domingo, 18 de maio de 2014

II A profissão da nossa fé


                          

A profissão da nossa Fé
e da nossa Esperança,
praticada pelo AmoR

                                     Fé contra poder: 

        Através da ciência e da indústria tudo é possível mas às custas dos recursos naturais ¨Nenhum projeto será irrealizável para eles¨ (Gn11,7) : Saber é poder.
         Os poderosos abusam seu poder à custa dos pobres, que é uma  massa danada, que pode sumir.
          Na igreja  manda a hierarquia, a  ¨santa dominação¨ pela lei, domina  a consciência da gente com a doutrina. 
         A fé não tem poder, ela duvida, questiona, pergunta, busca, transcende as realidades, admira as maravilhas inexplicáveis pela ciência, se abre ao mistério de Deus que se revela pelos profetas. A fé desloca montes, nada será impossível (Mt.17,20)

           Esperança contra sucesso:

O homem quer se realizar com a busca de sucesso na sua vida.¨ 
 ¨Sucesso não é o nome de Deus ¨(Martin Buber). Quem espera, confia num Deus, que se revela a um povo na sua história, faz aliança com eles como parceiro e promete um novo futuro.
O reino de Deus sofre fracasso no mundo, como a semente, jogado na terra que morre, mas dará muito fruto. 
   A morte não é o final da história, mas o início da vida. ¨Quem estava morto, está vivo pelos séculos dos séculos.¨ (Ap. 1,18).

             O amor pratica a fé e a esperança   
     A fé sem a prática de amor fica morta (Tg 2,14). O amor crê tudo, espera tudo, não desaparece (1 Cor 13).
           ¨Quem ama a sua vida, perde-a; e quem deixa se apegar a ela neste mundo guardá-la-á para a vida eterna¨. (Jo 12,25).      Mas o amor passa pela justiça e verdade

I.1     Creio em um só Deus...................................... 3
I.2     Deus Criador .................................................  4
I.3     Os pais e mães................................................   9
I.4     Javé Libertado e Salvador........................  10
I.5      Deus fala pelos profetas............................ 11
I.6      Deus,  Pai de Jesus e de vocês   …...............12
I.7      Deus, o Pantokrator....................................13

II        Creio no seu Filho Unigênito.....................14
II.1     Os prefácios...................................................14
II. 2     Os Concílios..................................................15
II, 3.    A vida de Jesus...............................................17
            Galileia...........................................................19
            A caminhada para Jerusalém..................21
            Jerusalém.......................................................23       
II.4        Por nós crucificado.............................…26
II. 5     Jesus ressuscitou...........................................28

III        Creio no Espírito Santo...............................31
III 1      Ruach de Deus................................................31
III 2      Profetas...........................................................32
III 3      Jesus e a Espírita Santa................................32

IV       Creio na igreja...............................................33
IV1        Igrejas na história......................................33
IV 2       Mistério trinitária.........................................35


V         Professo um só batismo....................................36



VI         Espero a ressurreição.....................................38


VII        Adoramos a Trindade...................................40


Símbolo dos Apóstolos:

I Creio em Deus, Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.

II E em Jesus Cristo, seu único filho, nosso Senhor.
Que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,      
 Nasceu da virgem Maria:
Padeceu sob Pôncio Pilatos,
 Foi crucificado, morto e sepultado.
 Desceu a mansão dos mortos:
 Ressuscitou ao terceiro dia:
 Subiu aos céus, está sentado
 A direita de Deus, Pai todo-poderoso,
 Donde há de vir e julgar os vivos e os mortos.

 III Creio no Espírito Santo;

IV Na Santa Igreja católica;
V Na comunhão dos Santos,
Na remissão dos pecados,
VI Na ressurreição da carne,
na vida eterna, Amem

    Os Símbolos professam: ¨Creio em Deus, Pai, o todo- poderoso¨.
No NT nunca aparece  um Pai todo-poderoso  só 2 Cor. 6,18, como citação do AT,  mas nove vezes na liturgia do Apocalipse com o Título: Pantokrator: o dominador do universo. Ele está ao lado do Cordeiro, vítima dos poderosos do mundo, porém vive.

        Os símbolos da fé dizem: Creio em Deus, Pai, Pantokrator


                                O Símbolo Niceno-Constantinopolitano 325 e381:

I Creio em um só Deus, Pai todo poderoso,
Criador do céu e da terra
e de todas as coisas, visíveis e invisíveis.
Niceno:
II Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho unigênito de Deus,
Nascido do Pai antes de todos os séculos,
Deus de Deus, Luz da Luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro:
Gerado, não criado, substancial ai Pai.
por ele todas as coisas foram feitas
e por nós, homens, e para a nossa salvação
desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo
no seio da virgem Maria e  se fez homem.
Constantinople
Também por nós foi crucificado
                                sob Póncio Pilatos; padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras,
E subiu aos céus , onde está sentado à direita do Pai.
E do novo há de vir, em sua glória,
                                                        para julgar os vivos e os mortos; 
                                                             e o seu reino não terá fim.

III Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida
e procede do Pai e do Filho
e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado,
ele que falou pelos profetas.

IV Creio na igreja, uma, santa, católica e apostólica.
V “Professo um só batismo para o perdão dos pecados”,
VI E espero a ressurreição dos mortos
e a vida do mundo que há de vir. Amem.


I.1 Creio em um só Deus

Os muitos Deuses:

No Oriente cada povo com a sua cultura tinha seu Deus  como na Mesopotâmia, no Egito, na Canaã. O Deus tinha ajudar à gente, quando não podia superar as dificuldades
Em Canaã haviam o Baal e a Ashera, deuses da fertilidade. Os Israelitas não conseguiram extinguir estes ídolos.
No Salmo 82 se diz:
¨Deus levantou-se no meio dos deuses,,, fazei justiça ao infeliz¨
 
Os Deuses dos Gregos: Na religião popular dos Gregos tinha o Olímpio, onde moram os deuses, que comem, amam, odeiam fazem guerras A filosofia de Platão e Aristóteles ensinou um só Deus eterno e poderoso, auto-suficiente. Este Deus está fora da história, é transcendente

No Império Romano:  As divindades mais importantes  são Jupiter e Mars. Mars é o deus da guerra e da agricultura. A divindade exige a justiça, uma ordem estabelecida no mundo, perdoar é impossível, isto repudiaria a justiça divina, O imperador representa Deus.

Um  só Deus
              A crença em um só Deus é comum entre Judeus, Cristãos e Muçulmanos. Falamos das religiões abraâmicas.

Javé de Israel é o soberano de todos os deuses, a quem deve escutar como no S 95.  Na primeira palavra da aliança Javé adverte: Eu sou Javé, seu Deus, não tenha outros deuses diante de mim. O pecado de Israel consiste em adorar  o deus de Canaã, o Baal ao lado de Javé.
Ler: Salmo 82

Javé é UM
O rei Josias (640-609) inaugurou uma reforma em Judá e deixou demolir todos os ídolos do Baal, Jerusalém com o templo será o único lugar onde mora Javé. Naquele tempo foi encontrado o livro Deuteronômio: Lá Javé é UM, quer dizer inteiro que não pode ser partilhado com outros deuses, que ama seu povo com ciúme e quer um amor inteiro de todo o coração (Dt 6,4).

O único Deus a partir do Exílio
           No exílio os judeus foram confrontados com os deuses de Babilônia que parecem mais poderosos do que Javé. O II Isaias destaca que Javé é o único Deus, que é criador do universo, não um deus nacional. Os outros deuses dos Babilônios são um nada. “Sou eu, sou eu que sou Javé, fora de mim não há salvador¨. (Is. 43,11) Por isso os sacerdotes em Babilônia e as comunidades judaicas na diáspora falam agora de Deus ( universal) em vez de Javé (nacional). A Septuaginta no tempo dos Gregos traduzirá o nome Javé por “Pantokrator”, Senhor.
Ler: Is 45,18-25

           Hoje em dia:
           Existe um só Deus ou existem muitos Deuses?
           Panteísmo: Deus é uma força divina, ele está em tudo.
           Ateísmo: Para os ateus não existe um Deus.
           Indiferentismo na secularização Deus sim, Deus não, tanto faz (Ml 3,14)

Nós somos dominados pelo capitalismo, só vale o dinheiro. Tudo é secular, profano.
 ¨Não podeis servir a Deus e ao “Mamom” quer dizer ao dinheiro¨      (Lc. 16,13;).

                I. 2 Deus criador:
 de todas as coisas, visíveis e invisíveis.

No Platonismo o mundo é penetrado e repleto pela divindade, Platão: Deus criou o universo a partir das ideias preexistentes. Precisa deixar o mundo, a matéria, a história e progredir às ideias eternas.
        Na Gnose se acredita que o mundo é penetrado pelo mal, por isso não pode ser criado por um Deus perfeito, Deus se serviu de um demiurgo, um mestre da obra, um arquiteto para a criação. A salvação perfeita é o conhecimento da grandeza  inefável, do além, do invisível.

O hino na carta aos Colossenses (1,16) diz: ¨Tudo foi criado nos céus e na terra, tanto os seres visíveis como os invisíveis, Tronos e Soberanias, Autoridades e Poderes¨.

  a) A criação  na tradição profética (D)   

Nesta narrativa o autor nos enfrenta com o ambiente rural, o campo, também o deserto, são tempos remotos. Os agricultores se perguntam: Tinha sempre miséria? 

Deus modelou o ser humano (Adão) do humo, um barro vermelho, e insuflou nas suas narinas o hálito da vida, Depois  colocou o ser humano num jardim para cultivar o solo e o guardar. Se comer da arvore da vida e do conhecimento, a morte está marcada. O ser humano (Adão) tem liberdade, o mais precioso dom de Deus.

 Adão não encontrou uma ajuda adequada. Deus tomou uma costela e formou a mulher. O homem exclamou: ¨Ela se chamará: humana (ischa )pois do humano (isch) foi tirada¨.

A queda da humanidade:

Aparece a serpente, astuta mentindo, A grande tentação: ser independente, soberano, ser como deuses. “Deus vos disse realmente: não comereis de todas as arvores? Sereis como deuses, possuindo o conhecimento, do que seja bom ou mau”. No Antigo Oriente a serpente é potência de fertilidade ou força política (Egito). A serpente (masculino) que ataca a gente é símbolo do estado, do rei como caçador, que tira o produto do pequeno agricultor. 
A mulher, mais experta do que o homem, viu a arvore: boa de comer, sedutora de se olhar, preciosa para agir com clarividência... Depois reconhecem que estavam nus: quer dizer reconhecem sua fraqueza, debilidade, caducidade, que vão morrer.
Aqui não se fala de pecado, nem de pecado original, mas da queda.

            Padres da igreja como Irineu e Maximo explicam assim: Adão foi como uma criança, colocado no paraíso, a fim de que pudesse crescer e se tornar adulto exercitando a própria liberdade. Mas ele foi enganado e agiu erradamente, aplicou erradamente a liberdade. Desde o princípio a criação se encontra em estado de mortalidade e espera a chegada do homem para superar a morte.
            (Joannis Zizioulas: A criação como Eucaristia).

          Caim e Abel: O primeiro pecado
             Conta-se um mito, uma novela ou uma lenda, que interpreta a práxis social da lei da vingança de sangue (uma preventiva fundamental do delito e não só castigo). Era preciso procurar uma “origem” divina para esta lei, por isso é Javé quem a institui (Gn 4,15): se alguém matar Caim, será punido sete vezes.
             Caim, o agricultor, Abel: o pastor semi-nômado, mais fraco do que o agricultor. Caim com o rosto abatido, o pecado está pronto a saltar sobre o transeunte. “Mas tu, domina- o.” O irmão mais forte, mais velho, mata o irmão mais fraco, mais novo. O fratricídio vai se repetir durante toda a história. Mas Javé procura também Caim e protege-o.
 Ler: (Gn 2,4 -4,26;)

   b) A Criação na fonte sacerdotal (S)                        

 A elite de Jerusalém, entre ela os sacerdotes, se encontra no Império Babilônico 587 a.C. num  ambiente urbano com os templos e Deuses deles: Marduk, que luta contra as potências da morte, chamado Tiamat. A elite, os sacerdotes, veem os grandes edifícios, os templos, - construções dos homens: ¨Agora, nada do que projetarem fazer lhes será inacessível¨ (Gn 11,6).
 Em contraposição os sacerdotes colocam o que Deus criou: um templo não feito pelos homens. Após a volta a elite começou a reconstruir o templo, o Terceiro Isaias se opõe a este projeto: como construir um templo?  O céu é seu trono e a terra é escabelo dos pés e a terras terá um esposo (Is 66)

Aqui a criação é efeito da palavra de Deus, dez vezes se fala: “Deus disse: que a luz seja! E a luz veio a ser¨...A criação se desenvolve. Diferente é a criação do ser humano: ¨Deus disse: Façamos o ser humano  à nossa imagem. Deus criou o ser humano macho e fêmea.  Este escrito sacerdotal faz surgir os seres e a vida dentro do quadro litúrgico da semana (TEB). O Sábado é o grande sinal da aliança.

             A benção dos seres humanos foi sempre mal interpretada na tradição do Ocidente, parecia uma ordem de dominar e explorar a criação até a sua destruição. Assim ensinou Francis Bacon (1623 d.C.) , chamado profeta da era industrial,  a elite britânica: que a terra não é uma mãe que dá vida a quem nós devemos respeito como em várias religiões mas a natureza serve a ser submetida e explorada.

Porém: a benção se dirige às pessoas exiladas em Babilônia sem esperança, sem futuro:  Reproduzi - vos! Não ficar estéril no cativeiro  Is. 54,1-10). Multiplicai – vos! O medo dos exilados, não ter herdeiros e com isso perder a história. Povoai a terra! Agora são desapossados, fora da terra de Israel. Submetei! Agora eles são escravizados em Babilônia, porém vão ganhar liberdade. Dominai! Não mais ser dominados, mas donos da terra.
            As bênçãos se repetem sobre Noé saindo da arca (Gn 8,17 e 9,1), sobre Ismael (Gn 17,20), Jacó (Gn 28, 1-4) e José (Gn 47, 27). Ler: Gn 1, 1-2,4a
           
            O Dilúvio (Gn 6)
O que Deus havia feito era muito bom fora do segundo dia. Homens e animais viviam em paz, nada de uma tentação ou maldade. Ficaria sempre assim?
 Não: Deus viu que a maldade da humanidade se multiplicava na terra. Tudo corrompido. “O fim de toda a carne veio diante de mim¨ (Gn 6,13). Pois, por causa dos homens, a terra está repleta de violência e eu vou destruí-los junto com a terra”.
 O relator usa um mito oriental: O Deus ENLIL quer destruir tudo, por isso “Vou destruí-los”. EA, o Deus da sabedoria, exige discernimento entre bom e mau, pois Noé é justo. Finalmente NINTU, a dona do nascimento, quer guardar a vida: por isso “nunca mais”...
           Noé
Lembrando que Adão foi criado à semelhança de Deus em Noé os povos terão futuro. Adão representa a humanidade, Noé vai representar os povos da terra.  Ele foi um homem justo, Os justos salvam o mundo.
          A benção de Noé (cap. 9) não é  mais a mesma como no cap. 1. A diferença é esta: “Sereis causa de temor e de espanto para todos os animais da terra (9,2)”. Agora tem violência, agora pode matar os animais que servirão de alimento. Mas não pode matar um homem.
             “Todavia, não comereis a carne com vida, isto é seu sangue. E da mesma forma, do vosso sangue, que é a vossa própria vida, pedirei contas a todo animal e pedirei contas ao homem: a cada um pedirei contas pela vida do seu irmão. Quem derramar o sangue do homem, pelo homem verá derramado o seu sangue; “Pois à sua imagem Deus fez o homem.” (Gn 9,4-6)  Deus estabelece uma aliança com Noé para sempre, independente do homem. É uma aliança com toda a criatura (9,12). Como sinal ele vai colocar o arco (da guerra) nas nuvens, Deus não fará guerra.
             Estes preceitos precedem a Torá no Sinai. Para os judeus existem três grandes pecados: idolatria, imoralidade e derramar sangue. Mais tarde se junta a blasfêmia e o roubo. Mais tarde acrescentam: buscar o direito e não comer membros de um animal vivo (proteção dos animais). Aqui temos o fundamento para os direitos dos povos da terra, uma lei universal.
        A torre de Babel (Gn 11)
          Um texto do Jahvista: Mas contando a construção da torre de Babel todos falam a mesma língua. Na Babilônia se construíram Templos, torres com andares, chamadas “Zigurates”. Eles garantiam a unidade da humanidade por um imperialismo político – religioso. Deus confundiu a língua de toda a terra e dispersou os homens sobre toda a terra.
            Descrevendo uma torre inacabada, dispersando os seus construtores e ironizando o nome poderoso de Babel, babal significa: confundir. O texto é a recusa de uma cultura e de um império que destruiu o templo de Jerusalém e exilou a elite para Babel. (Jr 50,28-29).

                c)   Quem é o ser humano?

        ¨ Quase um deus o fizeste:
Tu o fazes reinar sobre as obras de tuas mãos:
                    Tudo submeteste a seus pés.¨
                                         Ler: Salmo 8,

          A criação foi entregues a ser humano para a guardar.
           A fé no Criador fica morta, se nós não guardarmos a criação!

             A liberdade d ser humano:

              Desde Agostinho até Descartes o ser humano é definido como um ser inteligente com razão. Descartes dizia: penso, por isso existo. Porém, o animal também tem inteligência, pode aprender. A razão não faz a grande diferença entre ser humano e animal.
 A diferença do ser humano do animal é a sua liberdade, na qual ele é semelhante a Deus. Liberdade não só significa escolher entre o bem e o mal, significa criar como um artista a cultura. O criador nos criou criadores.  Mas seremos capazes, ser semelhantes a ele? Podemos usar a liberdade como Deus a usa?
Na tentativa ou tentação experimentamos a liberdade. Adão tentou, mas caiu, hoje em dia não falamos do pecado original, mas da queda de Adão e da toda humanidade. Tentamos e sempre caímos, somos criatura, fraca, nu.

               Padres da igreja como Irineu e Máximo falaram: Adão foi como uma criança, colocado no paraíso, a fim de que pudesse crescer e se tornar adulto exercitando a própria liberdade. Mas ele foi enganado e agiu erradamente, aplicou erradamente a liberdade. Desde o princípio a criação se encontra em estado de mortalidade e espera a chegada de um homem para puder superar a morte. A queda de Adão não conseguiu superar a morte (Gn 2, 8 - 3,7)
(Joannis Zizioulas: A criação como Eucaristia).

            d) A evolução na ciência moderna:

             Faz 13,7 bilhões de anos que tinha um Big Bang, quando começou espaço e tempo e matéria, faz 4 bilhões de anos quando surgiu o nosso sol, faz 800  milhões de anos quando começou vida na água, 300 milhões de anos plantas e animais na terra,  faz 1milhão de anos o homem erigido começa.

             O Vaticano aceitou a teoria da evolução, só define que Deus criou a alma do ser humano.
No surgimento do ser humano não tem um momento decisivo da criação. O chimpanzé tem quase o mesmo cérebro do homem. O ser humano se desenvolve passo a passo, formando a linguagem,  o contato social (mãe – filho) o suporte do fraco, o descobrir do outro até de Deus, ate se sentir parte da criação que pode adorar o criador.
 Nesta evolução o Deus da Bíblia sempre intervém protegendo o fraco e lutando até contra o caos através da mãe Espírita Santa.

e) Cultivar e guardar o solo

  Na tradição crista se fala amar a Deus, ao próximo como a si mesmo (correto: ele é como tu). O Papa Francisco fala de três relações, na terceira relação  ¨da terra¨, (Laudato si 66).

A existência humana se baseia
sobre três relações fundamentais:   
as relações com Deus,  com o próximo  e com a terra.

A mãe terra foi confiada a humanidade. Devemos respeitar a criação que Deus nos confiou. A criação não é um mero objeto da exploração, é um sujeito. Os três jovens na fornalha cantam: ¨Obras todas do Senhor, bendizei o Senhor¨
Ler: Dn 3,57-90 e S 148.

No Salmo 148 as obras têm voz e falam como os homens. A natureza também se defende, se o ser humano a machuca. Será um pecado violar a terra.
              ¨Dos céus, louvai o Senhor, louvai-o sol e lua
 Da terra, louvai o Senhor... louvai-o, fogo,arvores, animais..(S 148)    
Hoje em dia com a tecnologia, com armas sofisticadas, manipulação dos genes, veneno, Internet, conquista do espaço podemos destruir ou construir a criação.

              Que tristeza: A natureza fala
            E o gênero humano não a ouve. !
(Victor Hugo)

       Uma ecologia sustentável:

Eco-logia é uma palavra grega: Eco = oikos = casa, logia é o estudo sobre a casa global, a natureza.
            Eco-nomia é o planejamento dos gastos da casa ou do estado ou do mundo.
Um guarda florestal alemão no século passado criou a palavra sustentável (em inglês sustainable). Ele quis dizer: você só pode tirar tantas árvores da floresta quantas nascem de novo.
Uma economia sustentável significa: só podemos gastar de nosso planeta tanto quanto à natureza reproduz. Os dados dos cientistas constatam no ano 2013: a humanidade já gasta um e meio dos recursos naturais. Deixamos uma catástrofe para a futura geração.

