de concentração, os outros deviam ver este crueldade. Um jovem lutou
contra a sua morte. Alguém perguntou: ¨Onde está Deus¨? O Vizinho replicou: ¨Lá
na forca¨.
V Creio na comunhão dos Santos,
na remissão dos pecados,
Símbolo dos Apóstolos:
“Professo
um só batismo
para o perdão dos pecados”,
O
Símbolo de Nicéia e Constantinopla
Agora se diz: “professo um só batismo”, por que é um
ato publico da fé, O termo sacramento
foi usado no juramento dos soldados e significa um compromisso sério.
Pedro nos Atos 2,38: “Convertei- vos: receba cada um de vós o batismo no nome de Jesus
Cristo para o perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírita Santa¨.
V 1) O que é
pecado:
a) Na tradição profética:
a) Na tradição profética:
Pecado significa: não
conseguir um objetivo, errar o alvo, falhar. Assim a queda de Adão e Eva é uma
falha (Gn 3,1-7). Não se fala do pecado original, mas da queda. Não conseguimos
usar a nossa liberdade para o bem.
Mas fala também das nossas faltas, dívidas, culpas, omissões. ¨Feliz
aquele a quem Javé não computa falta¨ (Sl 32, 2 e 5). No Sl 51,3: ¨Apaga minha
culpa¨. Sl 85,3: ¨Suprimiste a falta do teu povo¨.
O
pecado mais grave é a ruptura da aliança, que Deus fez com
o povo, é a infidelidade do parceiro.
Moises diante de Javé: “Infelizmente, esse povo cometeu um grande
pecado: fizeram para si deuses de ouro” (Ex. 32, 30-35).
b) Na tradição sacerdotal
Pecado é a violação da Lei, seja consciente o
inconsciente. Existem 365 proibições e 240 prescrições. Quem não observa a Lei,
não tem acesso ao templo, é um pecador como doentes e estrangeiros Agora pecado
é cultual e não mais moral.
O pecado gera uma desordem
que exige a reparação: ¨Quando alguém está pecando por inadvertência¨ (Lv5,14-26)
deve trazer um carneiro.¨ Os sacrifícios restituem a ordem.
São os escribas e os sacerdotes no tempo de
Jesus, que acusam e querem condenar: “A lei de Moises ordena que tais mulheres
sejam apedrejadas” (Jo 8,1-11). Até mesmo os discípulos diante de um cego
perguntam: “Quem pecou, ele ou seus pais?” (Jo 9,3)
c)
Pecado na nova Aliança
Nunca escutamos que Jesus acusava alguém
de ser pecador. Jesus se preocupa com os miseráveis do mundo (Mt 5,1-11),Jesus
não acusa, antes defende e perdoa pecados: “Meu filho, os teus pecados estão
perdoados”. Jesus come e bebe com os coletores e pecadores, mostra a
solidariedade com eles, ele não veio chamar justos, mas pecadores (Mc 2,13-17).
Contra seus adversários Jesus só fala: “Ai
de vocês”.
Pecado
é não acreditar em Jesus:
O Espírito confundirá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do julgamento:
Quem é pecador? “Porque eles não creem em mim” (Jo 16,9).
Jesus é o justo (Jo 16,10). ¨Quem crê nele não
é julgado: quem rejeita Jesus e as suas palavras tem o seu juiz (Jo 12,48).
Crer nele é uma decisão própria da pessoa.
“Falar contra o Espírito
Santo: isto não lhe será perdoado”.
Secundo tuas palavras serás justificado ou condenado (Mt 12,32-37).
V 2) A
salvação é perdão dos pecados
Na ideologia greco-romano não
há perdão. Deus não perdoa, sua justiça foi violada e deve ser restituída.
João Batista veio ¨para dar ao seu povo conhecimento da
salvação por meio do perdão dos pecados¨ (Lc 1,77).
Jesus perdoa:
Os
escribas argumentam: “Quem pode perdoar os pecados a não ser Deus só?” (Mc.