Mudança da estrutura agrária
O agronegócio segue o modelo industrial especializando se: monocultura, tecnologia, máquinas possantes, fertilizantes, agrotóxicos, organismos geneticamente modificados (OGM), o mesmo acontece na produção da carne. Este agronegócio consome 70 % da água doce.  CF 2011 p.35
O ano 2008 foi um ano de recordes: no mundo se recolheu 2,3bilhões de cereais, mas só 47 % serviram para a alimentação humana, o resto para a produção de carne,  biodiesel e indústria. Por quê a indústria da agricultura conduz a fome de 1 bilhão de fomentes e um bilhão  de pessoas com excesso de peso?
            Encíclica do Papa (I,5) Desigualdade planetária:
Os efeitos mais graves de todas as agressões ambientais recaem sobre as pessoas mais pobres. (48)

O final da revolução verde
As dificuldades desta revolução foram as seguintes: Todo ano precisava comprar novas sementes. Precisava bombas de água para irrigação, adubo, pesticidas contra bactérias, pragas. E o saber, como fazer tudo.
Os pobres não podiam participar da revolução verde, custo das bombas, adubo que está finito, combustível, pesticidas. E o solo começou fracassar. O pequeno agricultor bebe as pesticidas, Ao ano por ano suicidam-se 20 000 pessoas.

¨Digamos não a uma economia de exclusão e desigualdade,
Onde o dinheiro reina em Vaz de servir.
Esta economia mata. Esta economia exclui,.
Esta economia destrói a Mãe terra
Papa Francisco em Santa Cruz 2015


               16 de setembro: defesa da terra, água e ar

Terra

Crescimento da população mundial:

A partir de 1987 com 5 bilhões segue um ritmo de 12 anos.
Hoje2015 vivem 8 bilhões de pessoas no mundo.
Quase um bilhão dos habitantes passa fome.
         70 anos atrás viviam 70 % da população no campo, hoje só 15 %. O pequeno agricultor não poder sobreviver.

           Perda da Biodiversidade
Vandana Shiva da Índia falou sobre as conseqüências da chamada Revolução Verde, imposta pelo governo dos Estados Unidos, na década de 1960, a toda a sua área de influência.  Hoje vivemos no mundo inteiro de 15 plantas que fornecem 90 % da energia, arroz 26 %, trigo 23 %, batata 2 %.  Desde 1960 desaparecerem 90 % variedades do trigo, 70% do arroz, 60 %, do milho.

       Metade dos vertebrados da Terra – entre eles aves, répteis, anfíbios e peixes – desapareceram entre 1970 e 2010, de acordo com um estudo promovido pelo grupo de conservação WWF, mundialmente conhecido como “Living World Study” (“estudo do mundo vivo”, em tradução livre).

Terra fértil:
           O nosso globo fornece 11% do solo para plantação (1,5 bilhão hectare). Desses 11% do solo o Brasil tem 16% terra cultivável, apesar dessa riqueza existe bastante água no Brasil. África e Índia têm a menor parte de terra fértil. O Brasil pode triplicar a terra fértil sem desmatamento da Amazônia.
      
►Entre agosto de 2002 e agosto de 2003 quase 24 000km² de floresta amazônica foram desmatados.  Em 2004 a área desmatada chegou a 26130km²  78% da área desmatada são utilizadas pela agropecuária.
Nós queimamos por dia tanto petróleo, carvão e gás quanto a natureza produz em 500 anos.

A globalização, imposto de cima,
jogou sombras sobre este globo.
A terra não pertence àqueles que lá trabalham .
O ar deixou as estrelas cegas.
Os peixes não mais respiram nos rios e lagos.
As árvores não abrigam ninhos aos pássaros,
Nas florestas só sobram troncos sem frutos.
                                                     ( Walter Solón Romero 1997) 

Dá bastante para todo
se nós combatemos a fome e não a natureza
(Felix zu Löwenstein)

Água

            Até 2100 o mar  subirá 0,60 m por causa do aquecimento.
Com o derretimento das geleiras polares, subirá o nível do mar causando inundações, colocando em risco a vida humana e muitas cidades costeiras que desaparecerão da terra.
- 97 % da água é salgada, dos 3,0 % da água doce 0,75 será acessível, dessa quantia 60 % concentrada em 9 países, enquanto 80 países sofreram falta de água.
- Até 2020, 250 milhões de pessoas poderão ser expostos à falta de água; (desastre)
- E em alguns países, a produção alimentícia cairá pela metade.

      Ar, atmosfera

        Mudanças climáticas:
A emissão do gás carbônico CO ² aumentou de 1990 a 2013  61% e permanece na atmosfera durante séculos segurando o calor que a terra reflete. 97% dos cientistas verificam esta mudança do clima, fora da elite riquíssima nos EUA.                                                                                                   
(Naomi Klein: A decisão, Kapitalismus vs. Klima, Fischer 2. Auflage 2015 ¨This change Every thing New York 2014)
Previsão até 2050: aumento de temperatura 3 graus.  Catástrofes que aconteciam antigamente cada 500 anos, hoje podem acontecer cada 10 ou 15 anos

Efeito estufa:. 
No fim 2100 o pólo norte ficará sem gelo. 2 m por hora as geleiras derretem no mar, o nível do mar subirá 1 m. A água doce estará ameaçada pela água salgada dos oceanos. O calor dos mares aumentará também, sobe o CO2, a água fica ácida, os seres vivos morrem.                         
A radiação solar atravessa a atmosfera, a maior parte absorvida na terra aquecendo-a, uma parte refletida pela terra, outra parte não regressa ao espaço, pois é absorvida pela camada de gases de efeito estufa, que aquece a superfície da terra e a atmosfera.
            A partir de 1750 aumentou o CO2 em torno de 40 %, o metano CH4 cresceu 150 %.  As concentrações de dióxido de carbono CO2  aumentaram entre 1995 e 2005 em um ritmo mais acelerado do que entre 1960 e 1995, a maior parte provém da queimada de combustíveis fósseis. O gás metano CH4 é gerado especialmente através dos cultivos agrícolas e na pecuária, mas também as grandes lagoas artificiais para hidrelétricas produzem metano
            Os dados oficiais da emissão de CO2 no Brasil apontam: 24 % das emissões desmatamento e queimadas. 40 % do Metano (com o fator 23) largam as vacas, gás hilariante (com o fator 296), amoníaco. 50 % das emissões de gases de estufa no Brasil resultam de desmatamento no Amazonas.

 Lixo: O mundo descartável:

              ¨A                                             
  num intenso depósito de lixo¨
                                                            Laudato si. 21

             Vivemos num capitalismo descartável: O motor deste sistema é o crescimento da produção à custa dos recursos do planeta.  A indústria investe para aumentar a produção.  Mas sem propaganda não se vendem os produtos.  O consumidor se deixa seduzir e compra. Se o mercado está saturado, precisa descartar o produto velho sem necessidade. Assim vivemos num mundo descartável que produz lixo, um círculo vicioso.

Os Causadores de poluição:
Os agentes causadores da poluição: refinarias de petróleo, fábricas de papel e de produtos químicos, fundições, veículos, queimadas de florestas e de lixo, monóxido de carbono, oxido de nitrogênio, enxofre...
A utilização dos materiais energéticos fósseis tem resultado num acréscimo de gás carbônico (CO2) na atmosfera. Automóveis e usinas contribuem com 75 %. As árvores funcionam como um depósito de CO2.

      O tempo que a mãe terra leva  para digerir o que jogamos fora:

Cigarro e chicletes até 05 anos,
Fraldas descartáveis 450 anos
Tampinhas, Alumínios, Plásticos e Pilhas de 100 a 500 anos,
Pneus e Vidro têm tempo indeterminado.
Resíduos nucleares: não existe cemitério no mundo,


1.3 O Deus dos pais e mães

Alianças certas: De olho nos povos 17, 1 – 27

Abraão e Sara

No cap. 15 Abrão teve confiança em Javé foi o tempo     das ¨Falas de Moisés¨. a Ismael “Pai de um povo”. No cap. 17 Abraão “será pai de multidão de nações” (v.4). Sara será mãe para nações com Isaac (v.16).
Os “Creios históricos“ (Dt. 6,20-28 e 26,5-11) só falam : ¨Meu pai era um arameu errante (Abrão e as tribos de Jacó),Ele desceu ao Egito, onde viveu como migrante...Mas os Egípcios nos maltraram...Então clamamos a Javé.. Javé nos fez sair do Egito  para nos fazer entrar na terra que prometeu¨,
Os Creios não falam nada do Sinai nem dos “Dez Palavras” nem de Moisés.
Deus se apresenta como “el Shaday”, a LXX traduz ”todo poderoso- pantokrator”, correto seria: “Deus das montanhas” ou “Deus de meus campos”. Ele diz a Abraão: “Anda diante de mim e sê íntegro”, um apelo ético. “Estabelecerei minha aliança entre mim e ti e, depois de ti, as gerações que descenderão de ti” (17,7). Muda de nome Abrão para Abraão: <pai de uma multidão>. Muda do nome Sarai em Sara <princesa>, Deus a abençoará (17,15).
Abraão quer sacrificar Isaac: 22, 1-19
 Era comum nos povos vizinhos e em Israel/Judá oferecer os próprios filhos e filhas para acalmar a ira de Deus ou para ganhar uma vitória, Jefté sacrificou sua própria filha (Jz 11,34), o filho de David morre como castigo do pecado de David (2 Sm 11–12), Acaz no tempo do profeta Isaias imitou os reis de Israel, chegando a sacrificar seu filho na fogueira, “segundo os detestáveis costumes das nações” (2 Rs 16, 3-4). Jeremija critica a queimada dos próprios filhos no Tafet (Jr 7,30-31) Josias profanou o Tofet (2 Rs 23,10) para que a ninguém mais fosse possível passar seu filho ou filha pelo fogo em honra de Môlek, o deus dos amonitas. Veja Lv 18, 21; Dt 12,31; 
EL e Javé se confrontam.  “Deus pôs Abraão à prova”:  No livro Jó é Satanás que coloca  à prova. A carta do Tiago diz ”Deus a ninguém tenta” (1,12-14). Javé não tenta ninguém, ele sempre vem em socorro dos pequenos. Mas aqui Deus/EL tenta, um deus poderoso.  Intervenção do anjo de Javé: “Não estenda a mão contra teu filho, nem lhe faças nada” (22,12). Javé também fala ao adversário: “Não estenda a mão contra meu servo é Satanás  No monte Moria ¨Javé vê¨ (22,14).
           
 Sempre na história os poderosos sacrificaram os pequenos em nome de uma autoridade superior, Os sacerdotes  sacrificaram o próprio Filho de Deus

Jacó e Raquel, mãe de Israel: Gn 28,10-35,29

            A promessa de Javé: “Eu estou contigo e te guardarei em toda a parte aonde fores e te farei voltar para esta terra, pois não te abandonarei até eu ter cumprido tudo o que te disse” 28,15. Com esta promessa ele serve durante 14 anos Laban, agora enganado por seu tio, para finalmente conquistar a mulher amada Raquel,
Na volta, a oração dele 32,10-14, em Penuel 32,23-33: um homem rolou com ele no pó ate o romper da aurora. Na benção Jacó recebe o nome Israel que significa que Deus se mostrou forte “pois lutaste com Deus e com os homens e venceste” (32,29). “Eu vi Deus face a face, e a minha vida foi salva”.
Jacó, que só sabia lutar, quer agora encontrar graça nos olhos do irmão: “Eu vi a tua face como se vê a face de meu deus” (33,10).

Nova benção em Bet-El: 35,9-13; um acréscimo sacerdotal. Raquel, a mãe de Israel, “chora seus filhos” (Jr 31,15 e Mt 2,16-18) morre no parto de Ben-Oni, <filho de luto>, Jacó mudou o nome dele em Ben- Jamin, <filho da direita>. Raquel foi enterrada em Bet-Lehem, 35,19.

A história de José Gn 37 – 50
A história de José é uma cativante “novela”, parece ser uma simples “história da família”, mas quer mostrar a necessidade de uma monarquia para salvar o povo. Por isso o conflito entre as tribos que querem igualdade e José, que representa a futura monarquia (37,8).


I.4 Javé desceu para libertar seu povo


Javé desce Jz 5,4: Dt 33, 2 e Sl 68, 8-11 falam: “Javé quando saístes de Seir, quando partistes da estepe de Edom... Javé veio de Sinai.” É o Deus que vai ao socorro de seus veneradores, que são ameaçados pela escravidão do Egito e na região do deserto. É um Deus livre, espontâneo, solidário com o seu povo.

A vocação de Moises:
Moises levando o rebanho além do deserto chegou à montanha de Deus, ao Horéb na tradição eloista (3,1), na tradição javista e sacerdotal  no Sinai (Ex 19, 16-25).

     Porque uma sarça está em chamas, mas não se consome? (sar em hebraico também triste): Um Midrash fala: “ Moises atormentava-se em seu coração: Os egípcios são capazes de exterminar os filhos de Israel. E então chamou-o Deus de dentro da sarça.” .... “Mostrou-lhe as imagens de uma sarça que não se consumia, como que a dizer-lhe: Do mesmo modo que o fogo não consome a sarça, os egípcios não poderão destruir o povo de Israel.”
 (Reflexões sobre a Torá),

   Javé disse:
 “Eu vi, enxerguei a opressão de meu povo no Egito.
   Eu ouvi, escutei-o  clamar sob os golpes...
   Eu conheço seus sofrimentos,
   Desci, para liberta- lo da mão dos egípcios”.
            (Ex 3, 7 – 8)

       O nome deste Deus é JHWH:
A expressão original do nome pode ser uma exclamação: “JÁ-HU: O, ELE”.  O louvor a Deus: Halelu-Já! O Já é sufixo de Jave: O verbo hebraico não significa um ser, antes um agir ou estar.  O nome no hebraico contem 4 consoantes: J H W H, precisa inserir os vogais a,e: JaHWeH. A partir do IV século não se usava mais o nome Javé.
Uma antiga versão inseriu: e o a JeHoWaH.
O nome Javé apareceu na península Sinai, lá Deus falou a Moisés: Ex 6,2: “Eu sou Javé, apareci a Abraão, a Isaac e a Jacó como Deus EL-Shadai: Deus das montanhas e não Deus poderoso, mas sob o meu nome Javé não me dei conhecer a eles.” (3,14-15).

      A tradição sacerdotal (S):  Nos versículos 3,9-15 fala-se  dos “filhos de Israel”, indício  da redação sacerdotal. “Eu sou Javé” é uma expressão típica dos sacerdotes sem relação a Moises ou povo (Lv 19).
Moises disse a Deus: Quem sou eu? Eu irei junto dos filhos de Israel, se me perguntam: Qual é o seu nome? Não sabemos. A resposta: “Eu estarei como estarei” (3,14-15). Na água de Massá e Meribá os filhos de Israel tinham colocado Javé à prova, dizendo: ”Javé está no meio de nós?” (Ex 17,7).  É a pergunta dos filhos de Israel após a destruição de Jerusalém: como Ele agora estará presente?

A saída, a aliança, a terra doada

A ação de Javé contem 3 passos: primeiro fazer sair os filhos de Israel (não o povo) do Egito; secundo tomar eles como seu povo para ser Deus para eles; assim eles conhecerão “que sou vosso Deus”, terceiro fazer  eles, os filhos de Israel, entrar na terra (6,6-8). “Eu sou Javé”.

1.     A saida do Egito
           A disputa com Faraó, as pragas ( 4,18-11,10.) Liturgia da Páscoa, consagração dos primogênitos (12,1-13,16).Passagem do mar, Maná, as águas de Massá e Meribá : Javé está no meiode nós? (16,1,-17,7)

2.     A aliança no Sinai ou Hore

Javé faz a aliança , ELE mesmo fala a Moisés as dez palavras da aliança, que não são mandamentos ( 19,1- 20,21).

3.     A terra prometida
         Josué conduz as tribos passando o Jordão para Canaã.
 No livro dos Juízes as tribos organizam a convivência.

1.5 Javé fala pelos profetas

Moisés e Eli-Jahu são os dois representantes dos profetas.

Moisés, o grande profeta
 “As falas de Moisés” (Dt 1, 1) marcam Moisés como profeta que  aprofunda a aliança que Javé  fez com o povo libertado no Horeb, agora parceiro de Javé. Outros povos morreram, “enquanto vós, os partidários de Javé, estais vivos ainda hoje” (Dt  4,4 TEB). “Javé falou convosco face a face” (Dt. 5,4), no Livro Êxodo ele só falou com  Moises (Ex 33,11).
Em 18,18; ele promete um profeta futuro como ele messmo.

Eli-Jahu ¨Meu Deus é Jahv騠
Ele denuncia Israel que abandonou Javé: ¨Os filho de Israel abandonaram a tua aliança¨( 1 Rs 18 e 19;).

Oseias
  Oseias declara: “Do Egito chamei meu filho. Eu os atraia com vínculos humanos, com laços de amor. A minha compaixão se acende,  Muitas vezes a Bíblia fala da misericórdia e compaixão (rahamim) de Javé. A palavra misericórdia ou compaixão é derivada da palavra ventre, útero (r-h-m) da mulher ou da mãe. (Sl 103,13; Js 63,16; Ez 34,6; S 25,6; 116,3; Jr 31,20; Js 66,13;) Contra o ardor da cólera  (masculino) de Javé vencerá a sua misericórdia( feminino).
 Sou santo no meio de ti e não varão (isch, masculino), não virei com furor.”  O Santo inclui o masculino e feminino (Os. 11, 1-9;) O ser humano foi criado masculino e feminino.

 Os traços paternais e maternais aparecem no Dt. 32,18 “Negligenciaste o Rochedo que te gerou (masculino), Esqueceste o Deus que te pôs no mundo (feminino).  
Os discípulos de Isaias: “Desde muito eu permaneci inativo, não dizia nada, me continha, Como mulher em dores de parto, eu gemo e sufoco” (Is 42,14) “Porventura a mulher esquece a sua criança de peito? Eu, eu não te esquecerei.” (Is 49,14-15)
 “Ele os resgatou com amor e compaixão, tomou-os e carregou-os em todos os dias do passado. Mas eles se revoltaram e aborreceram seu santo espírito: “Onde estão, pois, o teu ciúme e a tua coragem, a emoção das tuas entranhas? Acontecerá como a quem é confortado por sua mãe: Sou eu que, assim, vos confortarei¨. (Is 63, 7-16)

         O III e III Isaias
            A elite de Jerusalém está presa em Babilônia,. O II Isaias vislumbra um novo tempo: não haverá mais um estado nacional, nem rei. Javé se serve de um servo, neste caso o Ciro.. Deus é só um, criador do universo.
          O II Isaias não usa o termo libertar, mas sim resgatar. Javé aparece como “Goel” resgatador, um termo que aparece 17 vezes nos capítulos 40 – 66: “Não tenhas medo, Jacó, aquele que te resgata é o Santo de Israel.” (Is. 41,14) Javé, o Goel, resgata a pessoa da sua dependência dos outros, ele é um salvador.  O  Isaias II chama os exilados cegos, surdos (42, 18 – 25), mais uma doença do que pecado.
         O Iii Isaias até rejeita um templo nacional: O céu é meu trono, a terra o escabelo dos meus pés. Mas olho para humilhado e abatido de coração( Js 66). 
           
O símbolo da fé diz:

 Creio no Espírito Santo, Senhor que dá vida
 Que fala pelas profeta.          


             I.6  Meu Pai e vosso Pai

O paternalismo no Império Greco-Romano:

Lembremos: No Império Romano encontra-se uma severa hierarquia: Deus é soberano, imutável, não poder sofrer, representado pelo imperador, o Pai da pátria com todo poder.  O pai em casa é o Senhor sobre vida e morte da família, da mulher, dos filhos e dos escravos. Isto é justiça eterna (até hoje).

O Pai do Filho no Novo Testamento

Paulo: “Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho que clama: ”ABBA“ Pai” (Rm 8,15-16 e Gl 4,6). Não há mais nem judeu nem grego ,nem escravo nem homem livre, nem homem nem mulher (Gl 3,28).
          I Carta de Pedro: Na primeira carta de Pedro (1,17) encontramos uma crítica ao paternalismo do Império:”.  O pai dos cristãos não faz parcialidade entre as pessoas como no paternalismo do Império, todos são iguais.
            Marcos: Jesus se identifica com os pequeninos. Quem recebe uma criança, recebe Jesus e quem recebe Jesus, recebe Aquele que me enviou (Mc 9,37). Marcus se dirige contra uma estrutura paternalista e hierárquica onde se busca ser o major.   No Getsêmani Jesus reza: ¨Abba, Pai¨
      Lucas: Ele, que escreve para os habitantes do Império, faz uma crítica severa ao paternalismo: O filho mais novo pecou contra Deus e seu pai.  Para evitar o castigo e punição da parte do pai, ele quer se castigar a si mesmo, ele quer ser empregado, não mais filho. O filho mais velho tem o mesmo pensamento de um Deus de ordem e lei, ele mesmo cumpriu todos os mandamentos do pai. Mas o pai se revela totalmente diferente, não esperado pelos dois filhos, porque ele perdoa e aceita, faz um banquete. (15, 11- 32) .