2,1-12). O Filho do Homem tem autoridade para perdoar os pecados. Sua
autoridade vem do Pai, que não condena o mundo mas salva, que não faz o
julgamento, mas entregou ao Filho do homem (Jo 3,17-18).
A carta aos Colossenses
(2,13-14) escreve: ”Ele nos perdoou todas as nossas faltas, cancelou o
documento de nossa dívida, com suas cláusulas contra nós, e o anulou, pregando-o
consigo na cruz.” A 1.Carta de Pedro (2,24)diz: “Em seu próprio corpo carregou
nossos pecados sobre o madeiro”.
Perdoar depende do pedido:
Perdoa-nos os nossos pecados. Quem não
pede perdão, não pode conseguir perdão.
Na Eucaristia celebramos o cumprimento da
aliança: “Este é o meu sangue da aliança, que se derrama por muitos para o
perdão dos pecados” (Mt 26,28).
Jesus
dizia na cruz: Pai, perdoa, eles não sabem o que fazem (Lc 23,34)
A carta aos Hebreus anula a oblação dos
sacrifícios ¨Ora, onde houve perdão, já não se faz a oblação pelo pecado¨ (Hb
10,18).
V 3) O dom da Espírita Santa
A Espírita Santa é o perdão
dos pecados (At 2,38).
No Evgl. de João Jesus sopra
sobre os discípulos e diz: ¨Recebei Espírita Santa. A quem perdoardes os
pecados, ser-lhes-ão perdoados..¨(Jo 20, 22-23).
Este anúncio se dirige a a
todos os discípulos. Nã se fala de um sacramento nesse Evangelho. Condição do
perdão é o pedido e a conversão. Outra vez não há perdão.
Nós pedimos no Pai nosso:
Perdoa a s nossas dividas (ou ofensas) assim como nós perdoamos aos nosso devedores.
O perdão é a nossa arma espiritual contra as armas bélicas, que só produzem
vingança.
VI Creio na ressurreição da carne,
e na vida eterna, Amem
Símbolo dos Apóstolos:
E
espero a ressurreição dos mortos
e
a vida do mundo que há de vir. Amem.
Símbolo Constantinopolitano:
O Símbolo Niceno -
Constantinopolitano não diz ¨creio¨ mas: “espero”,
espero no futuro, é uma esperança nas promessas de deus.
O símbolo não fala de uma alma imortal mas da
ressurreição dos mortos, não fala do fim do mundo, mas e da vida do mundo que a de vir, não se fala de um mundo do Além como muitos pensam.
VI 1) Esperar contra toda esperança
A igreja se espalhou no mundo greco-romano com
pensamentos gnósticos. No pensamento grego o cosmos era a ordem no universo, a
ordem suprema. Para a Gnose existe um dualismo radical entre a Divindade e o
Cosmo ou mundo: o cosmos é desordem, mau, ruim, hostil, significa escuridão e
morte, inferno. Pela ignorância surgem
escassez e sofrimento. O corpo é perecível, corrupto, a alma é eterna e
imperecível. Na morte a pessoa espera a libertação da alma do corpo. Impossível
pensa que a alma volta no corpo na ressurreição.
Flavio
Josefo cita no seu livro ¨História da
guerra judaica¨ o
líder Eleazar defende um suicídio coletivo com pensamentos gnósticos:
¨
Não a morte, a vida é uma desgraça para os homens. Pois a morte dá liberdade às
almas e abre o acesso ao lugar puro, onde não há mais sofrimento. Enquanto a alma está presa
no corpo mortal, ela deve ser na verdade morta,
pois a ligação do divino com o mortal é contra a natureza. Mas só quando
ela está livre do peso que puxa para a terra ela chega á verdadeira pátria, que
fica invisível aos olhos humanos como Deus. A prova disso é o sono, quando a
alma imperturbada do corpo goza do supremo repouso¨ . (Reclam, Leipzig 1994 p. 496)
O pensamento da igreja foi influenciado por
estes pensamentos. O catecismo romano antigo começou com a pergunta: “Para que
estamos na terra?” A resposta foi: “Para cumprir a vontade de Deus e assim
entrar o céu”. A vida em si não tinha valor. A esperança se dirige ao Além da
criação.