 No Lucas Jesus só diz: ¨Pai¨ e não Pai no céu, nem Pai nosso: é um pai em redor da mesa como um amigo Lc 11, 2-4;
  Pai ! Que o teu nome seja santificado:
            Que o teu reinado venha!
            Dá- nos o pão que nos é necessário para cada dia.
            Perdoa-nos os nossos pecados, pois nós mesmos
            perdoamos a todos os que cometeram faltas contra nós

          No pensamento romano uma perdão das dívidas é impossível, seria contra a justiça e contra a lei divina. Precisa a restituição pelos sacrifícios. Contrário o Evangelho:  Lc fala primeiro do pecado, depois  das faltas. Este pedido foi uma revolução. O perdão é a esperança a ressurreição.
  A tentação mesma não vem de Deus, mas do Maligno. Pedimos ajuda na tentação para não cair. Lc omite o pedido de Mateus: ¨Mas livra-nos do Tentador¨. A tentação fica sempre: Jesus falará a Judas: ¨Meu amigo, faze a tua obra¨ (Mt 26,5 e Jo 13,27).)
Deus é um bom pai na mesa dos seus filhos e dá tudo, o que eles precisam: ¨Quanto mais o Pai do céu dará a Espírita Santa aos que lho pedem¨ (Lc 11,13). Esta Espírita nos ajuda nas Tentações.

             Joâo: Pai meu, Pai vosso
Quando Jesus fala de Deus, ele sempre diz:: ¨Pai¨, ou ¨Meu Pai¨. Jesus faz o que o Pai faz (Jo 5, 19-20). Sempre há diálogo entre Pai com Filho ou Filho com Pai.   ¨Ninguém conhece quem é o Filho a não ser o Pai, nem quem é o Pai a não ser o Filho¨ (cf. Mt 11,25-27, Lc 10,21-22;).
Os discípulos pedem: Mostra-nos o Pai.  O novo: A revelação sobre o Pai acontece a partir do Filho, há um antropocentrismo; ¨Quem me vê, vê o Pai¨ (Jo 14,9).¨Eu manifestei o te nome aos homens¨(Jo 17,6;)
            O novo acontece quando Jesus recebe a vida pela Espírita Santa: Jesus fala a Maria Madalena  ¨Diga aos meus irmãos: Eu subo para meu Pai, que é vosso Pai¨ (Jo 20,17). Jesus volta ao Pai.

            O Vivo aparece aos seus irmãos Agora somos filhos e filhas adotivos do Pai, irmãos e irmãs de Jesus na graça da Espírita Santa.

1.7. Deus, o Pantokrator

Os títulos para Javé são: Deus de Israel, dos exércitos, que são os astros, estrelas  Javé é o Altíssimo, o Soberano, o Deus do universo, o Deus de todo poder (Is 3,1; Jt 9,14;)  Em 2 Sm 7,14 e Jr 31,23  Javé é chamado de todo poder, A LXX traduziu o EL Shadai por pantokrator Adonai, o poderoso do universo (S 84)
O tírulo: o Todo-poderoso ¨pantokrator¨, apareça  em Sr 42,17; 50,14; Jt 8,13; no tempo dos Gregos. Paulo conhece este título numa citação do AT: ¨dis o Senhor todo poderoso  2 Cor 6,18;
O vidente do Apocalipse só chama Deus como Pai nas cartas às sete igrejas (Ap 1,6; 2,28;3.5;).  A designação de Deus como ¨o todo-poderoso¨ (o pantocrator, o dominador universal) é típica do Apocalipse. Aparece nove vezes  com um colorido político, seis vezes no contexto litúrgico: 1,8; 4,8; 11.17; 15,3; 16,7; 19,6;

             Este título está sempre ligado com as palavras ¨aquele, que é. que era e que vem¨. O Pantokrator combate o Diabo ou Satanás, presente na besta Roma. Os que guardaram a palavra de Deus e o testemunho de Jesus, também todos que vieram da grande tribulação se sentam nos tronos para fazer justiça. No final da luta  haverão as núpcias do cordeiro: a morada de Deus com os homens, ¨o Deus que está com eles¨(21,3).

Nos concílios 325 e 381 foi definido: ¨Creio em Deus, Pai todo-poderoso. Parece que  o atributo todo-poderoso é o mais adequado ao Pai. Está na subconsciência coletiva: Estamos acostumados de rezar: Pai todo poderoso.
O Pai no NT é um pai de misericórdia, que faz justiça aos que sofrem injustiça, que tem compaixão dos filhos e filhas, que amou tanto o nosso mundo que entregue seu filho, matado pelos poderosos do mundo. O Pai se solidariza com o sofrimento do Filho e do mundo. 
           
Ao menos precisa corrigir a frase e dizer: 
Creio em Deus, Pai, o todo poderoso



II Creio em Jesus Cristo, seu único Filho.




O símbolo dos Apóstolos: 


E em Jesus Cristo, seu único filho, nosso Senhor,
            que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,                                         nasceu da virgem Maria,


         

   II 1. Os prefácios de Mateus e Lucas


           Mateus


Na genealogia Jesus é filho de David, filho de Abraão. Os homens geram filhos de mulheres. Há quatro mulheres estrangeiras; “Judá gerou Farés e Zara de Tamar” (Mt 1, 3) depois de Raab, de Rute, da mulher de Urias.  A preposição “de” ocorre na genealogia com relação ao papel da mulher na concepção, e não do homem (Ribla 27 p.36).  “O que foi gerado nela provém da Espírita Santa” aqui o “de” é do papel da mulher na conceição, agora da Espírita  Santa. José e Maria moram em Belém.

José é justo, comprovado na Torá, A justiça da Lei exige a marginalizar, significa finalmente a morte. José quer repudiá-la secretamente. O anjo abre novos horizontes, a nova justiça, por isso José vai receber Maria como esposa. 

Mateus, que escreveu aos judeus cristãos e aos gentios, mostra a fé dos gentios desde o inicio: para venerar Jesus vêm Magos (não reis) representantes dos povos. Na ressurreição Jesus manda os discípulos para todos os povos. 

Desde o início Jesus é perseguido e sua família deve fugir de Herodes para o Egito. Herodes vai matar os meninos de Belém. Herodes representa poder político, os sacerdotes e escribas o poder religioso, aqueles que conhecem a Bíblia, mas não praticam. Do Egito Deus chama seu filho, como ele chamou antigamente Israel.
Na volta do Egito José foge de Arquelau de Judá e escolhe a Galileia dos gentios e mora em Nazaré.                
    Ler: Mt (1 – 2)




    Lucas:


O ambiente é Jerusalém com o Templo, em Judá moram os parentes de Maria, que prefiguram a primeira comunidade.



Zacarias, sacerdote do campo, cumpriu o serviço no Templo e recebe o anúncio de um filho, que será chamado “hehohanan: “Javé é benigno”.


 Maria mora em Nazaré, cidade de Galileia?  O papiro a substitui Galileia por Judeia. O códice D omite toda a informação sobre Nazaré (Ribla 44, .49).


 Espírita Santa virá sobre te e o poder do Altíssimo te cobrirá (1,35). Espírito aqui sem artículo, em hebraico feminino, em grego neutro. ¨Sempre quando aparece sem artigo refere-se ao poder criador de Deus que transforma situações e condições¨ (Ribla 44 p.55).


A sombra do Altíssimo lembra a nuvem que encheu a tenda: “A nuvem cobriu a tenda do encontro e a glória de Javé encheu a Morada” (Ex. 40, 34-35). Do mesmo modo o Espírito Santo descerá sobre Jesus (Lc. 3,22) e sobre os discípulos (At. 1,8)



Havia uma profetisa, Ana (Lc 2,36) que falava do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
 Ler:Lc 11-2



            Lucas contando a infância de Jesus mostra nestas pessoas e nos pastores o núcleo da comunidade pobre em Jerusalém depois da ressurreição.

          Como o corpo de Jesus depois da morte foi colocado em um sepulcro e enrolado no lençol, assim Maria enfaixou o menino e o colocou na manjedoura.

          Os pastores representam os pobres de Israel aos quais o anjo anuncia a boa notícia. Do mesmo modo as mulheres na ressurreição, avisadas pelos anjos, anunciam a ressurreição de Jesus.


O centro de Mt e Lc é a ação da Mãe Espírita Santa.




         João


                No final do 1. século este hino fala da pré-existência do “Logos“ (grego) do Verbo (latino), da Palavra (português).  

            “No início era o Verbo, voltado para o Deus (com artigo) e o Verbo era Deus (sem artigo)”. Voltado significa uma orientação a alguém, a relação entre o Deus e Verbo.

            ¨ Tudo se fez por meio dele¨. Na Gnose o mundo é feio, Deus não podia ter feito este mundo, precisava um arquiteto. Só pelo conhecimento e finalmente pela morte a pessoa escapa deste mundo.

            “O Verbo se fez carne e amarrou sua tenda entre nós”.  Javé morava numa tenda no meio do povo. Agora o Verbo mora entre nós.                                                                                              A Lei foi dada não por Moisés, mas promulgado pelos sacerdotes, a graça veio por Jesus.                                               O Verbo é o Filho único que “está no seio do Pai“ (1,18 ).



      Já cedo havia um hino na carta aos Filipensess sobre Jesus Cristo: Ele que é de condição divina, Mas despojou-se,  tomando a condição de servo (Fl 2, 5-11)




Liturgia


Advento (a vinda do Senhor) Os quatro domingos do advento são de vigia e espera da vinda do Senhor: “aguardando a bendita esperança, isto é, a manifestação da glória de Jesus Cristo” (Tito 2,13). No final do Apocalipse a Igreja chama: Maranatá: Vem, Senhor!Na eucaristia chamamos: Vinde, Senhor Jesus!Após o Pai Nosso rezamos: “enquanto vivendo a esperança aguardamos a vinda do Cristo salvador”



         Natal As novenas do Natal preparam a festa do Natal, lembrando o nascimento de Jesus, o sol da justiça.

         No quarto século existia no Ocidente a igreja Católica Romana com sede em Roma e no Oriente a igreja Ortodoxa Bizantina com sede em Constantinopla.

          As duas igrejas acabaram com a festa pagã: “A virada do Sol”. No norte do globo o dia é mais curto e a noite mais cumprida.  Na virada do globo os Romanos celebravam uma festa noturna e gritavam “a Virgem deu à luz e a luz cresce”.




         Epifania Para os católicos ortodoxos no Oriente o dia 06 de janeiro é o dia da “Santa Teofania”, isto é “a manifestação do Deus que se encarnou em Jesus”. Epifania: Epifania (veja as palavras:  fenômeno) significa aparição, manifestação: o Deus escondido se manifesta na pessoa de Jesus.
            A “Teofania”, ocorreu também na hora do batismo de Jesus  e nas bodas de Caná onde Jesus mostrou a sua glória.



   II 2. Os concílios


   Jesus. por nós, homens,  e para a nossa salvação
desceu dos céus e se encarnou pelo Espirito Santo
       no seio da virgem Maria e se fez homem.
                       Nicéia


      Com o tempo se formaram duas escolas, uma em Anioquia, a secunda igreja depois de Jerusalém, onde Mateus, o judeu, escreveu um Evangelho e Alexandria, onde o primeiro Testamento foi traduzido no Grego, chamado Septuaginta, LXX, mais usado pelos cristãos.


 A escola de Antioquia:


A escola de Antioquia na Síria  guarda a tradição bíblica, que tem características da história: Importante é o sentir, pensar, querer agir da pessoa, Natureza em si significa para eles: eu decido, eu ajo, eu faço, o que chamamos hoje  em dia “pessoa”.
Provavelmente a comunidade judaica com seus estudos da Bíblia influenciou esta escola. Ela explica a bíblia a partir do texto mesmo e da história e não busca um sentido espiritual.


Javé Deus escolheu Jesus no batismo e pela sua vida e morte, Até a cruz Jesus se comprovou.  O comprovado, o “justo”, é aquele, que pela sua vida cumpriu a Torá, assim ele é comprovado na justiça. Jesus foi aceito por Deus na ressurreição como Filho de Deus.
     A escola de Alexandria:


Alexandria no Egito foi o centro do Helenismo com os termos da filosofia grega.  O termo mais importante é essência, natureza, substância. O conceito de Deus segue o Helenismo.
Sócrates, Platão e Aristóteles criaram uma filosofia sobre Deus onde na ponta da pirâmide da sociedade fica um só Deus.


Os atributos deste Deus são: perfeito, onipotente, onisciente, eterno, infinito, isolado da história. A divindade é apático, impassível, não tem empatia, Deus é imutável, eterno, sempre o mesmo, universal, não concreto, a historia muda e não tem valor. Deus não precisa de nada, nem de um amigo e ele mesmo não pertence a um dono. É absurdo pensar: eu amo Zeus. 
No cosmo há ordem e harmonia, o único imperador representa o único Deus, na sociedade está tudo subordinado ao Pai da pátria: mulher ao homem, filho ao pai, escravo ao dono


A pergunta fundamental  da escola de Alexandria para a fé foi a seguinte: Ou Cristo é Deus de natureza, por isso não pode sofrer como Deus não pode sofrer. Ou Cristo sofreu na natureza humana, por isso não pode ser Deus. 
 Ela pensa assim: O Verbo, sendo Deus, se tornou homem para que o homem se torne divino. Acontece uma troca de naturezas (Atanasios). Jesus Cristo é o mediador entre a natureza não criada e a natureza criada.
A salvação acontece pela divinização do humano: o Filho de Deus se fez filho do homem para que o homem se torne filho de Deus (Ireneus).
             Esta corrente com a filosofia helenista não destaca o agir, mas a essência, a  substância de Deus. ¨Eu sou aquele que é¨.
            Contestar a humanidade é o perigo do Helenismo: a carne é só parte do ser humano, menos valorizada, domado pela alma e ou dirigida pelo espírito. O Helenismo reduz a humanidade de Jesus à sua carne. A alma, (ou espírito) como agente da pessoa é o Verbo divino.


Para Árius Jesus Cristo é só homem, semelhante a Deus,
mas não Deus, porque ele sofreu o que é impossível para Deus.


              O imperador Constantino 

Estima-se que depois de 300 quase 10% da população das cidades Romanas já eram cristãos. Os campos não tinham cristãos, foram chamados pagãos.

Aconteceu uma revolução na história do Império Romano:  a conversão de Constantino (312). Ele  quis unir seu Império na nova religião, a igreja será competente para a salvação do Império.  Ele declarou o catolicismo como religião licita. O Imperador é protetor da igreja, um império, uma religião


   O Imperador Constantino enfrentou estas duas correntes no  seu Império e convocou um concílio no ano 325 em Niceia. que estava situado ao lado de Constantinopla.



O Concilio de Nicéia em 325 d.C.


Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho unigênito de Deus,
Nascido do Pai antes de todos os séculos, 
Deus de Deus, Luz da Luz, 
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro:
Gerado, não criado, substancial ai Pai. 
por ele todas as coisas foram feitas
e por nós, homens, e para a nossa salvação
desceu  dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo
no seio da virgem Maria e se fez o homem.


O concílio decidiu: Jesus é tanto deus quanto humano:Jesus Cristo não é semelhante (homoiusios) a Deus, como Árius declarou,  Jesus Cristo é igual a Deus, (homousios, consubstancial) a Deus. (Jo,1,13,14,18).
Nicéia afirma a divindade de Jesus apesar dos sofrimentos dele. Agora no Deus tem lugar para outro: o filho.  Isto é uma revolução, a superação do Helenismo, que não podia pensar que existe sofrimento em Deus, que Deus muda.
    A igreja e a teologia não refletiam as conseqüências desta definição: Deus permaneceu um deus dos filósofos e não o deus de Abraão, Isaac e Jacó, fica fora da história, 
Com esta definição está mudando também a importância de Deus Pai. Se o Filho sofre que é igual ao Pai, também o Pai sofre.


           Concilio de Constantinopla 381

                            Também por nós foi crucificado

          sob Póncio Pilatos; padeceu e foi sepultado

Apoiando a escola de Antioquia este Concílio acrescenta: ¨Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos¨, Constantinopla destaca o agir de Jesus, 
            No ano 391 o imperador Theodosios declara o cristianismo como a religião do Império. A igreja primitiva se entendeu como sinal do Reino e mediu o Império Romano a partir do reino de Deus:  
Agora a igreja se entende como o reino de Deus mesmo e busca um bom relacionamento com o Império, ela se torna a religião do Império.


 A igreja não muda o poder, o poder muda a igreja.


O Concílio de Éfeso 431:


Continua a discussão sobre a pessoa de Jesus:


Para terminar estas discussões o Imperador convidou para um Concilio em Éfeso no dia de Pentecostes 431, Cirilo com 40 bispos, o seu patriarcado, chegaram na hora, o patriarca de Antioquia João e os legados de Roma ainda estavam viajando, Cirilo abriu sessão com 150 bispos e condenou Nestório e João. Foi definido: Maria é Mãe de Deus.



    Calcedônia 451: uma pessoa em duas naturezas:


O imperador Marquiano chamou de novo para um concilio em Calcedônia com a intenção de reunir os contraentes. Mais ou menos 350 bispos participaram, entre eles três delegados de Roma com uma carta do bispo de Roma de Leão e dois delegados da África.
O concílio devia definir que Jesus é verdadeiro homem contra o perigo de divinizar Jesus. Atanásio da escola de Alexandria considerou a unidade à custa da alma racional de Jesus. O Verbo é portador de tudo o que o Cristo fala. Assim a natureza divina diminui a natureza humana.
Até o século VII tinha dúvida, se Jesus tem vontade própria. ¨O Filho, nosso Senhor Jesus Cristo é o uno e o mesmo... ele  é perfeito na divindade, perfeito na humanidade, verdadeiro Deus, verdadeiro homem, Ele mesmo de alma racional e corpo é consubstancial ao Pai secundo a divindade¨,
Novo nesta definição é a existência do Filho em duas naturezas, não de duas naturezas. A divindade não ajuda à humanidade de Jesus, a humanidade age por conta própria.


A unidade das duas naturezas em si separadas não é uma terceira unidade, mas se chama prósopon - pessoa ou hypóstasis – subsistência.  O “Quem” não é simplesmente o sujeito Jesus, mas o ponto, onde se encontram Jesus e o Verbo.


O bispo de Roma, Leão, não envolvido na briga do Oriente podia unir as duas posições. Com Leão os Romanos argumentam: o nascimento do Filho Eterno no tempo foi necessário para salvar-nos do diabo, Jesus nos libertou pela cruz. Cada natureza faz o que é dela: Jesus deve ser Deus e homem para pagar a culpa do homem e restaurar a justiça de Deus.
Leão I fala de duas naturezas e de uma pessoa, uma fórmula que já usava Tertuliano e Agostinho.
Agora o bispo de Roma se vira patriarca do Ocidente. Dizia-se: “Pedro falou pelo Leão”. Para significar a origem de Jesus Cristo pode usar o termo natureza, é sua natureza divina. Para descrever a relação de Jesus histórico com o pai  usa-se melhor o termo pessoa. 


Neste Concílio se separou a igreja santa apostólica católica síria do Oriente da igreja do Ocidente, de Roma.



         Para a nossa salvação se fez homem


            Esta frase dos primeiros concílios quer explicar o motivo da encarnação, por que o Filho de Deus se fez um ser humano.
           Os advertências de Moisés e dos profetas não conseguiram afastar o povo do mal. 
         Último raciocínio de Javé: mandar seu próprio Filho para salvar seu povo, Jesus significa: Javé salva. Jesus escolhe Galiléia, onde o povo vive na sombra da morte, rejeitado pela lei dos sacerdotes, a massa danada, que não entende nada da Lei.
          ¨Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho para que todo o homem que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. O Filho não veio para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele (Jo 3, 16-18). Jesus luta contra o mal que oprime,  representado por Satanás. 


      Nos Evangelhos a salvação consiste na perdão dos pecados:


¨Tu menino, profeta do Altíssimo,
para dar ao seu povo o conhecimento da salvação
Por meio da perdão dos pecados¨( Lc1,77)


    
II 3  A vida de Jesus 

 Os Evangelhos não relatam a vida histórica de Jesus, são boas notícia, que devem ser aceitas com fé e esperança, para serem ser praticadas.



a)    O batismo no deserto




 João pregava um batismo de ¨conversão para o perdão dos pecados¨ no rio Jordão no deserto. Antigamente os Israelitas atravessaram este rio, para entrar na terra prometida (Mc 1, 1-11).


          O deserto de Damasco:


          O profeta Elias deve tomar o caminho em direção ao deserto de Damasco (1Rs 19,5), este deserto foi chamado também Arabá, o mar morto chamado mar da Arabá (Dt.3,17). Desde 180 a.C. se retiraram piedosos judeus de Jerusalém formando uma comunidade esperando o Messias e a purificação do Templo. Eles se referiam a Is.40,3: “No deserto abri um caminho para Javé”.  Hoje em dia este lugar se chama ´Qumram`.        


   João batiza com água e Jesus batizará com a Espírita Santa (Mc 1,8) João não mexe com as sandálias de Jesus (Dt 25,9), porque Jesus é o noivo da igreja. A pomba é símbolo do amor.


Acontece uma revelação trinitária para mostrar com quem Jesus está conectado durante a sua vida. 


Tentação no deserto por Satanás: Quais as dificuldade  Jesus vai enfrentar na sua vida? (1, 12-13)

Ler: Mc 1,1-11; Mt 3,16-19; Lc 3,22;).



b) A tentação do Filho de Deus





 Jesus, conduzido pelo Espírito enfrenta as expectativas por um messias do povo e dos lideres religiosos e políticos. O tentador  pergunta: ¨Se és o filho de Deus... ¨


            O lugar desta tentação é o deserto. Lá o povo, como sempre, quer pão e circo, não quer lutar, quer voltar para a escravidão;  Para Jesus a palavra de Deus é mais importante do que o pão.(Dt.8,3) Mas ele terá compaixão com a massa perdida e parte o pão com eles (Mc 6,34-)44


 O lugar da tentação é o templo ou qualquer lugar sagrado. Os líderes religiosos manipulam a palavra de Deus e  interpretam as escrituras  do gosto deles, com isso tentam Deus mas Jesus não tenta  Deus, confia nele (Mc 11,15-26;)


            O lugar simbólico dos políticos dominantes é o monte, de lá se domina tudo. Os líderes políticos buscam poder e riqueza. Jesus veio não para dominar e ganhar o mundo inteiro, mas para servir. (Mc 10,32-4;)


               Ler: Mc 1,1-11; Mt 3,16-19; Lc 3,22;)


c)  Jesus em Galileia


Marcos Anuncio do reino de Deus, escolha dos primeiro discípulos. Jesus manifesta sua autoridade: ¨Pois bem, para que saibais que o Filho do homem tem autoridade para perdoar os pecados na terra...¨(2,1-12).
Este título se refere a sua origem divina: ele tem autoridade (do Pai) perdoar pecados (Mc 2,10;), ele é Senhor do Sábado (Mc 2,28). 
Este ´Filho do homem` come e bebe com os cobradores de impostos e prostitutas (Mc 2,13-17), uma forte identificação com a humanidade. O filho humano não tem onde recostar a cabeça (Mt 8,20; 11,19).
Cura de um possesso na Decápolis, são dez cidades gregos. Fora dos judeus (5,-23).
O rei Herodes disse: João que mandei decapitar é ele que ressuscitou ( 6, 14-16.). Jesus alimenta cinco mil homens no deserto (6,30-44).
 Uma mulher siro-fenícia convence Jesus que também os cachorrinhos comem as migalhas dos filhos. A fé salva (7,24-30) e Mt 15,21.
 Outra alimentação de quatro mil pessoas, aparentemente no estrangeiro (8,1-9).  


  Mateus O profeta Jesus retirou-se para Galileia, onde vivia um povo nas trevas e na região da morte (Mt 4,12-17)
           O Rabi ensina: o Sermão da Montanha: Ao ver as massas marginalizadas (ochlos) Jesus subiu à montanha. Moisés tinha anunciado a aliança a seu povo (am) no monte de Horeb. Agora Jesus anuncia a nova aliança: o reino de Deus a estes massas, a todos os povos (gojim, gentios, não pagãos). Ele é o mestre, rabi, não um escriba. Os discípulos ensinarão o que ele ordenou como antes Javé ordenou (28,20).  
            Na primeira parte Jesus toma parte daqueles que vivem nas trevas da morte no mundo inteiro, é a opção universal e não nacional,


 Na secunda parte Jesus chama todos, em primeiro lugar os discípulos que querem praticar solidariedade com estes miseráveis do mundo. Temos diante de nós uma proclamação dos direitos humanos.
          O cumprimento da Torá (5,13-7,28):
             Continua o ensinamento dos discípulos: Jesus não veio ab-rogar a Lei e os Profetas mas cumprir na tradição ¨das falas de Moisés e dos profetas¨. (Mt 5,17). A justiça dos discípulos deve ultrapassar a dos escribas e fariseus contra a prática do judaísmo após de Jámnia.
          Amor é a prática da fé (5,43-48): “Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo” foi a interpretação dos escribas que aconselharam: odiar os inimigos, trata-se de  um comentário dos rabinos. Falta  “como a ti mesmo”, o que devia ser traduzido: ”Ele é como tu”.  No Lv 19 foi falado amar ao próximo, quer dizer ao concidadão (Lv19,18) e ao imigrante, quer dizer o estrangeiro, pois você foi imigrante no Egito (Lv 19,34). Podemos falar: amar ao outro, ele é como tu, amar até os inimigos.


          A Máxima, chamada “Regra de Ouro” 
 Mateus usa a formula positiva: “Tudo aquilo que quereis que os homens façam a vós, fazei-o vós mesmos a eles: esta é a Lei e os Profetas”(Mt 7,12). Mateus valoriza o ensinamento dos gentios porque o Evangelho será para todos, judeus e povos.
       Os conselhos em relação ao culto, à religião são poucas (6,1-18). A prática da religião deve acontecer no oculto, não diante dos homens porque Deus está no oculto:  Esmola (6,1-4), oração com o Pai nosso (6,5-15) ¨ se perdoares aos homens as suas faltas, vosso Pai celeste também vos perdoará vossas faltas¨,(6,1-18), jejum 6,16-18.  
 Seguem conselhos: (6,19-7,27). As massas ficaram impressionadas com seu ensinamento, Jesus ensinava com autoridade, não como os escribas (7,28-29).
        O mestre pratica o que ensinou: Ele elogia o oficial Romano: “Nunca encontrei uma fé igual a essa em ninguém de Israel” (Mt.8,10; e Lc  7,1). A massa marginalizada disse: ¨Nunca se viu algo assim em Israel¨ (9,32-34) Cura da sogra de Pedro, exorcismo, as massas em redor de Jesus (8,18). Os homens, os não crentes (TEB) maravilharam-se (8,27)
 O filho do homem tem autoridade (do Pai, não do poder dos sacerdotes) na terra para perdoar os pecados (9,6;).
 Ele chama um pecador Mateus, Deus quer misericórdia e não sacrifícios (9,13). Uma mulher que padecia hemorragias tem fé (9,21) A menina despertou e a notícia se difundiu (9,25; 9,31). Critica dos fariseus (9,34). A massa excluída fica sem pastor (9,35-38).


              A reação às atividades de Jesus: Pergunta de João e declaração de Jesus: ¨Não surgiu ninguém maior  que João; e todavia, o menor no reino dos céus é maior do que ele¨(11,11;).
 Contra as cidades de Galiléia Jesus diz “Ai“ enquanto Tiro e Sidônia na Síria vão encontrar uma sentença menos dura (Mt.11,22). Preferência dos gentios.
Revelação aos pequeninos (naepíos, menores) 11,25-30:  a revelação nos lembra como Javé escolheu e se manifestou aos profetas, veja Dn 2,18-19. Jesus louva o Pai pela revelação dessas coisas aos pequeninos e não aos sábios e inteligentes 11,25-27 e Lc 10,21). Os pequeninos são os portadores da revelação. 
Na interpretação judaica o jugo leve é a Tora. Jesus como a sabedoria personificada chama todos àqueles que estão cansados de carregar o peso da lei (11,28-30)  Jesus traz um novo jugo que é leve, porque ele é manso e humilde (21,5). Jesus é a nova Torá e proclama a alegria do reino. 
             Agora Jesus revela os mistérios do reino aos que estão cansados sob o peso da lei, ele encontrarão repouso.
 Jesus é o Servo de Deus, para a massa ele deve ser o filho de David, para os fariseus Jesus é o chefe dos demônios. Jesus replica: quem fala contra o Filho humano, será perdoado, mas quem fala contra a Espírita Santa, isto não lhe será perdoado. “Porque você será justificado por suas próprias palavras, e será condenado por suas próprias palavras.” (12,15-37). 
        O reino e seus inimigos, as parábolas (13,1-53):
 Falando de João Batista Jesus tinha dito (11,12): ¨O reino do céu está violado e violentes roubam o reino ¨(só duas vezes aparece o termo ¨roubar¨ no Evgl (13,19). As parábolas seguintes mostram como o reino dos céus é frágil como uma semente, mas vai crescer apesar dos obstáculos,
 Agora Jesus saiu da casa e sentou-se à beira do mar, ensina muitas coisas às massas:
 Todas as parábolas são tiradas da vida cotidiana do homem e da mulher. 

Rejeitado na sua pátria: Jesus rejeitado na sua pátria, Nazaré e na sua família: ¨Um profeta só é rejeitado em sua pátria e casa (13,54-58)
Morte de João Batista por Herodes Antipas, filho de Herodes Magno, numa festa deixa degolar João Batista, o profeta. Herodes acredita que Jesus é o João ressuscitado, como João foi Elias ressuscitado.
 Jesus foi informado e retirou-se dali, de barco. As massas excluídas o seguiram de pé. Tomado de compaixão curou seus doentes e manda partilhar os cinco pães e dois peixes com a grande massa, foram cinco mil homens fora as mulheres e crianças. . Jesus anda sobre as águas (14,1-36).
Controvérsia agora com os fariseus e escribas de Jerusalém sobre a lei da pureza. Os escribas no tempo do Evangelho agravaram a lei de pureza mandando lavar as mãos ao tomar as refeições, uma tradição humana. A observação da pureza é superficial, falta de fé  (15,1-20).
 Jesus se retira perto de Tiro e Sidônia onde uma mulher Cananéia convence Jesus que os povos, chamados os cachorrinhos pelos judeus, vivem também das migalhas dos senhores. (Mt. 15, 21 -28). Uma mulher estrangeira converte Jesus para os povos.


 Jesus se dirigiu às cercanias do mar da Galileia. Agora ele tem compaixão com os coxos, cegos, aleijados,  Uma secunda partilha do pão com a massa, desta vez tem 7 pães, que simbolizam todos os povos. Dalmanuta (Mc 8,10) e Magadan são localidades desconhecidas (dos povos?) (15,29-39).


        Lucas A genealogia começa com Jesus e volta atrás até Adão, filho de Deus (Lc 3, 3,22-38;), índice que o Evangelho se dirige ao mundo inteiro, neste caso ao Império Romano.  Lucas não está confrontado com o Judaísmo como Mateus, Sua polêmica se dirige contra  a riqueza  no Império e o paternalismo. Felizes são os pobres. 
Nazaré é o primeiro lugar da confrontação com os fariseus: Jesus ungido com a Espírita Santa se compara com Elias e Eliseu e muda para Cafarnaum (Lc 4,16-32).
Os doze discípulos recebem o nome apóstolos ((6,13)
Num lugar plano que simboliza o mundo inteiro, se reúnem muita massa de Judá, Jerusalém, Tiro e Sídon para escutar Jesus: ¨Felizes os  pobres, ai dos ricos¨.(Lc 6, 17-26).  Começa a polémica contra a riqueza e o dinheiro. Jesus desperta um jovem em Naim, lembra o profeta Elias (7,11-17) Jesus exulta sob a ação da Espírita Santa (10,21), no final do ¨Pai¨  dá a Espírita Santa àqueles que pedem (11.13
Preferência pelas mulheres: a pecadora e mulheres que acompanham Jesus
( 7,36-8,3; Marta e Maria 10,38; uma mulher 11,22; a viuva 18,1).
 Herodes perplexo sobre Jesus ( Lc 9,7), quer matar Jesus (13,31), enfrenta Jesus  (23,6).


d)  A caminhada para Jerusalém

Marcos 8,27-10,5
Primeiro anúncio : ”O filho do homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos chefes de sacerdotes e doutores da lei, deve ser morto (não se fala por quem), e ressuscitar depois de três dias¨ (Mc 8,31).
Este título ocorre 70 vezes nos sinóticos, 12 vezes em Jo e só em At 7,56; onde Estevão vê o Filho do homem e Ap 1,13; e 14,14. Veja o Evgl radical de Q, 2.1. 
O seguimento: A massa excluída e os discípulos são chamados a seguir o Filho do homem na perseguição (Mc 8,34-38), tomar o jugo dele, ser perseguido, pensar como Deus e não como os homens.  Esta massa já experimentou esta exclusão e sofrimento, já está carregando a cruz.


 Escutem o que meu Filho diz! Mc  9, 2-8
No monte da transfiguração Jesus estava junto com Moises e Elias, O profeta Moisés ( nas ¨Falas de Moisés¨ anunciou a aliança de Javé com seu povo como parceiro. Elias relatou a Javé que Israel abandonou esta aliança seguindo o Baál.   Eles confirmam a decisão de Jesus, vai ser rejeitado em Jerusalém pelos sumos sacerdotes e ser entregue ao Império Romano.
 Uma voz da nuvem soou “Este é o meu Filho amado. Escutem o que ele diz.” Agora o Filho vai confirmar a aliança no seu corpo e sangue (14,26)
 Na descida os discípulos perguntavam o que Jesus entendia por ¨ressurgir dentre os mortos¨. Elias veio na pessoa de João e fizeram a ele tudo o que queriam (Mc 9,10-13). E João ressuscitou em Jesus (Mc 6, 14-16).


Segundo anúncio: “O Filho do homem vai ser entregue na mão dos homens, e eles o matarão, após três dias ressuscitará” (Mc. 9,31).
O seguimento: No caminho os discípulos discutem quem é o major. Jesus: Se alguém quer ser o primeiro (luta pelo poder), deverá ser o último. Jesus pega uma criança da rua, abandonada sem nenhum poder e se  identifica com ela. Até nas crianças se recebe àquele que enviou Jesus., que não está com os grandes. Não dar escândalo aos pequenos. Mc. 9,33 – 50. 
 A pergunta sobre divorcio mostra a dominação do homem sobre a mulher. Jesus toma uma postura contrária ao machismo, o homem não tem privilégios sobre a mulher. Mc. 10.1-9  Finalmente, para entrar no reino de Deus, deve ser como uma criança.  Mc 10, 13-16

Terceiro anúncio: Só Marcos fala que os sacerdotes condenam Jesus à morte, Mc 10, 32-45. 
O seguimento: Os discípulos não querem entender, brigam pelo poder. Jesus destaca a sua missão: o Filho Humano veio para servir como um escravo, e para dar a sua vida como o resgate em favor de muitos. Jesus assumiu o papel do Servo de Javé.  Enquanto os discípulos ficam cegos, o cego Bartimeu vê e segue Jesus (Mc. 10. 46–52).



Mateus: Saindo para Cesareia Filipi:


Jesus partiu com os discípulos para uns 50 km no Norte de Galileia, onde se encontram as nascentes do rio Jordão, ao pé do Monte Hermon 3.000 m de altura. No pico sempre tem neve, à tarde se formam nuvens. Jesus saiu de Galiléia e faz agora um resumo da sua atividade, quer saber o que os homens acham de Jesus. Marcos 8, 27
           Os homens falam certo: Jesus é João Batista (que ressuscitou), ou é Elias que voltará, ou Jeremias, ele é um dos profeta.
        Pedro responde em nome dos discípulos: Tu és  o Cristo: o messias..  Os discípulos querem um Messias com poder, que eliminará o jugo dos Romanos. Pedro tem os pensamentos dos homens, não de Deus Desde os tempos dos Macabeus os judeus esperavam um Messias (Cristo = Ungido),


                  A igreja: inserção de Mateus Simão Pedro confessa : ”Tu és o Cristo,  o Filho de Deus vivo“ (Mt 16,16) uma expressão única no NT. “Filho de Deus vivo“ é  um título do Ressuscitado (Ro 1,3). Ser Filho de Deus vivo é uma revelação de Deus.
Mateus está na igreja de Antioquia (At 15,3) em torno de anos 90. O termo igreja, assembléia em hebraico, aparece pela primeira vez nos AT 8,1, e designa a igreja em Jerusalém. Jesus nunca usou o termo igreja.
  Pedro, que tinha negado seu mestre três vezes, se converteu pelo fato da ressurreição. Três vezes ele foi para a cadeia (At 4,3; 5,17; e 12,1) anunciando que Jesus “crucificado por vós, ressuscitado por Deus” Deus o fez Senhor e Cristo, Príncipe e Salvador. Depois Pedro sumiu de Jerusalém e foi para outro destino (12,17). Conforme Gl 2,11 Cefas foi para igreja de Antioquia e estava em conflito com Paulo, Mais tarde Pedro interveio em Jerusalém em favor dos gentios (At 15).
Jesus declarou a Simão: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja. A sinagoga dos fariseus mudou para a nova comunidade, a igreja.  A Potência da morte não terá força contra a igreja.  As chaves do reino não são mais das autoridades dos fariseus de Jamnia.


Lucas: A  subida para Jerusalém  (9,51-19,29)

Jesus parte para Jerusalém (Lc 9,51-19,28) para ser arrebatado como Elias, passando por Samaria, contrário à costume dos judeus.  O samaritano pratica o amor, (10,29); o leproso é um samaritano (17,11). Quase toda a caminhada é própria de Lucas. O tema central desses capítulos é a advertência contra o dinheiro e a riqueza.
Começa a subida de Jesus para Jerusalém, são dez capítulos. Lucas compara a morte, ressurreição e assunção  de Jesus com Elias, que foi arrebatado para o céu (9, 44). 
Primeira etapa: 9,51-13,21:
Condições no seguimento: deixar tudo (9,57), missão de setenta e dois para todos os povos (10,1) (só Lc), revelação aos pequeninos (10,21), praticar o amor como o Samaritano (10,29) (só Lc).. Também mulheres, Maria se torna discípula (10,38), sobre a oração (11,1). Jesus expulsa um demônio (11,14). 
Contra os fariseus e legalistas que querem um sinal. O Filho do homem será o sinal como Jonas. Quem blasfemar contra o Espírito Santo, não será perdoado (11,29-12,12).
Os bens deste mundo, vender os bens (12,13-34). O rico insensato (12.16)
Vigilância, pois numa hora que não pensais é que vem o Filho do homem (12,40). Discernir os sinais do tempo (12,54). Arrumar os negócios antes do julgamento (12,57).
 Urgência de conversão (13,1-9) (só Lc).


Segunda etapa: 13,22-17,10: 
 Jesus ensinando e viajando rumo a Jerusalém (13,22; só Lc).. Quem entra no reino?  Não é possível que um profeta pereça fora de Jerusalém. Lamentação (13,31-35) (só Lc)..
Ai dos ricos, felizes os pobres: Os ricos rejeitam o convite para a refeição no Reino de Deus. Lucas destaca que o Reino é dos pobres, mutilados, coxos, cegos (14, 12-24) (só Lc).,Condição para seguir Jesus (14,25).
Os coletores e pecadores ouvem Jesus enquanto os fariseus e escribas criticam: Este homem acolhe os pecadores e come com eles (15,1-10). Parábolas da ovelha (15,3), e da moeda (15,8).
 O filho pródigo (15,11-32) (só Lc).: O Império Romano estava marcado por uma severa hierarquia: o pai da casa. O pai do império representa um deus que exige justiça. Quem viola a justiça, até divina, precisa restituir o dano para restabelecer a harmonia. 
 Por isso o filho pródigo quer fazer penitência para assim encontrar um pai (e Deus) que foi ofendido. Assim ele será  de novo aceito. Antes que o filho podia encontrar este verdadeiro pai  foi tomado de compaixão, correu e o cobriu de beijos. O pai  mostra a justiça de Deus que dá perdão.
O filho mais velho nunca desobedeceu às ordens do Pai, ficou fiel à ordem estabelecida. Ele cumpre a justiça obedecendo às ordens. Ele é auto-suficiente, não precisa dos outros, é egoísta e não participa da festa.  Os dois filhos esperavam um pai patriarca como no Império Romano e não um pai de compaixão do Evangelho
O gerente despedido, esperto sabendo que não pode ficar com seu lucro cede aos devedores o que ele tirou. (16,1-8) (só Lc).. O Dinheiro, o Mamona, enganador (o capitalismo de hoje 16,9-13). Anúncio do Reinado de Deus (16,16). Sobre adultério (16,18).
O rico e Lázaro (16,19) (só Lc)

Terceira etapa: 17,11-18,30


Passou através da Samaria para Jerusalém. O leproso  foi um samaritano (17,11-19).
O ¨pequeno apocalipse¨  (17,20-37): O Reino está entre vós (17,21). A vinda do Reino não é um evento do futuro observável: “O Reino está entre vós” não é uma realidade íntima. A comunidade de Reino (18,1-30) (só Lc).: O Filho do homem achará fé sobre a terra? (18,8) 
O fariseu e o coletor de impostos n o templo ((18,9-14). De novo renunciar às riquezas para entrar no Reino (18,18).