Em M 19,28; Jesus fala por
ocasião da renovação de todas as coisas, um termo apocalíptico (também Tt 3,5),
que significa ¨a regeneração da humanidade e do universo ao fim da economia
atual¨ (TEB)
VI 2) Espero
a ressurreição dos mortos:
Israel não tem esta visão
pessimista: Deus é bom, criou céu e terra, ama a sua criatura, acompanha os
caídos e salva finalmente se fez carne.
O mal é resultado da liberdade das cobiças
humanas. Na luta até o martírio contra o poder da morte surge a esperança na
ressurreição.
A esperança na ressurreição
surge na perseguição e no martírio dos Macabeus na perseguição dos Gregos por
volta de 175 a.C. No livro 2 Mc 7 se conta de uma mãe com sete filhos. Um deles
disse “estamos prontos a morrer, antes de
desobedecer as leis de nossos
pais”. Outro confessou: O rei do mundo nos ressuscitará para uma vida eterna.
.Muitos judeus resistiram até
a morte porque tinham a esperança que Deus pode restituir o corpo: “muitos que dormem no solo poeirento despertarão”
(Dn 12, 2)
Para os saduceus no tempo de Jesus não há a
esperança na ressurreição, que significaria uma ameaça ao poder deles.
Jesus e os fariseus esperavam a ressurreição.
Jesus avisa três vezes, que o Filho do homem deve ser rejeitado mas ressurgirá.
Para ele Deus não é um Deus dos mortos, - a morte é inimiga de Deus (1 Cor
15,26;) – ele é um Deus dos vivos, de Abraão, Isaac e Jacó. Em João Batista
ressurgiu Elias, em Jesus ressurgiu João, em nós ressurge Jesus.
VI 3) Escatologia e Apocalíptica
a)
A esperança e escatologia
A visão escatológica dos
Sinóticos se inspirou no livro de Daniel. Os impérios só têm um tempo limitado,
Daniel sonha como dentro das nuvens alguém como filho humano chegou perto do
ancião: o seu reino é para sempre. Os Santos do Altíssimo receberão o reino (Dn
cp.7).
Marcos 13,24-27 fala primeiro
de guerras e tribulações depois apresenta uma visão universal: aparecerá o
filho do homem que reunirá os escolhidos, não se fala do fim do mundo. (Mt 24,
29-31).
Mateus (25,31-46) acrescenta:
O Filho do Homem,, da humanidade reunirá todas as nações e as separará. O
critério são os menores irmãos de Jesus. o Filho humano se identifica com eles,
uma declaração dos direitos humanos, tão importante no mundo de hoje.
Lucas falando do dia do Filho
Humano (Lc 17) destaca a fé que é oposta ao poder: ¨Mas o Filho humano, quando
vier, será que achará fé sobre a terra?¨ (18,8).
O
Apocalipse de João
O Apocalipse nasce em tempos
de perseguição, de caos, opressão e exclusão, transmite uma espiritualidade de
resistência.
Encontramos um círculo de
profetas ou visionários itinerantes. O centro e a nova não é a secunda vinda do
Senhor, aquele que estava morto, está
vivo na história O Deus dos filósofos é
um Deus cósmico, não um Deus da história. O resultado é um cristianismo
anti-material, anti-social, individualista, patriarcal, sem Espírito.
A utopia do Apocalipse não se
realiza além da história, mas além da opressão. Não há passividade: os
mártires, testemunhas, profetas derrotam Satanás Os que guardaram a palavra de Deus e o
testemunho de Jesus se sentaram em tronos
e exercem o julgamento, fazem justiça. No final o Satanás será jogado no
inferno, no nada. (Ap 20,4-10)
(Apocalipse, Pablo Richard, Petrópolis, Vozes
1996)
b)
A presença apocalíptica
O
Evangelho de João é apocalíptico,
¨Aquele que ouve a minha palavra e crê naquele
que me enviou tem a vida eterna¨. Mas vem ainda a hora da glorificação. (Jo
5,24-29).