 Quarta etapa: 18,31-19,44
     Subimos a Jerusalém: Terceiro anúncio a respeito do Filho do Homem (18,31-34
            Zaqueu, um pecador em Jerico, quer ver Jesus (19,1-10)       Os presentes acreditam que o Reino de Deus iria revelar-se imediatamente (19, 11) (só Lc). Lucas coloca aqui a parábola dos dez empregados, um homem entregou dez moedas a eles porque partiu para um país distante. Isto quer dizer que o reino de Deus estará num futuro (At 1,6). Perto de Jerusalém no monte das Oliveiras houve a aclamação e o choro sobre Jerusalém (19,28-19,44). (só Lc).


e)   Jesus  em Jerusalém


Marcos A demonstração da entrada de Jesus, montando num jumentinho, mostra a intenção pacifica de Jesus. Ele não entra como Alexandre Magno com cavalos ( Mc 11, 1-11)
O profeta enfrenta os sacerdotes- Mc 11, 27-12,12 


            Logo chegam as autoridades, quer dizer os sacerdotes: O profeta Jesus não vem dos homens, só de Deus como João Batista, não o poder estabelecido decide, mas sim a fé em Deus. 
            Jesus quer converter os sacerdotes usando a parábola dos vinhateiros homicidas.
           Explicação da parábola: O homem é Deus, a vinha simboliza povo de Deus. Os agricultores são os sacerdotes (lideres). Os empregados representam os profetas, O filho deste homem é Jesus.
            Os sacerdotes deviam alimentar o povo com frutos da palavra de Deus, em vez disso dão pedras. A vinha vai ser confiada a outros.


Jesus e o Império Romano Mc 12, 13-17
 Muitos judeus, quer dizer os zelotas, se revoltaram e não pagaram os tributos. 
Jesus manda devolver a César o que é dele, porque ele não é Deus, Jesus desmascara a divindade do César, não se peca contra o segundo mandamento. Qualquer governo não é divino.  E devolver a Deus o que é de Deus. O povo é de Deus, devolver a Deus significa devolver ao povo de Deus.


O profeta contra os Saduceus Mc 12,18-27
Eles mantêm o poder e não querem mudança, por isso rejeitam a esperança na ressurreição que surgiu no tempo dos Macabeus que apesar do martírio esperavam um mundo novo, uma revolução.


Amor cumpre a lei dos escribas Mc 12,28-34
Os professores da lei ensinam 240 prescrições e 365 proibições que o povo nunca podia cumprir. Assim declararam que o povo era pecador. Guardar o sábado foi o mais importante. Um escriba responde bem: amar a Deus que significa amar ao próximo. Ele não está longe do reino.


O Messias filho de David  Mc 12,35-37
O Messias seria filho de David. Jesus  questiona o título Filho de David, David chama o Messias Senhor. por isso não pode ser o filho dele. Jesus é o enviado por Deus: o profeta, o servo de Javé, o pastor de seu povo.


      A viúva no Templo Mc 12, 41-44
No final da caminhada para Jerusalém tínhamos encontrado o cego Bartimeu, no final das disputas no Templo encontramos uma viúva que depositou tudo o que possuía tudo o que tinha para viver. Certamente Jesus ficou impressionado, ele que vai dar a sua vida por muitos.


Mateus Jerusalém pergunta: “Quem é?” As massas respondiam: “É o profeta Jesus, de Nazaré de Galileia.” (Mt 21,10-11). Para os Sacerdotes Jesus é um falso profeta, um impostor (Mt 27, 63).
A parábola dos dois filhos 21,28-32; é de Mt, mostra o conflito entre judeus e cristãos.
Quem são os outros?  Mt 21,43 explica assim: “O reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que produzirá frutos”.
 Invectivas contra os fariseus com 7 Ai ! É mais forte do que em Marcos.  23,1-36

A vinda do Filho do homem


Por ocasião da renovação de todas as coisas quando o Filho do homem toma assento no seu trono, vós também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel (19,28). 
               Temos as mesmas idéias  no reino dos mil anos no Apocalipse:: ¨Vi alguns tronos e aos que estavam neles sentados foi dado poder para fazer justiça. Vi também com vida os que foram decapitados pelo testemunho de Jesus e da palavra de Deus e todos que não adoraram a Besta...reviveram e reinaram com Cristo mil anos ¨ (Ap 20,4-6) 
Próprio de Mateus é a parábola das dez virgens, que simbolizam as núpcias do Cordeiro é o juízo final cap. 25.
O episódio dos talentos em Mateus precisa ser interpretado a partir do Filho do homem que fará o julgamento definitivo:
Mateus não fala de uma parábola, ele fala dum homem que viajou e entregou os talentos ( um pesa 2kg de ouro)
Passado muito tempo  o patrão, (um milionário, um empresário,) ajustou contas com os servos. Importante é o terceiro servo que sabe bem: ¨Eu sabia bem que és homem rigoroso, colhes onde  não semeaste...amedrontado, fui esconder o teu talento, , aqui tenso que é teu¨.  Este servo não quer participar do sistema capitalista que escraviza e dá de revolta, rejeita o talento. Ele demonstra resistência.
 O provérbio: ¨A quem tem, será dado; a quem não tem lhe será  tirado o que tem¨ em Mc  4,25; quer ilustrar a fecundidade do grão na agricultura.
Agora Mateus aplica esta sentença à economia, ao dinheiro o capitalismo, onde domina esta lei de lucro. A crítica de Mateus vale até hoje, os milionários fazem fortuna à custa do suor dos trabalhadores que são lançados às margens da sociedade. Os ricos são mais ricos e os pobres mais pobres (25,29). (veja Ribla Nr 27 p.132)         
Quando o Filho do homem vier, se sentará no trono, as nações estão reunidos e ele separa como pastor as ovelhas dos cabritos. O critério do juízo não é o cumprimento de um ato religioso ou culto, mas a prática de amor, sem saber. Este Rei não tem súditos mas irmãos menores. (25,31-46)


Lucas usa em geral o texto de Marcos e Mateus. Lc 19,29 – 21,38


4.  A morte de Jesus

                       Símbolo dos Apóstolos:


Padeceu sob Pôncio Pilatos,
Foi crucificado, morto e sepultado.
Desceu a mansão dos mortos:



     Marcos Jesus celebrava a Páscoa dos judeus com seus discípulos, cumprindo a aliança e dando um novo sentido: ele mesmo vai ser o cordeiro, não como o sangue dos novilhos (Ex 24,8), o sangue da aliança, derramado em prol da multidão. (Marcos 14, 12 – 25; Mt 26,26-29; Lc 22,14-20; 1 Cor 11, 23-26).
    Judas entrega: Um de vós me vai entregar, um que come comigo (14,18). Satanás entrou em Judas, Jesus lhe disse então: ¨O que  tens a fazer, faze-o depressa¨ (Jo 13,27)
    No Getsêmani Os Sacerdotes iam de mãos dadas com o Império e tinham com certeza a intenção de eliminar este “falso” profeta Jesus. Jesus está triste a ponto de morrer, dizia: ¨Abba, Pai, tudo te é possível, afasta de mim essa taça¨. Única vez qu Jesus chama Deus Äbba¨.Mas é a hora do poder das trevas. Por isso ele veio para enfrentar este poder com seu amor. Mc 14,32-42;
           Prisão de Jesus  Todos o abandonaram e fugiram, um jovem largando o lençol foge (14,43-52;)
            Perante do Sinédrio 14,53-65:  Os chefes de sacerdotes na casa do sumo sacerdote e o Sinédrio procuravam contra Jesus algum testemunho, a fim de  condená-lo à morte. Nada encontraram. Tinha o argumento: ”Nós o ouvimos dizer: Vou destruir esse templo feito por homens e em três dias construirei um outro.” Jesus interrogado, se é o Messias , o Filho do Deus bendito, respondeu: “ Eu sou e vocês verão o Filho do Homem sentado à direita do Potente...” Para o Sumo Sacerdote foi uma blasfêmia. Só no Marcos se fala da blasfêmia.
            Diante de Pilatos15,1-35
Tu és o rei dos Judeus? Jesus responde: ¨ Tu o dizes¨
Jesus ou Barrabas? Historicamente não está conhecido que um preso ou rebelde contra o Império foi solto na festa da Páscoa. Barrabás (filho do Pai) ou Jesus? Pouco provável que Pilatos soltou um rebelde.
Seja Barrabás uma pessoa histórica ou não, ele representa os movimentos violentos contra Roma, os zelotas, enquanto Jesus representa a não-violência.  Sempre devemos escolher entre o amor e a violência.
      Uma massa subiu (ao Palácio de Pilatos) para pedir a libertação de um preso. Atiçada pelos sacerdotes a massa gritava: “Crucifica (Jesus)”. Para agradar à massa Pilatos o entregou para ser crucificado.
       A crucificação e morte de Jesus 15,21-41
      Os transeuntes o insultavam: Tu que destróis o Santuário..,Jesus gritou ¨Eloi. Elio, por que me abandonaste?¨ O véu do Santuário se rasgou. O centurião disse: ¨Este homem era Filho de Deus¨.


            Mateus segue o relato de Marcos.


Diante do Sinédrio 26,57-68
        Modelo para o interrogatório diante dos sacerdotes é Jeremija, que (Jr 7) criticou duramente o comportamento no templo. No cap. 26, 4 -12 ele aviso as conseqüências: “Então tratarei esta casa como tratei Shiló e farei desta cidade exemplo citado nas maldições por todas as nações da terra”. A resposta dos sacerdotes e dos profetas: “Este homem merece a pena capital; ele profere contra esta cidade que vós mesmos acabastes de ouvir.”  
      O argumento mais forte conta Jesus é a destruição do templo. O argumento de blasfêmia, falar de filho de Deus, só apareceu em secundo lugar. ¨O Filho do Homem sentado à direita da força (dinâmica)¨ (não do Todo-poderoso)      Conclusão: “merece a morte.” (26,66;) Em todo o caso não se trata de uma sentença jurídica. 
        Só Mateus conta a morte de Judas, Se cumpriu o que foi dito por Jeremias (27, 3-10).
           Diante de Pilatos  27,15-26:
           Os chefes dos sacerdotes e os anciãos convenceram as massas para que pedissem Barrabás.
          Agora ¨O povo todo, respondeu: “Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos”,  Aparece o título da aliança: Eu, o Deus deles, eles meu povo.  Todo o povo de Israel na história futura assume as conseqüências. Significa esta frase uma maldição? Assim os cristãos entenderam. Ou será o sangue de Cristo uma benção? “Por meio do sangue de Cristo é que fomos libertos e nele nossas faltas foram perdoadas” (Ef 1,7) O Papa  pediu: “ O sangue, antigamente chamado sobre eles se derrame agora sobre eles como fonte da salvação e vida”. (cf. Hb 12,24 e Gn 4,10)
       Morte e sepultura de Jesus 27, 45-66


          Lucas  segue Mc e Mt.
         Jesus diante do Sinédrio 22,66-71
         Quando amanheceu o dia os anciãos do povo, os chefes dos sacerdotes e os doutores da lei se reuniram em conselho e levaram Jesus para o Sinédrio. Perguntavam, se Jesus era o Messias. A resposta de Jesus: o Filho do Homem estará sentado à direita da força (dinâmica) de Deus. “Tu és o Filho de Deus?” Jesus responde: “Vocês estão dizendo que eu sou.” Aqui não tem blasfêmia nem condenação, é só um interrogatório
            Diante do Pilatos 23,1-25
 O Sinédrio apresenta argumentos políticos: “Achamos este homem fazendo subversão entre o nosso povo, proibindo pagar tributo ao imperador, e afirmando ser ele mesmo o Messias, o Rei.” 
           Herodes Antipas, (23, 8- 11 só Lc) ,  filho de Herodes Magno (4.a.C.-39 d.C), essa raposa (13,31-33) com seus soldados  tratam Jesus com desprezo impondo-lhe uma veste esplendida contra Mt 27, 27, Mc. 15, 16, Jo. 19, 2.
          Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo (23,13), textos antigos falam: os chefes do povo. Pilatos sentencia a inocência de Jesus (23, 15), quer soltar Jesus. Mas eles ( os sacerdotes e os chefes) exclamaram: “Elimina-o, solta nos Barrabás”. Em muitos textos falta o versículo 17, que fala do costume soltar um prisioneiro na Páscoa, falta também a multidão.  A proclamação cristã não toca o direito penal romano. Pilatos sempre quis libertar Jesus dos Judeus, mas deve ceder às pressões deles: entregou Jesus ao arbítrio deles (23, 25)
            Lucas sempre fala “ELES”, quem são eles? Os soldados romanos só entram 23,36 caçoando dele.
           Mulheres batiam no peito (23,27-32) (só Lc): ¨Filhas de Jerusalém, chorai por vós mesmas e por vossos filhos¨.               Jesus, crucificado, pede perdão (23,34) Um dos malfeitores dizia: ¨Lembra-te de mim... 23,42. Jesus deu um forte grito ¨Pai,  em tuas mãos entrego o meu espírito¨ e expirou. (23,4 (só Lc).
         O centurião constata: este homem era justo.



A pena da morte na cruz


             A crucificação era e permanecia um castigo político militar. Enquanto entre os persas e os cartagineses era aplicada principalmente aos altos oficiais e mandatários, como aos rebeldes, entre aos romanos era imposta, sobretudo às classes sociais baixas, ou seja, aos escravos, aos criminosos violentos e aos elementos revoltosos nas províncias rebeldes, certamente na Judéia... O principal motivo para usá-la era a sua eficácia supostamente alta como meio dissuasivo. Evidentemente era executada em lugar público.  O crucificado era visto como criminoso que recebia um castigo justo e necessário... Costumava ser praticada junto com outras formas de tortura, dando pelo menos algumas bordoadas no condenado... Por causa da exposição pública da vitima desnuda em um lugar proeminente – numa encruzilhada, no teatro, numa colina, no lugar onde foi cometido o crime – a crucificação representava também a sua humilhação absoluta... A crucificação tornava-se ainda pior pelo fato de que suas vitimas freqüentemente ficavam sem sepultura. Era uma imagem estereotipada dizer que o crucificado servia de comida para os animais selvagens e as aves de rapina. Desta maneira sua humilhação se fez completa.
                             (Martin Hengel)



   


 Por nós foi crucificado



                   O símbolo dos Apóstolos só menciona o fato da crucificação:  
 Padeceu sob Pôncio Pilatos,
Foi crucificado, morto e sepultado.
                             Desceu a mansão dos mortos:


O símbolo de Constantinopla menciona o por que:
Também por nós foi crucificado
sob Póncio Pilatos; padeceu e foi sepultado.
                                                  O termo ¨ por¨  pode significar:

                    a) A causa: por que  b) O fim: para que
        A morte de Jesus é a consequência da sua vida,  a ponte culminante de tudo o que ele disse e fez. Ef 1,7 diz: ¨Por seu sangue, somos libertados, nele nossas faltas são perdoados¨.
 ( Rm 3,25, por seu sangue, por meio da fé)


Deus ¨EL¨, o onipotente ou Javé, o misericordioso?

         Em Gn 22:  Abraão está entre dois conceitos de Deus; O El até exige o sacrifício do filho. Abrão mostra a sua submissão, mas Javé, que sempre defende os fracos e pequenos alerta: ¨Não estendas a mão contra o jovem¨. 

          No livro de Jó Javé convoca os deuses, entre eles o Adversário, o Satanás, dono do mundo.  O Adversário tenta, prova Jó. Javé deixa liberdade: ¨Só não estendas tua mão contra ele¨  (Jó 1,12). Jó confessa: ¨Sim, os bens aceitamos de Deus, os males não aceitamos.

          Mesmo quando Javé se apresenta como soberano que humilha as pessoas, Jó resiste: este Deus não é o verdadeiro Javé: “Por isso, eu largo, tenho meu consolo sobre pó e cinza” (42,4)

       


 

 Jesus, o sumo sacerdote, se oferece a Deus?

           No NT Jesus nunca aparece como sumo sacerdote, pelo contrário: o sacerdócio é o grande adversário que mata Jesus, Será que  nos cap. 5 até 10 a epístola aos Hebreus  quer salvar  de uma forma purificada a ideologia da fonte sacerdotal?



          ¨Todo sumo sacerdote, com efeito, tomado dentre dos homens, é constituído em favor dos homens  no que respeita  às suas relações com Deus. Sua função é oferecer sacrifícios pelos pecados¨. (Hb 5,1). Oferecer sacrifícios a quem – Deus?

            Jesus é proclamado sacerdote por Deus (5,4-10) não como a instituição humana  dos levitas  com a lei (7, 23-28.

            Há uma nova aliança, nova tenda, um novo culto citando Jeremias 31,31-34.

          O sacerdote ofereceu o sangue de bodas e novilhos pelos pecados (Hb 9,12). O sangue é símbolo da vida, é santo.  O sangue de bode santifica os corpos maculados:, ¨Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo espírito eterno se ofereceu a Deus como vítima sem mancha, purifica nossa consciência...¨(Hb 9,14).

          Impossível que o sangue de touros e bodes elimine os pecados (10,4). A epistola cita Sl 40,7-9; na tradução da LXX: Tu me formaste um corpo.  Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade¨. Mas o texto hebraico diz: ¨Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não te agradaram ,abriste em mim ouvidos para ouvir. Não pediste nem holocausto nem expiação. Eis que venho com o rolo de um livro escrito para mim¨. Importante é ouvir e não oferecer sacrifícios.

         

         A epístola suprime os sacrifícios de touros para estabelecer o sacrifício de Jesus contra a intervenção de Javé a Abraão no Gn. (10, 3-10). Conseqüentemente na epístola Abraão não poupou Isaac mas ¨ofereceu o filho único¨ (11,17), numa espécie de prefiguração da ressurreição o recuperou.    

          Conclusão: ¨Ora, onde houver perdão, já não se faz oblação pelos pecados¨ (Hb 10,18).  Deus perdoa os pecados.


  Mesmo Anselmo de Canterbury na idade média seguiu a ideologia sacerdotal com o argumento: A justiça de Deus, violada pelo pecado do mundo só pode ser restituída por um sacrifício de um homem, que no mesmo tempo é divino Jesus, deus e homem, restituiu pelo seu sacrifício na cruz a justiça de Deus. Para Anselmo Jesus foi sacrificado a Deus para restituir a justiça de  Deus.



           O cordeiro, o bode expiatório, a vítima 

No Evgl de João ¨Deus amou tanto o mundo que deu seu filho,  o seu único, para que todo homem que não pereça, mas tenha a vida eterna, Quem crê nele não é julgado: quem não crê já está julgado, porque não creu no nome do Filho único de Deus¨ (Jo 3,16-18).

            Jesus deu a sua vida em favor das ovelhas, dos perdidos e danados defendendo os contra mercenários e ladrões (Jo 10).


              Os sacerdotes corriam o risco de perder seu poder em favor de Jesus e temiam uma revolta do povo. Caifás, sumo sacerdote, reuniu um conselho dizendo: ”É preciso que um homem morra pelo povo e que não pereça a nação inteira” (Jo 11,49-50) Assim precisa sacrificar Jesus e fazer dele um bode expiatório. Não Deus, as autoridades religiosas  e políticas querem sacrifícios.


            Jesus deu a vida para recebê-la de novo


             Diante de Pilatos Jesus disse: ¨Minha realeza não é deste mundo (de poder). Eu nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade (Jo18,36-38).  Dar testemunho da verdade é o mais perigoso. Quem quer a morte de Jesus não é seu Pai, mas os príncipes deste mundo. É a luta de Jesus contra o Satanás, que representa os poderosos. Ninguém tira a sua vida, ele dá sua vida, mas vai receber de novo pela Espírita Santa. Ele é o Cordeiro que carrega os pecados do mundo que não acredita em Jesus. O poder gera a morte, o amor dá vida. O grão de trigo, que cai na terra e morre, dá muito fruto.


      

 “Desceu a mansão dos mortos”


             Para os Judeus a vida termina com a morte, os mortos encontram uma mansão embaixo da terra. Ezequias declara: ¨Estou destinado às portas do Sheol. Pois o Sheol não pode louvar –te nem a Morte celebrar-te, Os que desceram `w tumba não esperam mais na tua fidelidade.¨ (Is 38,10-18). ¨No fundo do Sheol a esperança foi soçobrarᨠ(Jó 17,16). 

            A vida humana de Jesus não termina com a morte na cruz, mas com a sepultura, a mansão dos mortos.


                      II 5 Jesus ressuscitado



Ressuscitou ao terceiro dia:

Subiu aos céus, está sentado

A direita de Deus, Pai todo-poderoso,

Donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.

Símbolo dos Apóstolos



Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras,

E subiu aos céus , onde está sentado à direita do Pai.

E do novo há de vir, em sua glória,

para julgar os vivos e os mortos;

e o seu reino não terá fim.

O Símbolo Constantinopolitano 381



            Antes do Vaticano II a igreja raramente refletiu a importância da ressurreição para a salvação, só fala: “pela santa cruz salvaste o mundo”.




a)  Ressuscitou ao terceiro dia

    Marcos 16, 1-8:
            As mulheres querem ungir o corpo de Jesus. O túmulo de Moises não foi encontrado, o corpo de Elias foi arrebatado, o túmulo de Jesus está vazio.
 Um jovem manda às mulheres contar aos discípulos que  o ressuscitado vai à frente deles para Galileia. Três vezes Jesus tinha ensinado que o Filho do homem deve ser morto, mas ressurgirá. As mulheres, assustadas, disseram nada a ninguém. Por isso há um apêndice.

  Mateus 28, 1-10 Diante do anjo os guardas tremeram de medo e ficaram como mortos. Diante do Ressuscitado todos os poderosos do mundo com suas armas ficam como mortos.
 Agora Jesus mesmo aparece às mulheres e disse: ”Vão anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia.” Agora as mulheres partiram.
             Da montanha em Galileia Jesus manda os discípulos para o mundo inteiro, para fazer discípulos entre todos os povos, agora em nome do Pai e do Filho e da Espírita Santa.
          Ele estará com os discípulos todos os dias até a perfeição  dos tempos, da renovação do mundo (19,28), Mt não fala de uma segunda vinda. Mt 28, 16-20.

   Lucas 24 (e João): o lugar privilegiado da ressurreição é Jerusalém. As mulheres não encontram o corpo de Jesus. Os discípulos não acreditam o que as mulheres disseram.

Dois discípulos saem de Jerusalém para Emaús. No caminho Jesus acompanha ¨os do Caminho¨ (cf. At 92), o tema  importante de Lc, veja os 10 cap. sobre o caminho para Jerusalém. Ele  aparece como um estrangeiro, explica a Bíblia e partilha o pão. Agora reconhecem Jesus.  Eles voltam e comunicam o que passava no caminhos. Lc 24, 13-35. 


Jesus aparece aos Onze, mostra os pés e as mãos, veja o Tomé no Evgl. de João. Tenham uma coisa pra comer?  Ele os manda para o mundo Lc 24,36-48.



Nos Atos Jesus aparece aos apóstolos durante 40 dias e fala do reino de Deus eles receberão a força da Espírita Santa e serão testemunhas. Jesus há de vir do mesmo modo como o vistes partir. (At 1, 1-11). 



      João:


          O Evgl. não falar da ressureição, fala da vida Jesus tinha avisado:  Eu dou a minha vida para recebê-la do novo (10,18), ¨Porque eu vivo e vós vivereis¨ (14,19) 


         

           Jo 20,19-29:  A aparição acontece no primeiro dia da semana. Jesus dá a paz e sopre Espírita Santa  é uma missão: ”Eu também envio vocês”.   O essencial da missão para todos os discípulos:: Perdoar os pecados àqueles que se convertem.


          Os discípulos só falaram, que viram o Senhor, sem mencionar as chagas. Tomé só quer acreditar se Jesus é o mesmo que sofreu, a identidade do Vivo são suas chagas, Jesus não é um poderoso, mas o Filho do homem que fica com as feridas no meio dos seus irmãos.  Tomé é chamado incrédulo, porque quer ver, ele  representa os futuros discípulos, que acreditam sem ter visto Jesus. 


        No apêndice Jesus aparece a beira do lago de Tiberíades como um homem que pede comida ( 21, 1-14).
            Nos cap.15-17 do Evangelho João mostra a vida da comunidade do discípulo amado: permanecer no amor do mestre, amar como Jesus amou, enfrentar o ódio do mundo. Outra advogada, a Espírita Santa é testemunha de Jesus, lembre tudo o que Jesus disse e fez e introduz no futuro.

            Pedro pode ser pastor, se ama., vai ser  conduzido para onde não quer. O discípulo amado fica até Jesus venha, o amor não morre. (21, 15 - 23)



 b)  Ressuscitou por nós, para a nossa salvação




        O símbolo da fé explicou o sentido da encarnação e morte de Jesus: por nós, para a nossa salvação. Parece, que a ressurreição não tem significado por nós e para a nossa salvação.



Mas vários textos mencionam este sentido:

 (Deus) ¨com ele (Cristo) nos ressuscitou¨ (Ef 2, 6)

     ¨Com ele (Cristo) ainda ressuscitastes¨  (Cl 2,12)

¨Deus Pai, pela ressurreição de Jesus Cristo nos fez nascer de novo¨( 1 Pd 1, 3-5).





         Pedro e João testemunham nos Atos “O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, que vós matastes suspendendo-o no madeiro. Foi a ele que Deus exaltou por sua destra como Príncipe e Salvador, para conferir a Israel a conversão e o perdão dos pecados... nós somos testemunhas deste acontecimento, nós e o Espírito Santo”.  (At 5,30-32; 10,40-43;)

         Pedro e João são judeus e falam aos judeus para os quais a salvação acontece pelo cumprimento da Lei, circuncisão etc. Eles não tratam deste assunto. Contrário Paulo, também judeu, enviado aos gentios. Veemente ele defendeu que a salvação vem da fé em Jesus e não pela Lei.   

               ¨Pelo batismo fomos sepultados com ele (Jesus) na morte, para que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos por meio da glória do Pai assim também nós possamos caminhar numa vida nova. Só uma vez aparece na carta crucificado: ¨o nosso  homem velho foi crucificado¨(6,6). ¨Mas se estamos mortos com Cristo, acreditamos que também viveremos com ele¨ (Rm 6,4-11).

               ¨Agora, a lei do Espírito, que dá a vida em Jesus Cristo, libertou-me da lei do pecadp e da morte¨(8,2;). ¨Não estais sob o domínio da carne, mas do Espírito de Deus que mora em vós¨ (8,9). Não recebemos um espírito de escravas, que conduz ao medo, mas um Espírito que faz de nós filhos adotivos pelo qual clamamos: Abba ( 8,15-16).

             Na Assembléia em Jerusalém ( At 15,5-35) foi decidido, que os gentios não precisam cumprir a Lei, a Lei não salva mais, em vez a fé em Jesus, que precisa se realizar na prática do amor.           





c)    Subo para o meu Pai, que é vosso Pai

  

                 Começamos com os relatos de Lucas, que conhece os 40 anos das tribos no deserto, os 40 anos de Elijas no deserto, os 40 dias de Jesus na tentação, agora 40 dias da aparição do ressuscitado aos discípulos, até foi arrebatado (At 1,11) como Elijas. A ascensão será a última aparição do Ressuscitado. Estêvão confessará: ¨Eis que eu contemplo  os céus abertos , e o filho do homem de pé,  á destra de Deus¨ (At 7,56). Parece que tudo se trata só de Jesus.



     Porém o que significa isso para nós?   Como nós, os seres humanos, se aproximar de Deus? Como teremos acesso a Ele?  Como se aproximar deste Mistério?  Se pensamos na epistola aos Hebreus, O sangue de Cristo, que pelo espírito eterno, se ofereceu  a Deus como vítima sem mancha , para servir ao Deus vivo (Hb 9,14). Temos acesso ao santuário (10.19) Isto é típico da doutrina da fonte sacerdotal na primeira aliança.

       O Salmista (Sl 51) reza diferente: ¨Não gostarias que eu oferecesse um sacrifício, o sacrifício que Deus quer é um espírito contrito, um coração despedaçado, triturado¨. O nosso culto espiritual, na Espírita Santa, significa si mesmo oferecer em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12, 1).



        No Evgl. de João não aparecem nem sacerdote nem sacrifício. Na sua despedida Jesus dizia aos discípulos: ¨Eu saí  do Pai ao passo que agora vou para o Pai¨ (16,28), ¨eu vou e venho a vós¨ ¨É de vosso  interesse, que eu, se eu não partir, o Paráclito não virá a vós( 16,7) Agora a Espírita Santa é claramente uma pesssoa e não uma força ou graça. O Pai enviará a advogada, a Espírita Santa em meu nome (Jo 14,26)



                   Jesus aparece primeiro a Maria Madalena (Jo 20, 1-18). Pedro e o discípulo amado se afastaram do túmulo, um comentarista: eles ainda não entenderam a ressurreição. Maria fica chorando. Jesus: ¨Mariam¨! Mariam:¨ Rabuni¨! Uma mulher anunciará o novo aos homens.



 Primeiro ¨Vai ter com os meus irmãos...¨ Os discípulos agora são chamados de irmãos, sem hierarquia, todos iguais, homens, mulheres, irmãos de Jesus. 



   Secundo: ¨Subo para o meu Pai, que é vosso Pai, para o meu Deus, que é vosso Deus .¨ Na sua oração disse Jesus: ¨Eu te glorifiquei sobre a terra, concluí a obra que me deste de fazer. Agora, Pai, glorifica-me junto de ti¨ (Jo 17,4).    Jesus volta para seu Pai, que durante toda a sua vida estava em diálogo estreito com seu Pai, glorificou-o quando foi levantado, baixando o Satanás, o príncipe deste mundo, dando vida àqueles que creem nele,  Assim ele veio do Pai e volta  ao Pai.



   Terceiro: o Pai de Jesus é também nosso Pai, temos acesso a Ele como irmãos de Jesus. Quando depois o Vivo aparece aos seus irmãos, é sempre com o Pai dando a Espírita Santa.            



    d)  Há de vir para julgar os vivos e os mortos.



            Para Paulo a vinda do Senhor (parusia) está bem perto: ”Nós, os vivos, que houvermos ficado até a vinda do Senhor, não precederemos do modo nenhum os que morreram” (1 Ts 4,15)         Após de anunciar o Senhor ao mundo, ele se manifestará como ele se manifestou a Paulo.   A vinda do Senhor, ou o dia de Jesus Cristo é o grande tema dele: “Falam também de como vocês esperam que Jesus venha do céu, o filho de Deus, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos. É ele que nos liberta da ira futura”. (cf 1 Ts 1,10; 2,19; 5,23;

            Na carta aos Filipenses ele menciona o dia do Senhor: 1,6,10; 3,20; 4,4-5; “O Senhor está próximo”.

            Os Coríntios “esperam a Revelação de nosso Senhor Jesus Cristo, para que vocês não sejam acusados no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Cor. 1, 7-8).

           

          A Vinda do Filho do Homem



          Marcos Jesus anuncia a ruína de Jerusalém (13,1-23).

Depois dessa desolação eles verão O Filho do Homem vir. Ele ele reunirá seus eleitos (13,24-37).



          Mateus 19,27-36: Pedro pergunta; Qual será a nossa recompensa? Jesus responde: ¨Por ocasião da renovação de todas as coisas (não fala do fim do mundo) quando o Filho do homem tomar assento no seu trono da glória, vós que me seguistes, também vós vos assentareis em doze trono para julgar as doze tribos de Israel¨. Os discípulos são juízes junto com Jesus, aqui para julgar as tribos de Israel. No reino discípulos participam do julgamento, sentados nos tronos, são sacerdotes e reis. Mas sentar-se ao lado de Jesus compete ao Pai, aqui na terra precisa beber o cálice (Mt 20,20-28).

        MT 25, 31-46:   Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, ele se assentará no seu trono diante dele serão reunidas todas as nações. Ele aparece como um pastor que separa as ovelhas dos cabritos. O juízo é o resumo de todo o Evangelho:  ¨Eu tive fome  me destes de comer...¨



  Lucas contava que os discípulos querem ver um dia do Filho do Homem e não o verão (Lc 17, 22). ¨Mas o Filho do Homem  quando vier, será que achará fé na terra¨? (Lc.18,8).



            O julgamento definitivo no Evgl. de João:



          Deus não enviou seu filho ao mundo para  julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele (Jo 3,17 – 18).   

          Quem crê em Jesus tem a vida eterna, já passou da morte para a vida. Até os mortos podem ouvir a voz do Filho e viverão. Mas vem a hora, em que todos que jazem nos túmulos ouvirão sua voz. Quem fez o bem, sairá para a ressurreição, quem praticou o mal, vai para o julgamento (Jo 5, 24- 30).

           Este trecho deve ser um comentário de um discípulo, que lembra a teologia tradicional sobre a ressurreição, o Evgl.  mesmo não fala da ressurreição. 

Agora, na Páscoa Jesus disse aos gregos: ¨É chegada a hora em que o Filho do homem deve ser glorificado¨ (Jo 12,23).¨

Agora é o julgamento deste mundo, agora o príncipe deste mundo será lançado fora¨ (Jo 12, 31).



O levantamento de Jesus é o julgamento definitivo (12,23) Nem Deus, nem o Senhor Jesus julga: Deus colocou Jesus como critério de escolha para o mundo, ou crer nele ou não crer nele. Quem me rejeita, tem o seu próprio juiz. (12,48). Assim nós mesmos somos os próprios juízes. 



O Apocalipse não fala de  uma  “secunda vinda de Jesus” ou para “o fim do mundo, mas da presença daquele que esteve morto, eis que está vivo (Ap 1,18). ¨Eu estive morto, eis que estou vivo¨.

            No pensamento apocalíptico se realiza a esperança no juízo no presente A ressurreição de Jesus é em primeiro lugar uma esperança para os crucificados da história porque Deus ressuscitou um crucificado. “Não que qualquer um na frente de todos foi ressuscitado, mas que é este condenado e abandonado, isto é o novo e o escândalo da mensagem pascal” (Jürgen Moltmann)



Os que estão sentados nos tronos



No Apocalipse 20,4-6 o Vidente vê tronos e aos que sentavam neles sentados.  Foi dado poder para fazer justiça. São  aqueles que foram decapitados pelo testemunho de Jesus e da palavra de Deus, mas vivem. São os mártires mas também que vêm da grande tribulação e gritam por justiça (6,9). Ele reviveram e reinam com Cristo mil anos.

Não se trate só de Israel, mas das vítimas do Império, do mundo. Quer dizer, os profetas, os mártires, as vítimas da história que foram injustiçados, são com o Filho do homem os juízes,

Podemos imaginar que Maria também está sentada ao lado do Filho diz o Magnificat (Lc 1,46-55) questionando o nosso comportamento.



      Juízo final da morte e do lugar dos mortos Ap 20,11-15



           Deus aparece sozinho, terra e céu fogem de sua presença. Deus julga agora os mortos. Eles estão de pé, o que não significa ressurreição. Os mortos são julgados segundo o que está escrito nos livros, Tudo o que a humanidade fez, está escrito. No livro não estão inscritos  os predestinados para a salvação, o que conta no juízo é a prática, a conduta, não boas idéias ou intenções.

          Agora o mar devolveu seus mortos, a morte e o Hades devolveram os seus mortos. Então a morte e o Hades foram precipitados no lago de fogo, igual ao diabo. No novo céu e terra não haverá morte.

            O que não entra no mundo novo fica aniquilado, reduzido a nada. ¨Não se trata de um lugar eterno. Não pode haver um final negativo... Não poder haver um mal eterno.  Só o bem pode ser eterno. O inferno é o aniquilamento total ¨
(Pablo Richard p. 282) o Espírito Santo”. Deus é o agente: Ele ressuscitou Jesus. (At 5,30-32; 10,40-43;)


  


  
       III Creio no Espírito Santo,

Senhor que dá a vida
e procede do Pai e do Filho
e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado,
que falou pelos profetas.
                        O Concílio de Constantinopla 381.

              III 1 Senhor, que dá vida

Ruach no hebráico é feminino. O concílio  definiu: “to kyrion”, O artigo “to” é grego e neutro, nem masculino, nem feminino, na língua latina se torna masculino: o  Senhor. Na maioria das vezes o Novo Testamento não usa o artigo, só diz ´Espírito´,  Espírito é uma força ou graça, que sai de Deus”.  ¨Sempre quando aparece sem artigo refere-se ao poder criador de Deus que transforma situações e condições¨ (Ribla 44 p.55)

 O concílio chama o Espírito Santo ”Senhor” para designar, que ele é pessoa como o Filho e como o Pai que  age: “conforme o Espírito lhes concedia que falassem”  (At 2,4)

Mas: ”Que dá vida” é função da mulher, da mãe, não do homem que gera. Precisaríamos falar: Mãe, que dá vida. O Concílio não aplica à Espírita nem o título “deus” nem o atributo “consubstancial”.

Com o advento do cristianismo o arquétipo feminino foi totalmente eliminado da ligação com o divino, o atributo de sabedoria associado com Jesus e depois transformado na terceira figura da trindade: O Espírito Santo como Senhor, masculino.

            A igreja ortodoxa preservou por um bom tempo o título grego de Sofia como sendo a sabedoria divina dedicando-lhe inúmeras igrejas. A Santa Sofia foi uma adaptação à Grande Mãe gnóstica simbolizada pela pomba de Afrodite  e depois transformada no Espírito Santo”.  
www. teiathea.org. Mirella Faur. 

¨A helenização do cristianismo levou também ao esquecimento do Espírito Santo. A cultura helenista não oferecia nenhum lugar ao Espírito¨ . (Pablo Richard Apocalipse p.40)

           Símbolos para a Espírita Santa:

Vento ou sopro ou brisa que solta dos depósitos (Sl 135,7): ¨O vento sopra onde quer, e tu ouves a sua voz, mas não sabes nem de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu da Espírita Santa¨ (Jo 3,8)
Água: No ultimo dia das festas das tendas derramaram água no Templo, mas Jesus proclamava em voz alta: “Se alguém tem sede venha a mim e beba aquele que crê em mim”. Como disse a escritura: “do seu seio jorrarão rios de água viva ” (Jo 7, 37-39).
Fogo: ¨Então lhes apareceu algo como línguas de fogo¨ (At 2,3). 
Pomba: A Espírita Santa pousa sobre Jesus como uma pomba que voa no ar.


III 2)  Ruach de Deus na criação

Na tradição profética Deus JAVÉ modelou o ser humano “Adam” com o pó do solo “Adama”, e “insuflou nas suas narinas o hálito da vida” (Gn 2,7).
A fonte sacerdotal diz: “O sopro (ruach, atmosfera) de Deus pairava no superfície das águas” (Gn 1,2).
 O Salmo 104 louva a Deus por sua criação e diz: “Retoma lhes o sopro, morrem” – “envias o teu sopro, são criados”. A Bíblia fala várias vezes que Deus criou tudo pela sua palavra e pelo sopro da sua boca.

        III 3) A Espírita fala pelos profetas

   O símbolo da fé diz: “o Espírito falou pelos profetas”. citando Mt.1,22,      

     Profetas ou videntes são homens de Deus, sempre diretamente chamados por Javé, eles são a porta-voz de Deus. “Javé tomou um pouco do espírito que estava em Moisés para dá-lo aos setenta anciãos...” Moises replicou: “Oxalá todo o povo de Javé se tornasse um povo de profetas, sobre o qual Javé pusesse seu espírito” (Nm 17,24-29)
Mulheres também são profetizas: Mirjam Ex 15,20; Deborá Jz 4,4; Huldá 2 Rs 22.14; Ana Lc 2,36;

Elijahu tinha espírito profético. Quando foi arrebatado Eliseu, seu discípulo, disse: “seja-me concedida uma dupla parte do teu espírito” (2 Reis 2, 9;)

             Isaias espera um rebento do tronco de Jessé: 
Sobre Ele repousará o Espírito de Javé:
Espírito de sabedoria e de discernimento,
Espírito de conselho e de fortaleza,
Espírito de conhecimento e temor (Is 11)
Conhecimento significa amor, temor significa respeito.

Isaias II e III Javé escolhendo seu Servo disse: “Pus sobre ele o meu Espírito” (Isaias 42,1)  Um Messias proclama “o Espírito de Javé Deus está sobre mim porque Ele me ungiu” (Isaias 61,1-3). Messias significa: “O ungido”, em grego “o Cristo”, os cristãos são os ungidos. 
Um Espírito veio sobre Ezequiel, uma força divina, e o fez ficar de pé (Ez 2, 2;  3, 12). Javé  renovará o povo: “Eu vos darei um coração novo, e porei em vós um Espírito novo… Vocês serão o meu povo, e eu serei o Deus de vocês”. (Ez 36,26-28)
Joel 3,1-5: “Derramarei o meu Espírito sobre toda a carne... filhos, jovens, anciãos, servos e servas” Toda esta nova comunidade é profética.
O livro dos Provérbios no pós-exílio chama a Espírita a Sabedoria: (Pr 8,22 - 36) “A Sabedoria” construiu sua casa, talhou suas sete colunas... e pôs-se a gritar seu convite (Pr 9,1-6). Agora a sabedoria não é um dom de Deus, mas uma pessoa, que está agindo, com a qual eu posso falar.
Neste livro a Sabedoria também é personificada: “Pois a Sabedoria, artífice do universo, me ensinou” (7,22) “Ela é autora de todas as coisas” (8,5). Ela é realidade intermediária entre Deus e criação ou até mesmo uma pessoa divina. .       

Os Rabinos ensinam que a “Schechina” - a dimensão feminina de Deus – acompanhava os filhos de Israel no exílio para consolá-los. Os israelitas a levaram junto a presença de Deus para o exílio. (Veja Is.63,14)



III 4) Jesus  inspirado pela Espírita





           A encarnação de Jesus pela Espírita Santa


No Símbolo dos Apóstolos:  Jesus, ¨concebido  da Espírito Santa¨.  Espírita Santa virá sobre te e o poder do Altíssimo te cobrirá (Lc 1,35) O que foi gerado nele é da Espírita Santa (MT 1). Falta um gerador homem, Deus, o Pai, gera o Filho. Espírita Santa dá vida a Jesus em Maria.