Alguns gregos querem ver
Jesus. Jesus “responde: ¨É chegada a hora em que o Filho do Homem deve ser
glorificado” Agora é julgamento deste mundo, agora o príncipe deste mundo será
lançado fora, que está acima de tudo e domina o mundo. Ele cai agora pra baixa
enquanto Jesus vai ser elevado e atrairá todos os homens (12,20-36).
O
Paráclito dará testemunho e vós dareis testemunho sobre pecado, justiça e
julgamento (Jo 15,26-16,11)
No pensamento apocalíptico já aconteceu o final, mas precisa testemunhar no
tempo presente (martirein) este fato definitivo.
A vocação dos discípulos será
testemunhar este fato definitivo da vida de Jesus, ele é testemunha da verdade,
na história. Os videntes se tornam testemunhas.
c) A recuperação da esperança
na igreja:
O Papa João XXIII chamou a
atenção aos sinais dos tempos e de novo valorizou
a história. O Papa Paulo VI ensinou que a igreja acompanha o mundo, as
sociedades, na história na luz do
Evangelho.
O
Vaticano II declarou: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias
dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos que sofrem, são também as
alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo.
A Igreja se - sente real e intimamente ligada ao gênero humano e à sua história”.
A esperança é a convicção que
as coisas não são perfeitas mas em evolução. A igreja não é uma instituição
perfeita, um bloco imutável, mas anda na história em busca da vida
perfeita.
A esperança é muito forte nos
movimentos sociais com o lema: “Um outro mundo é possível
VII Adoramos a Trindade
O mistério da Trindade em si mesmo nós não podemos
entender: “Conceitos criam ídolos, só admiração entende um pouco.” (Gregor de
Nyssa). A teologia quer explicar este mistério da Trindade, mas não consegue.
Diante da Trindade só podemos ficar admirados e adorar o mistério.
1.
Vestígios:
Uma
imagem da Trindade
O russo Andréj Rubljów, não
podia desenhar uma imagem da Trindade para uma igreja dedicada à Trindade no
ano 1425, Isto seria fazer um ídolo.
Por isso tomou como símbolo da Trindade as
três homens que visitavam Abraão dois
deles são anjos (Gn 18).
Precisamos descobrir os
círculos no desenho, que são símbolos da eternidade e os triângulos, símbolos
da Trindade. As pessoas na mesa são
quase iguais, diferentes apenas no olhar, nas mãos e pernas e na cor.
Ele tomou também como motivo
do seu desenho a vocação de Isaías (Is6) quando Javé perguntou: “a quem vamos
enviar?” Isaias respondeu: “ Aqui estou
”.
A pessoa no meio simboliza o Pai que olha para a pessoa à esquerda
perguntando: a quem vamos enviar apontando com a mão para a pessoa à direita.
Esta pessoa se prontifica tomar o cálice; A pessoa à esquerda dá a benção, dá a
vida, santifica.
As duas pessoas na frente estão dispostas a
ser enviadas, apresentadas com a posição das pernas na frente. A cor azul
simboliza a transcendência de Deus, na veste de cor púrpura vemos o poder do
Pai; o verde mostra a natureza que o Verbo assumiu na encarnação e a cor
laranja simboliza o fogo da Espírita Santa.
A criação
Deus criou o mundo pela sua
palavra e sopro. Palavra (logos, verbo) e sopro (ruach, pneuma), A rúach de
Javé sempre está presente na Bíblia, vemos isto nos Salmos:
Pela sua palavra Javé fez os céus,
E
todo o exército deles com o sopro de sua boca (Sl 33,6)
¨A
ti sirvam todas as criaturas, pois tu disseste e elas existiram,
enviaste
o teu espírito e ele as construiu¨. (Jt 16,14)
¨Escondes
a tua face, se apavoram,
retomas lhes o sopro, morrem e voltam ao seu
pó.
Envias
o teu sopro, são criados,
renovas a superfície do solo¨. (Sl 104/103
Já antes dos
Evangelhos há um binitarismo no judaísmo.
Muitos judeus
no tempo de Jesus acreditaram que o Messias/Cristo seria um deus-homem. No Apocalipse de Daniel
(7,13;) aparecem duas figuras divinas, o ancião simboliza Deus e um como o
filho do homem. Este filho é divino
e aparece com o o Ancião na figura
humana. (p.47). O um como Filho simboliza Jesus. Ele não é só
um ser humano como todos as seres
humanos, mas divino na sua vida
terrestre, não só na sua revelação final (parusia).
(Os Evangelhos judaicos. A
história do Cristo judeu..
Daniel Boyarin: Ergon VerlagWürzburg 2015 Band 12)
2. A Trindade no NT
A única formula trinitária no
NT encontramos no final de 2 Cor. 12,13: ”A graça do Senhor Jesus Cristo, o
amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós.” Mas nesta
formulação cada pessoa tem uma tarefa especial: amor de Deus, graça de Cristo e
comunhão do Espírito Santo.
Mateus enumera três pessoas, mas não fala da
Trindade ¨De todas as nações fazei
discípulos batizando as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo¨ (Mt
28,19)
Na vida
de Jesus
A encarnação
O grande mistério da nossa fé: Deus amou
tanto o mundo que entregou seu Filho, não Deus se encarnou, mas a sua palavra,
o Verbo, para entrar mais perto na criação através da Espírita Santa. É uma obra trinitária.
Em geral o homem gera de uma mulher (Mt 1).
Agora falta o gerador, Quem gera, é o Pai. Quem dá a vida a Jesus, é a Espírita
Santa junto com Maria que estava grávida
da Espírita Santa. O filho dela, Deus e homem, será chamado Jesus, que salva. (Mt
e Lc)
No seu batismo de Jesus os céus se abriram, a
Espírita Santa como uma pomba paira sobre Jesus de Nazaré e uma voz vindo do céu dizia: ¨Este é o meu
Filho bem-amado¨ Durante toda a sua vida até a morte a Espírita Santa move
Jesus nas suas palavras e ações.
O
Pai ressuscita o Filho, Jesus
ressurge e recebe vida nova da Espírita Santa. Uma ação da Trindade.
O Evgl. de João já diz no início: O Verbo
era deus, que se fez carne. João insiste na íntima igualdade do Filho do homem
com o Pai, sempre conectado com o Pai. O que o Pai faz, o Filho faz também, mas
do outro lado o Filho mostra o Pai.
¨Aquele que me viu, viu o Pai¨ (Jo 14,9) Pai e Filho somos um. Jesus
confessa: ¨EU SOU¨ (Jo 8,24). Não há submissão do Filho ao Pai, os dois são
iguais em diálogo. Jesus apresenta Deus como um Pai misericordioso. O NT nunca
fala de um Pai todo-poderoso como nós falamos na profissão da fé.
Com esta definição está mudando também a
importância de Deus: o Filho sofreu, agora está ao lado do Pai com as chagas e
lembra o Pai dos sofrimentos da humanidade: ¨Pai meu e Pai vosso¨. Deus recebe
um rosto humano.
¨O Pai vos dará um outro Paráclito. O Paráclito, que o Pai enviará em meu nome,
vos ensinarᨠ(Jo 14,16; 26). Encontramos agora já três pessoas: é a Paráclita
que testemunha a presença do Pai com o Filho na história.
Lucas: Jesus se despedindo tinha falado:
¨Da minha parte,eu vou enviar-vos a promessa do Pai. Quanto a vós, permanecei
na cidade até que sejais revestidos, do alto, de força¨ (Lc 24,45-53).