           A Espírita Santa na vida de Jesus


 No Batismo Espírita de Deus (sem artigo) desceu sobre ele sob uma aparência corporal “como uma pomba desce” (Mt 3,16,  João batizava com a água, Jesus batizará com Espírita Santa: “Aquele sobre o qual vires o Espírito descer e permanecer sobre ele, é Ele que batizará na Espírita Santa” (Jo 1, 33).
Acontece uma revelação trinitária: Uma voz vindo dos céus dizia: ¨Este é o meu Filho bem amado¨.

Repleto da Espírita Santa e conduzido pelo Espírita: Jesus foi para o deserto (Lc 4,1)
Satanás, o espírito mau, é o grande adversário de Jesus, Ele representa os poderes dos homens, muita gente foi possuída pelos demônios. Jesus expulsa os demônios pelo dedo de Deus (Lc 11,20), em Mateus 12, 28 pelo Espírito de Deus. Jesus vê o cair do céu.
Na sinagoga de Nazaré Jesus cita Isaias: “o Espírito de Deus está sobe mim porque me consagrou com a unção” (Lc 4, 18).
 Jesus exulta sob a ação do Espírito Santo: ¨Eu te louvo Pai por teres ocultado isto aos sábios e inteligentes..Lc 10,21). ¨Quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que lhe pedem¨ (Lc 11,33)

         Jesus promete o pneuma ágion:
        ¨Ninguém a não ser que nasca da água e do pneuma, pode entrar no Reino de Deus. O que nasce da carne é carne, e oque nasce do pneuma é espírito.O vento sopra sopra onde quer¨ (Jo 3,5-8).
          No último dia da festa das tendas Jesus proclama: ¨Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Do seu seio jorrarão rios de água viva¨ (Jo 7,37-39).
        Ele designava assim to pneuma  que deveriam receber  os que creriam nele .Na sua morte um dos soldados feriu-lhe o lado e saiu sangue e água. (Jo 19, 34).

            Jesus pela Espírita Santa recebe a vida.

A 1. carta  de Pedro 3,18 diz: ¨Sofreu a morte, mas recebeu nova vida pelo Espírito¨. Paulo na carta aos Romanos: ¨Estabelecido, segundo o Espírito Santo Filho de Deus com poder, por sua Ressurreição ¨ (Rm 1,4;) ¨Manifestado na carne, justificado no Espírito¨  (1 Tm 3,16).


III 5  Em nome do Pai Jesus, o vivo, sopra o pneuma


             Soprando a Espírita Santa

 No primeiro dia da semana Jesus veio, pôs-se no meio deles e disse: ¨A paz esteja convosco¨.  soprou sobre os discípulos e lhes disse: “Recebei Espírito Santo” (Jo 20, 22. sem artigo),

O grande dom da Espírita Santa ¨A quem perdoardes os pecados, ser-lhes-são perdoados: Ele  autoriza a comunidade de perdoar pecados, caso o pecador crê em Jesus e se converte.



            Pentecostes: o cumprimento da aliança

            Em Jerusalém celebrava-se o dia de pentecostes, cinqüenta dias após a Páscoa. Numerosas multidões de judeus, vindo de numerosos países, comemoram a aliança de Javé com o povo de Israel no Horéb. A montanha estava em chamas e Javé comunicou a aliança , ¨Ele se torna para ti Deus, tu ti tornas para ele o povo (Dt.  26, 16-19;)¨,único caso na Bíblia de semelhante declaração dupla. 
        Todos os apóstolos com Maria, mãe de Jesus e algumas mulheres estavam numa sala superior. Jesus tinha falado: ¨Permanecei na cidade até que sejais revestido, do alto, de poder¨ (Lc 24,45-53). De repente um ruído como de violento vendaval e lhes apareceu algo como línguas de fogo pouso sobre eles, todos ficaram repletos do pneuma ágion e falaram outras línguas. (At 2,1).
            Cumpre-se a promessa da aliança com todos os povos, não só com Israel. Agora para diante pousa o pneuma ágion sobre todas as nações, a igreja nasce para aqueles que acreditam em Jesus.

           O pneuma ensinará e recordará

          ¨O paraclito, to pneuma ágion, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará e fará recordar tudo o que eu vos disse¨ (Jo 14,26).  Primeiro: o pneuma lembra tudo, o que Jesus disse, o que lemos nos Evangelhos e nas cartas. Ele é a memória viva do Evangelho e do reino de Deus. Porém, precisa praticar pelo amor. Sem a prática a fé é morte.

          A advogada testemunha

          Jesus estava acusado pelo poder político, representado por Pilatos. Interrogado se ele é o rei dos judeus, Jesus testemunha: ¨ Se minha realeza fosse deste mundo, os meus guardas teriam combatido para que eu não fosse entregue aos judeus, Eu nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz¨. (Jo 18, 33-37)


      Um outro advogado:

           ¨Eu rogarei aos Pai e ele vos dará um outro Paráclito, que permanecerá convosco para sempre. É ela a Espírita da verdade¨. (Jo 14,16). ¨Quando vier o Paráclito, que eu vos enviarei de junto do Pai, a Espírita  da verdade, que procede do Pai, ele próprio dará testemunha de mim, e por vossa vez, vós dareis testemunho,¨ (Jo 15,26).  ¨ A comunidade amada é como uma mulher dando á luz.  
         O Paráclito defende os discípulos diante dos tribunais do mundo: ¨Quando vier o Paráclito que eu vos enviarei de junto do Pai, o Espírito da verdade, que procede do Pai, ele próprio dará testemunho de mim, e, por vossa vez, vós dareis testemunho¨ (15,26).
            A advogada confundirá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do julgamento. Pecado é  a incredulidade em Jesus. Justiça: o inocente justo sofreu a maior injustiça do mundo: foi julgado como rebelde contra o Império. Ele é o justo. O julgamento já aconteceu no levantamento de Jesus, um pensamento apocalíptico, mas precisa ser realizado na história pela advogada e pelos mártires. ¨Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem o seu juiz¨ (12,48). O “último julgamento” realiza-se na própria pessoa. O mundo do poder se julga a si mesmo. A Espírita da verdade vai guiar para a verdade plena

          As testemunhas, os mártires: (16,16-33)  O Evangelho fala 33 vezes de testemunhar (martirein em grego), 14 vezes do testemunho (martírio).. A hora do julgamento já aconteceu no levantamento de Jesus. Jesus tinha dito aos gregos, que desejaram o ver: ¨Agora é o julgamento deste mundo, agora o príncipe deste mundo será lançado fora. Quanto a mim, quando eu for elevado da terra, atrairei a mim todos os humanos¨ (Jo 12,,31). Se o grão do trigo que cai na terra, morre produzirá fruto em abundância. Os discípulos atestam que o julgamento definitivo já aconteceu no levantamento de Jesus
          No último dia da festa das tendas Jesus proclama: ¨Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Do seu seio jorrarão rios de água viva¨ (Jo 7,37-39).
        Ele designava assim to pneuma  que deveriam receber  os que creriam nele .Na sua morte um dos soldados feriu-lhe o lado e saiu sangue e água. (Jo 19, 34)

            Jesus pela Espírita Santa recebe a vida.
A 1. carta  de Pedro 3,18 diz: ¨Sofreu a morte, mas recebeu nova vida pelo Espírito¨. Paulo na carta aos Romanos: ¨Estabelecido, segundo o Espírito Santo Filho de Deus com poder, por sua Ressurreição ¨ (Rm 1,4;) ¨Manifestado na carne, justificado no Espírito¨  (1 Tm 3,16)



       IV. Creio na Igreja 

                             Símbolo dos Apóstolos:
Creio na santa igreja católica

                 O símbolo de Constantinopla 381 
      Creio na igreja, uma, santa, católica e apostólica.

No pos-exílio, quando não existia mais Israel e Judá como estado, se usava o termo “qahal” para designar a assembléia religiosa dos  judeus no exílio nos diferentes países. A LXX traduz o termo qahal por ecclesia (igreja). Paulo aplica este termo às comunidades: 1 Ts 1,1; 1 Cor 1,2; Gl 1,2.

 Nós cremos em Deus Pai, em Jesus Cristo e no Espírito Santo. Crer em alguém significa se entregar totalmente no outro.  Só podemos nos entregar em Deus, não numa outra pessoa ou instituição humana. Nós cremos na igreja enquanto ela é resplendor e expressão da Trind
           IV 1) As igrejas na história

         A igreja: mãe em Jerusalém:        
         Quando Lucas escreveu os Atos já tinha comunidades, os fies foram chamados ¨os do caminho¨. Lucas quis fundar todas as igrejas na igreja mãe em Jerusalém pela efusão -do Espírito Santo. 
            As  igrejas irmãs
        Início  da Igreja em Antioquia: De Jerusalém os apóstolos caminhavam pelo mundo inteiro espalhando a boa notícia. A primeira igreja irmã é a igreja de Antioquia, onde os discípulos receberam pela primeira vez o nome de Cristãos (At 11,19-27)
                   Sete igrejas no Apocalipse: No final da cada carta às igrejas se diz: ” Graça e paz d´Aquele que é, dos sete espíritos – o Espírito em sua plenitude – e da parte de Jesus Cristo (1,4).¨O que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas¨. São sempre igrejas locais, ligadas à igreja mãe de Jerusalém.

           A igreja síria:
No Concílio de Calcedônia 451 se separou a igreja santa apostólica católica síria do Oriente da igreja do Ocidente, de Roma.

          A igreja ortodoxa
Entre Roma e Constantinopla sempre tinha rivalidade, não por causa da Ortodoxia, mas por causa o poder. Nos anos 800 o Papa em Roma fez o rei dos francos, Carlos Magno, imperador dos romanos contra a hegemonia de Constantinopla.

 O concílio de Nicéia definiu: Creio no Espírito Santo que procede do Pai.  Os francos acrescentavam ¨e do Filho¨. No século XI até em Roma se cantou ¨e do Filho¨. Os orientais eram convencidos que isso é herético, só eles são ortodoxos.  1054 a Igreja Oriental e
Ocidental cismaram-se. A Igreja Oriental fica com o nome ¨Igreja Ortodoxa¨.

A igreja católica romana da cristandade

           A partir de Constantino e Teodósio 391 a igreja se tornou igreja do Império: típico o sonho dele sobre a cruz como sinal da vitória:

A cruz muda o sentido: a cruz,  sinal das vítimas,
vira o sinal dos vencedores.
A igreja perseguida vira a igreja perseguidora.

 Una: Agora não tem mais diferentes igrejas, elas estão unidas, só há uma igreja como só há um Império. Mais tarde os papas em Roma centralização a igreja pela doutrina, liturgia e lei canônica.
Santa: A igreja serve para a salvação do Império. A igreja, santificada pela Espírita Santa é no mesmo tempo pecadora.
Católica: Agora a igreja faz parte do Império que domina o mundo helenista e persegue os dissidentes. O extremo oriente fica fora do alcance. A igreja deve abranger todos os povos com as suas diferentes culturas. 
Apostólica: Antes a igreja estava fundamentada sobre o testemunho dos apóstolos e profetas. Agora vale a sucessão  dos papas sem interrupção desde Pedro.

        Carlos Magnus (800) matou os Saxões com a espada para incorporá-los no seu império. O imperador nomeou bispos e papas.
         O Papa Urbano II (1005) pregou a primeira cruzada contra os muçulmanos.
        O Papa Gregório (1073-1085) estava no ponto culminante do poder da igreja, ele tem duas espadas,  empresta uma ao imperador. 
         Porém, sempre tinha gente que quis reformar a igreja como São Francisco (1181) que vivia uma pobreza extrema. 
         A inquisição perseguiu os dissidentes,em1332 depende direto de Roma, a mais terrível foi na Espanha para controlar judeus e mouros.
          Com Cristóvão Colombo (1492) começa a conquista da América latina os índios foram forçados a ser batizados.  Aristóteles tinha ensinado um estado piramidal: aqueles que dominam, aqueles que são dominados. A igreja com a sua hierarquia ensinou o purgatório para as penitentes  e o inferno para os que não são batizados. 
           Porém Las Casas em Valladoid 1550 falou: ¨Adeus, Aristóteles¨.

        Na ciência os filósofos buscam a sabedoria do mundo. Os gregos como Aristóteles e até Tomás de Aquino, querem provar Deus pela raciocínio humana. ( cf 1 Cor. 1,18-25).
         A igreja é uma sociedade perfeita. Fora da igreja não há salvação. 
         Com a revolução francesa 1789 acabou a união estado igreja. A monarquia perde à democracia.
          Não esquecemos a importância dos mártires, especialmente na América- latina. 

          As igrejas protestantes

           Martin Lutero 1483 – 1546 em 31 de outubro de 1517 divulgou 95 teses contra as indulgências. Colocou suas teses publicamente nos muros da faculdade de teologia de Wittemberg. Foi o primeiro passo da separação dos “Protestantes” d igreja católica..

       Calvino (1509-1564) fez da cidade Genebra uma sociedade totalmente religiosa e cristã, estabelecendo uma igreja sem bispos, somente com presbíteros, por isso a igreja será chamada “Presbiteriana”. O Calvinismo se espalhou na França, Alemanha, Holanda, Inglaterra e Estados Unidos. A tradição Calvinista é a alma do cristianismo nos EUA. As igrejas Presbiterianas têm uma organização mais democrática.

          A Igreja da Inglaterra ou Anglicana   Em 1565 a Igreja da Inglaterra publica sua própria profissão da fé, ela se parece mais com a igreja católica do que com os Luteranos e Calvinistas. 
        A Igreja Metodista No século XVIII, as vésperas da revolução industrial houve mais uma reforma importante nas classes populares da Inglaterra. Apareceu John Wesley. (1703 - 1791) Dele nasceu uma igreja nova  chamada Metodista. 

           As Igrejas Batistas Para alguns Lutero não era bastante radical, ele estava demais ao lado dos príncipes. Tomas Munzer apoiou as revoltas dos agricultores.  Nos EUA muitos negros são batistas.

              Os Adventistas Dos batistas saíram os adventistas, um pastor batista Willian Miller anunciou em 1833 que Jesus devia voltar no dia 21 de março de 1844, mas Jesus não chegou.

              Os Pentecostais Foi nos EUA, entre 1906 e 1910, que apareceram as primeiras manifestações do batismo do Espírito Santo e os “êxtases”  ou “curas”, fundaram comunidades: Assembleia de Deus, Congregações Cristãs, e assim por diante.

Cantar, gritar, falar, sem querer, etc... Os pentecostais se sentem rodeados de forças sobrenaturais. Sabem que os demônios estão presentes. Por isso expulsam demônios.

            A  Iluminação  substituiu a doutrina da igreja pela raciocínio humana.  A secularização acaba com a cultura cristã. A nova religião é o capitalismo. Prevalece uma indiferença a religião  ou um puro ateísmo.

             A Igreja católica perdeu a sua credibilidade, muitos membros largaram a igreja ou escolhem outra igreja como no Brasil. Mas estas novas igrejas muitas vezes ficam ligado ao estado, ao poder e ao dinheiro.
             As CEB´s no Brasil são um sinal de viver uma igreja autêntica dos pobres.

                     Largar a igreja não é a solução.
                        Voltar às raízes é o remédio.


IV 2) A Igreja manifesta a comunhão trinitária

          

         “Sem o Espírito, Deus fica longe, Cristo permanece no passado, o Evangelho é letra morta, a Igreja é uma simples organização, a autoridade é domínio, a missão é propaganda, o culto uma simples lembrança e o agir cristão uma moral de escravos.¨

¨Mas, no Espírito, o mundo aguarda o reino, o homem luta contra o mal, O Cristo ressuscitado está presente, o Evangelho é força vital, a Igreja manifesta a comunhão trinitária , a missão é Pentecostes, a autoridade é serviço, o agir humano é divinizado.  Com Ele, a igreja e o mundo inteiro gritam com todo o seu ser: Vem, Senhor Jesus¨.
 (Ignácio Hazim – Metropolita da Síria – em Upsala 1968).

                 

        A igreja o sacramento original  



             A igreja de todos os povos, inspirada pela Espírita Santa, é o sacramento fundamental, dela brotam os sete sacramentos. A igreja está em serviço da salvação do mundo. A Igreja não é uma sociedade perfeita, nem idêntica com o reino de Deus, ela é enviada para proclamar o reino de Deus.

A igreja não pode mais dominar as outras religiões com a sua doutrina da perfeição., (Papa Paulo VI). Reconhecendo o valor da outra religião a igreja pode reconhecer melhor o valor da própria fé. A igreja reconhece a possibilidade da salvação dos não-cristãos e exige entendimento mútuo. “A igreja católica não rejeita nada o que nestas religiões é verdadeiro e santo”. (Nostra Aetate)



            Ela é provisório: O vidente do Apocalipse vê um novo céu e uma nova terra, descendo do céu, uma nova Jerusalém, preparada como noiva do Cordeiro.  “Esta é a tenda de Deus com os homens, (Ap 21, 3-4).  Nenhum templo, porém, vi na cidade.” (Ap.21,22).  Uma visão que abrange o universo, Israel e a igreja e todos os povos, sem divisão entre o sacro e o profano, entre o impuro e santo.

A igreja manifesta a comunhão trinitária.

         a)  A  igreja renasce da Espírita Santa 



           Na doutrina e vida da igreja a Espírita Santa quase não está presente. O que mais preocupa é sua conservação e manutenção, sua perfeição.

          ¨Necessário vos é nascer do alto, da Espírita Santa para entrar no reino de Deus. O vento sopra onde quer¨  (Jo 3,,5-8) A igreja não tem o poder sobre a Espírita Santa, ela sopra onde quer. No Evgl de João Jesus não foi batizado com água. Ele batiza com a Espírita Santa que supera os limites da igreja.

          Também o reino de Deus sumiu do anuncio da igreja, ela se colocou como o reino perfeito.  A igreja porém é chamada a anunciar o reino de Deus que é como uma semente que cai na terra, como um tesouro que estava escondido num campo (Mt 13).

Ela é outra Advogada: Jesus foi o primeiro advogado. “O Pai vos dará outro “Paráclito”, advogado”, ou melhor, outra advogada (Jo 14,16). Ela acompanha a igreja como defensora diante do tribunal dos poderosos do mundo como consoladora, que consola a igreja pobre e fraca como uma mãe.  (Jo 14, 15-20).

            As testemunhas: Ela dará testemunho de mim, e por vossa vez, vós dareis testemunho (15,27; At 15,27).



¨O que tem ouvidos ouça

o que a Espírita Santa diz às igrejas ¨(Ap 2,7)



b) O corpo de Cristo



             Paulo faz uma comparação: ¨Todos nós fomos batizados em um só Espírito, para formamos um só corpo. Ora, vós sois o corpo de Cristo, e sois os seus membros, cada um no que  lhe

cabe¨ Os membros fracos precisam mais atenção.Paulo recorre à cultura helenística: o corpo humano é imagem do corpo social.( 1Cor.12, 13-27; Rm 12,5;))



               A videira e os ramos:  

              Isaias comparava Judá e Jerusalém com a vinha de Javé. (Is 5, 1-7) Agora para a comunidade de João Jesus é a verdadeira videira, nós somos os sarmentos (ramos), o Pai é o agricultor, que corta os ramos secos e poda os ramos vivos. Se pensamos em termos trinitários, falta a Espírita Santa. Ficando nesta imagem ela é a seiva que dá vida a tudo.

             O Evgl toma como exemplo o trabalho na vinha. O Pai julga, não os discípulos, nem a igreja. Deixai crescer o trigo e o joio até a ceifa (Mt 13,24-30).

             Jesus é a vinha, ele é a verdade, caminho e vida, e não a igreja.  Os ramos somos nós, precisa permanecer nele. (15,1-7).

             A igreja é chamada dar fruto, vida, ao mundo. Unidos nele daremos fruto: o amor que não é poder. Amar como ele nos amou, que deu a sua vida por seus amigos. (5,11-17)

               A comunidade, a igreja, participando da vida trinitária, é como uma mulher em dores de parto, passa da aflição para a alegra (16,16-33). Deixemos as imagens de corpo e vinha. 



             Os irmãos mais pequeninos de Jesus:



            O Filho do homem reunirá todos os povos (Mt 25,31-46), um juízo universal. Os justos perguntarão: ¨Quando é que nos sucedeu ver-te com fome, sede, estrangeiro, nu, doente, na prisão? Então o rei responderá: ¨Toda vez que o fizestes a um destes mais pequeninos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes¨.

           Fora dos pobres não tem salvação (Jon Sobrinho).

           Para não criar um Jesus ressuscitado à nossa imagem e gosto precisa voltar para Galileia (Mc 16,17)

         ¨Se não voltamos ao Evangelho, Jesus não vive em nós¨ (Charles de Foucalud) .

       



a)   O Pai de Jesus é também nosso Pai



                

                 Jesus exultou sob a ação do Espírito Santo e disse:   ¨Eu te louvo, Pai, senhor do céu e da terra, por teres ocultado isso aos sábios e aos inteligentes e por tê-lo revelado aos pequeninos. Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai a não ser o Filho¨ (Mt 11, 25-27 Lc 10,21-22).