Paulo na carta aos Romanos:
¨Estabelecido, segundo o Espírito Santo, Filho de Deus com poder, por sua
Ressurreição ¨ (Rm 1,4;) ¨Manifestado na carne, justificado no Espírito¨ (1 Tm 3,16).
A 1. carta de Pedro 3,18 diz: ¨Sofreu a morte, mas
recebeu nova vida pelo Espírito¨.
Os Atos só contam que Deus
ressuscitou Jesus. No mesmo tempo se fala: Jesus ressurgiu. Ma o Pai sempre age
em conjunto com seu Filho e a Espírita Santa.
Na igreja
A nova aliança
No dia de Pentecostes Israel lembra a aliança
que Javé fez como povo no Horéb. Javé
declarou que ele se torna para ti Deus, tu te tornas para ele o povo. (Dt
26,14-19).
Agora
um vendaval violento enche a casa, onde os discípulos com as mulheres estavam
reunidos. Línguas de fogo aparecem, símbolo da Espírita Santa, uma revelação à
primeira igreja.
A nova aliança inclui as igrejas na vida
trinitária. Eles confessam um Deus trinitário.
3. A Trindade na história
Os três são um em conexão
O termo
conexão vem da igreja síria e quer explicar que o único Deus sempre age em três
pessoas. (Goetze p. 295).
Nós adoramos este Deus único
através do Pai pelo Filho na comunidade da Espírita Santa, o que chamamos a
Trindade. O Deus sempre age em conexão de três pessoas.
Já cedo a igreja síria usa a família
como símbolo da Trindade: Pai, Mãe e Filho, não se
interessa, como é a essência ou a narureza da Trindade mas como cada pessoa age
na história.
Gregório de Nazianz compara a
Trindade com Adão, Eva e Seth, o Pai, a Mãe e o Filho são uma família, uma
comunhão:
Makários / Symeon da igreja
síria liga a Espírita Santa com Is 66,13: ¨Como a mãe consola o seu filho,
assim eu vou consolar vocês¨. O Criador é separado da criação, mas voltado à
criação na Espírita Santa: o lado de Deus voltado à criação.
No Concilio de Constantinopla 381 foi definido que o Espírito Santo é uma pessoa: ¨Senhor que dá vida¨. O nome Javé foi na LXX traduzido por ¨kyrios¨,
Senhor, Jesus recebeu o mesmo título, agora também: O Espírito Santo é ¨kyrion¨,
ainda neutro, mas traduzido por Senhor, seria melhor falar de Senhora. Dar a vida é função da mulher. Impossível
para o concílio pensar na Espírita Santa
como a mãe dá vida.
Os cristiãos partilham a fé num só Deus
com os judeus e mais tarde com o Islã.
Não é um Deus dos filósofos helenistas, nem um deus paternalista, um pai
todo-poderoso do Império greco-romano, é o deus de Abraão e de nossos pais e
mães. Seu nome é Javé: ¨Eu estarei com vocês¨.
Mas os judeus e mais tarde os
muçulmanos não acreditam neste mistério da encarnação do Verbo pela obra
trinitária.
O Islã
traduziu a palavra aramáica ¨tawhîd¨ que significa conexão, por ¨único¨ na
língua árabe. É contra a Trindade do cristianismo.
A igreja: ícone da Trindade
Foi Leonardo Boff, que nas CEB´s
redescobriu a forma trinitária como fundamento da eclesiologia. A Trindade é uma comunhão e não hierarquia entre as três
pessoas. Este
conceito é democrático e conduz à igualdade e comunhão entre as pessoas. (Jürgen Moltmann: Na história do deus
trinitário kaiser, München 1991
¨Oh, Trindade, te louvamos
pela vossa comunhão¨
Deus, Pai de Jesus, é nosso Pai,
agora um Pai com traços humanos pelo seu Filho. Jesus, o vivo, é nosso irmão, somos o seu
corpo. Na mãe Espírita Santa
nós renascemos pela fé e participamos da
vida da Trindade.
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