               Não se chamem pai, só tem um pai no céu, (Mt 23,9)



              Jesus disse a Maria de Mágdala: ¨Vai ter com os meus irmãos:  Subo para o meu Pai, que é vosso Pai¨ (Jo 20,17).  Ele tinha mostrado: ¨Quem me viu, viu o Pai¨.



            Este Pai não é um Pai todo-poderoso,  nem paternalista mas um Pai compassivo com os seus filhos e filhas, um amigo. Jesus mostra o seu Pai a nós. Devemos aprender rezar o ¨Pai nosso¨ como Jesus rezou e comunicou com seu Pai.

           

             Quando judeus foram enforcados num campo de concentração, os outros deviam ver este crueldade. Um jovem lutou contra a sua morte. Alguém perguntou: ¨Onde está Deus¨? O Vizinho replicou: ¨Lá na forca¨. 

            














           
V Creio na comunhão dos Santos,
na remissão dos pecados,
     Símbolo dos Apóstolos:

“Professo um só batismo
 para o perdão dos pecados”,
                                  O Símbolo de Nicéia e Constantinopla

 Agora  se diz: “professo um só batismo”, por que é um ato publico da fé, O termo sacramento foi usado no juramento dos soldados e significa um compromisso sério.
 Pedro nos Atos 2,38: “Convertei- vos: receba cada um de vós o batismo no nome de Jesus Cristo para o perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírita Santa¨.

       V 1) O que é pecado:

a) Na tradição profética:
Pecado significa: não conseguir um objetivo, errar o alvo, falhar. Assim a queda de Adão e Eva é uma falha (Gn 3,1-7). Não se fala do pecado original, mas da queda. Não conseguimos usar a nossa liberdade para o bem.

       Mas fala também das nossas  faltas, dívidas, culpas, omissões. ¨Feliz aquele a quem Javé não computa falta¨ (Sl 32, 2 e 5). No Sl 51,3: ¨Apaga minha culpa¨. Sl 85,3: ¨Suprimiste a falta do teu povo¨.

       O pecado mais grave é a ruptura da aliança, que Deus fez com o povo, é a infidelidade do parceiro.  Moises diante de Javé: “Infelizmente, esse povo cometeu um grande pecado: fizeram para si deuses de ouro” (Ex. 32, 30-35).

        b) Na tradição sacerdotal
         Pecado é a violação da Lei, seja consciente o inconsciente. Existem 365 proibições e 240 prescrições. Quem não observa a Lei, não tem acesso ao templo, é um pecador como doentes e estrangeiros Agora pecado é cultual e não mais moral. 
O pecado gera uma desordem que exige a reparação: ¨Quando alguém está pecando por inadvertência¨ (Lv5,14-26) deve trazer um carneiro.¨ Os sacrifícios restituem a ordem.
 São os escribas e os sacerdotes no tempo de Jesus, que acusam e querem condenar: “A lei de Moises ordena que tais mulheres sejam apedrejadas” (Jo 8,1-11). Até mesmo os discípulos diante de um cego perguntam: “Quem pecou, ele ou seus pais?” (Jo 9,3)

             c)   Pecado na nova Aliança
       Nunca escutamos que Jesus acusava alguém de ser pecador. Jesus se preocupa com os miseráveis do mundo (Mt 5,1-11),Jesus não acusa, antes defende e perdoa pecados: “Meu filho, os teus pecados estão perdoados”. Jesus come e bebe com os coletores e pecadores, mostra a solidariedade com eles, ele não veio chamar justos, mas pecadores (Mc 2,13-17). Contra seus adversários Jesus só fala: “Ai de vocês”.
        Pecado é não acreditar em Jesus: O Espírito confundirá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do julgamento: Quem é pecador? “Porque eles não creem em mim” (Jo 16,9).

 Jesus é o justo (Jo 16,10). ¨Quem crê nele não é julgado: quem rejeita Jesus e as suas palavras tem o seu juiz (Jo 12,48). Crer nele é uma decisão própria da pessoa.
Falar contra o Espírito Santo:  isto não lhe será perdoado”. Secundo tuas palavras serás justificado ou condenado (Mt 12,32-37).


       V 2)  A salvação é perdão  dos pecados

Na ideologia greco-romano não há perdão. Deus não perdoa, sua justiça foi violada e deve ser restituída. 
João Batista veio ¨para dar ao seu povo conhecimento da salvação por meio do perdão dos pecados¨ (Lc 1,77).

  Jesus perdoa:  Os escribas argumentam: “Quem pode perdoar os pecados a não ser Deus só?” (Mc. 2,1-12). O Filho do Homem tem autoridade para perdoar os pecados. Sua autoridade vem do Pai, que não condena o mundo mas salva, que não faz o julgamento, mas entregou ao Filho do homem (Jo 3,17-18).

      A carta aos Colossenses (2,13-14) escreve: ”Ele nos perdoou todas as nossas faltas, cancelou o documento de nossa dívida, com suas cláusulas contra nós, e o anulou, pregando-o consigo na cruz.” A 1.Carta de Pedro (2,24)diz: “Em seu próprio corpo carregou nossos pecados sobre o madeiro”.
       Perdoar depende do pedido: Perdoa-nos os nossos pecados.  Quem não pede perdão, não pode conseguir perdão.
        Na Eucaristia celebramos o cumprimento da aliança: “Este é o meu sangue da aliança, que se derrama por muitos para o perdão dos pecados” (Mt 26,28).
        Jesus dizia na cruz: Pai, perdoa, eles não sabem o que fazem (Lc 23,34)
      A carta aos Hebreus anula a oblação dos sacrifícios ¨Ora, onde houve perdão, já não se faz a oblação pelo pecado¨ (Hb 10,18).

        V 3) O dom da Espírita Santa

A Espírita Santa é o perdão dos pecados (At 2,38).
No Evgl. de João Jesus sopra sobre os discípulos e diz: ¨Recebei Espírita Santa. A quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados..¨(Jo 20, 22-23).
Este anúncio se dirige a a todos os discípulos. Nã se fala de um sacramento nesse Evangelho. Condição do perdão é o pedido e a conversão. Outra vez não há perdão. 
Nós pedimos no Pai nosso: Perdoa a s nossas dividas (ou ofensas) assim como nós perdoamos aos nosso devedores. O perdão é a nossa arma espiritual contra as armas bélicas, que só produzem vingança.



VI Creio na ressurreição da carne,
e na vida eterna, Amem
  Símbolo dos Apóstolos:
                    
E espero a ressurreição dos mortos
e a vida do mundo que há de vir. Amem.
   Símbolo Constantinopolitano:

O Símbolo Niceno - Constantinopolitano não diz ¨creio¨ mas: “espero”, espero no futuro, é uma esperança nas promessas de deus.
 O símbolo não fala de uma alma imortal mas da ressurreição dos mortos, não fala do fim do mundo, mas e da vida do mundo que a de vir, não se fala  de um mundo do Além como muitos pensam.

           VI 1) Esperar contra toda esperança   

  A igreja se espalhou no mundo greco-romano com pensamentos gnósticos. No pensamento grego o cosmos era a ordem no universo, a ordem suprema. Para a Gnose existe um dualismo radical entre a Divindade e o Cosmo ou mundo: o cosmos é desordem, mau, ruim, hostil, significa escuridão e morte, inferno.  Pela ignorância surgem escassez e sofrimento. O corpo é perecível, corrupto, a alma é eterna e imperecível. Na morte a pessoa espera a libertação da alma do corpo. Impossível pensa que a alma volta no corpo na ressurreição.

Flavio Josefo cita no seu livro ¨História da guerra judaica¨  o líder Eleazar defende um suicídio coletivo com pensamentos gnósticos:

¨ Não a morte, a vida é uma desgraça para os homens. Pois a morte dá liberdade às almas e abre o acesso ao lugar puro, onde não há  mais sofrimento. Enquanto a alma está presa no corpo mortal, ela deve ser na verdade morta,  pois a ligação do divino com o mortal é contra a natureza. Mas só quando ela está livre do peso que puxa para a terra ela chega á verdadeira pátria, que fica invisível aos olhos humanos como Deus. A prova disso é o sono, quando a alma imperturbada do corpo goza do supremo repouso¨ . (Reclam, Leipzig 1994 p. 496)

  O pensamento da igreja foi influenciado por estes pensamentos. O catecismo romano antigo começou com a pergunta: “Para que estamos na terra?” A resposta foi: “Para cumprir a vontade de Deus e assim entrar o céu”. A vida em si não tinha valor. A esperança se dirige ao Além da criação.

Em M 19,28; Jesus fala por ocasião da renovação de todas as coisas, um termo apocalíptico (também Tt 3,5), que significa ¨a regeneração da humanidade e do universo ao fim da economia atual¨ (TEB)


VI 2) Espero a ressurreição dos mortos: 

Israel não tem esta visão pessimista: Deus é bom, criou céu e terra, ama a sua criatura, acompanha os caídos  e salva finalmente se fez carne.
 O mal é resultado da liberdade das cobiças humanas. Na luta até o martírio contra o poder da morte surge a esperança na ressurreição.
A esperança na ressurreição surge na perseguição e no martírio dos Macabeus na perseguição dos Gregos por volta de 175 a.C. No livro 2 Mc 7 se conta de uma mãe com sete filhos. Um deles disse “estamos prontos a morrer, antes de desobedecer as leis de nossos pais”. Outro confessou: O rei do mundo nos ressuscitará para uma vida eterna. 
.Muitos judeus resistiram até a morte porque tinham a esperança que Deus pode restituir o corpo: “muitos que dormem no solo poeirento despertarão” (Dn 12, 2)
 Para os saduceus no tempo de Jesus não há a esperança na ressurreição, que significaria uma ameaça ao poder deles.

 Jesus e os fariseus esperavam a ressurreição. Jesus avisa três vezes, que o Filho do homem deve ser rejeitado mas ressurgirá. Para ele Deus não é um Deus dos mortos, - a morte é inimiga de Deus (1 Cor 15,26;) – ele é um Deus dos vivos, de Abraão, Isaac e Jacó. Em João Batista ressurgiu Elias, em Jesus ressurgiu João, em nós ressurge Jesus.

VI 3)  Escatologia e Apocalíptica

a)   A esperança  e escatologia

A visão escatológica dos Sinóticos se inspirou no livro de Daniel. Os impérios só têm um tempo limitado, Daniel sonha como dentro das nuvens alguém como filho humano chegou perto do ancião: o seu reino é para sempre. Os Santos do Altíssimo receberão o reino (Dn cp.7).
Marcos 13,24-27 fala primeiro de guerras e tribulações depois apresenta uma visão universal: aparecerá o filho do homem que reunirá os escolhidos, não se fala do fim do mundo. (Mt 24, 29-31). 
Mateus (25,31-46) acrescenta: O Filho do Homem,, da humanidade reunirá todas as nações e as separará. O critério são os menores irmãos de Jesus. o Filho humano se identifica com eles, uma declaração dos direitos humanos, tão importante no mundo de hoje.
Lucas falando do dia do Filho Humano (Lc 17) destaca a fé que é oposta ao poder: ¨Mas o Filho humano, quando vier, será que achará fé sobre a terra?¨ (18,8).

O Apocalipse de João 
O Apocalipse nasce em tempos de perseguição, de caos, opressão e exclusão, transmite uma espiritualidade de resistência.
Encontramos um círculo de profetas ou visionários itinerantes. O centro e a nova não é a secunda vinda do Senhor,  aquele que estava morto, está vivo na história  O Deus dos filósofos é um Deus cósmico, não um Deus da história. O resultado é um cristianismo anti-material, anti-social, individualista, patriarcal, sem Espírito.
A utopia do Apocalipse não se realiza além da história, mas além da opressão. Não há passividade: os mártires, testemunhas, profetas derrotam Satanás  Os que guardaram a palavra de Deus e o testemunho de Jesus se sentaram em tronos  e exercem o julgamento, fazem justiça. No final o Satanás será jogado no inferno, no nada. (Ap 20,4-10)  
 (Apocalipse, Pablo Richard, Petrópolis, Vozes 1996)


b)   A presença apocalíptica

O Evangelho de João é apocalíptico,
 ¨Aquele que ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna¨. Mas vem ainda a hora da glorificação. (Jo 5,24-29).
Alguns gregos querem ver Jesus. Jesus “responde: ¨É chegada a hora em que o Filho do Homem deve ser glorificado” Agora é julgamento deste mundo, agora o príncipe deste mundo será lançado fora, que está acima de tudo e domina o mundo. Ele cai agora pra baixa enquanto Jesus vai ser elevado e atrairá todos os homens (12,20-36). 
O Paráclito dará testemunho e vós dareis testemunho sobre pecado, justiça e julgamento (Jo 15,26-16,11) No pensamento apocalíptico já aconteceu o final, mas precisa testemunhar no tempo presente (martirein) este fato definitivo.
A vocação dos discípulos será testemunhar este fato definitivo da vida de Jesus, ele é testemunha da verdade, na história. Os videntes se tornam testemunhas.

c) A recuperação da esperança na igreja:

  O Papa João XXIII chamou a atenção aos sinais dos tempos  e de novo valorizou a história. O Papa Paulo VI ensinou que a igreja acompanha o mundo, as sociedades, na história na  luz do Evangelho.

O Vaticano II declarou: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo. A Igreja se - sente real e intimamente ligada ao gênero humano e à sua história”.

A esperança é a convicção que as coisas não são perfeitas mas em evolução. A igreja não é uma instituição perfeita, um bloco imutável, mas anda na história em busca da vida perfeita.   
A esperança é muito forte nos movimentos sociais com o lema: “Um outro mundo é possível


VII Adoramos a Trindade

O mistério da Trindade em si mesmo nós não podemos entender: “Conceitos criam ídolos, só admiração entende um pouco.” (Gregor de Nyssa). A teologia quer explicar este mistério da Trindade, mas não consegue. Diante da Trindade só podemos ficar admirados e adorar o mistério.

1.    Vestígios:

Uma imagem da Trindade
O russo Andréj Rubljów, não podia desenhar uma imagem da Trindade para uma igreja dedicada à Trindade no ano 1425, Isto seria fazer um ídolo.

 Por isso tomou como símbolo da Trindade as três homens  que visitavam Abraão dois deles são anjos (Gn 18). 
Precisamos descobrir os círculos no desenho, que são símbolos da eternidade e os triângulos, símbolos da Trindade.  As pessoas na mesa são quase iguais, diferentes apenas no olhar, nas mãos e pernas e na cor. 
  Ele tomou também como motivo do seu desenho a vocação de Isaías (Is6) quando Javé perguntou: “a quem vamos enviar?”  Isaias respondeu: “ Aqui estou ”.
 A pessoa no meio simboliza o Pai que olha para a pessoa à esquerda perguntando: a quem vamos enviar apontando com a mão para a pessoa à direita. Esta pessoa se prontifica tomar o cálice; A pessoa à esquerda dá a benção, dá a vida, santifica.
 As duas pessoas na frente estão dispostas a ser enviadas, apresentadas com a posição das pernas na frente. A cor azul simboliza a transcendência de Deus, na veste de cor púrpura vemos o poder do Pai; o verde mostra a natureza que o Verbo assumiu na encarnação e a cor laranja simboliza o fogo da Espírita Santa.

           A criação

Deus criou o mundo pela sua palavra e sopro. Palavra (logos, verbo) e sopro (ruach, pneuma), A rúach de Javé sempre está presente na Bíblia, vemos isto nos Salmos:

  Pela sua palavra Javé fez os céus,
E todo o exército deles com o sopro de sua boca (Sl 33,6)

¨A ti sirvam todas as criaturas, pois tu disseste e elas existiram, 
enviaste o teu espírito e ele as construiu¨. (Jt 16,14)

¨Escondes a tua face, se apavoram,
 retomas lhes o sopro, morrem e voltam ao seu pó.

Envias o teu sopro, são criados,
 renovas a superfície do solo¨. (Sl 104/103


Já antes dos Evangelhos    um binitarismo no judaísmo.

Muitos  judeus  no tempo de Jesus acreditaram que o Messias/Cristo  seria um deus-homem. No Apocalipse de Daniel (7,13;) aparecem duas figuras divinas, o ancião simboliza Deus e um como o filho do homem.  Este filho é divino e  aparece com o o Ancião na figura humana. (p.47).  O  um como Filho simboliza Jesus. Ele não é só um ser humano como todos  as seres humanos,  mas divino na sua vida terrestre, não só na sua revelação final (parusia). 
(Os Evangelhos judaicos. A história do Cristo judeu..
     Daniel Boyarin: Ergon VerlagWürzburg  2015 Band 12)

                  2.  A Trindade no NT

A única formula trinitária no NT encontramos no final de 2 Cor. 12,13: ”A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós.” Mas nesta formulação cada pessoa tem uma tarefa especial: amor de Deus, graça de Cristo e comunhão do Espírito Santo.

 Mateus enumera três pessoas, mas não fala da Trindade  ¨De todas as nações fazei discípulos batizando as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo¨ (Mt 28,19)

  Na vida de Jesus

     A encarnação
      O grande mistério da nossa fé: Deus amou tanto o mundo que entregou seu Filho, não Deus se encarnou, mas a sua palavra, o Verbo, para entrar mais perto na criação através da Espírita Santa. É  uma obra trinitária.

         Em geral o homem gera de uma mulher (Mt 1). Agora falta o gerador, Quem gera, é o Pai. Quem dá a vida a Jesus, é a Espírita Santa junto com Maria que  estava grávida da Espírita Santa. O filho dela, Deus e homem, será chamado Jesus, que salva. (Mt e Lc)
  No seu batismo de Jesus os céus se abriram, a Espírita Santa como uma pomba paira sobre Jesus de Nazaré  e uma voz vindo do céu dizia: ¨Este é o meu Filho bem-amado¨ Durante toda a sua vida até a morte a Espírita Santa move Jesus nas suas palavras e ações. 
      O  Pai ressuscita o Filho, Jesus  ressurge e recebe vida nova da Espírita Santa. Uma ação da Trindade.

        O Evgl. de João já diz no início: O Verbo era deus, que se fez carne. João insiste na íntima igualdade do Filho do homem com o Pai, sempre conectado com o Pai. O que o Pai faz, o Filho faz também, mas do outro lado o Filho mostra o Pai.  ¨Aquele que me viu, viu o Pai¨ (Jo 14,9) Pai e Filho somos um. Jesus confessa: ¨EU SOU¨ (Jo 8,24). Não há submissão do Filho ao Pai, os dois são iguais em diálogo. Jesus apresenta Deus como um Pai misericordioso. O NT nunca fala de um Pai todo-poderoso como nós falamos na profissão da fé.
            Com esta definição está mudando também a importância de Deus: o Filho sofreu, agora está ao lado do Pai com as chagas e lembra o Pai dos sofrimentos da humanidade: ¨Pai meu e Pai vosso¨. Deus recebe um rosto humano.
           ¨O Pai vos dará um outro Paráclito.  O Paráclito, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinarᨠ(Jo 14,16; 26). Encontramos agora já três pessoas: é a Paráclita que testemunha a presença do Pai com o Filho na história.

           Lucas: Jesus se despedindo tinha falado: ¨Da minha parte,eu vou enviar-vos a promessa do Pai. Quanto a vós, permanecei na cidade até que sejais revestidos, do alto, de força¨ (Lc 24,45-53).

Paulo na carta aos Romanos: ¨Estabelecido, segundo o Espírito Santo, Filho de Deus com poder, por sua Ressurreição ¨ (Rm 1,4;) ¨Manifestado na carne, justificado no Espírito¨  (1 Tm 3,16).

       A 1. carta  de Pedro 3,18 diz: ¨Sofreu a morte, mas recebeu nova vida pelo Espírito¨.

        Os Atos só contam que Deus ressuscitou Jesus. No mesmo tempo se fala: Jesus ressurgiu. Ma o Pai sempre age em conjunto com seu Filho e a Espírita Santa.

       Na  igreja

        A nova aliança
         No dia de Pentecostes Israel lembra a aliança que Javé  fez como povo no Horéb. Javé declarou que ele se torna para ti Deus, tu te tornas para ele o povo. (Dt 26,14-19).
      Agora  um vendaval violento enche a casa, onde os discípulos com as mulheres estavam reunidos. Línguas de fogo aparecem, símbolo da Espírita Santa, uma revelação à primeira igreja.
           A nova aliança inclui as igrejas na vida trinitária. Eles confessam um Deus trinitário.

      3. A Trindade na história

 Os três são um em conexão

O termo conexão vem da igreja síria e quer explicar que o único Deus sempre age em três pessoas. (Goetze p. 295).

Nós adoramos este Deus único através do Pai pelo Filho na comunidade da Espírita Santa, o que chamamos a Trindade. O Deus sempre age em conexão de três pessoas. 
           Já cedo a igreja síria usa a família como símbolo da Trindade: Pai, Mãe e Filho, não se interessa, como é a essência ou a narureza da Trindade mas como cada pessoa age na história.

Gregório de Nazianz compara a Trindade com Adão, Eva e Seth, o Pai, a Mãe e o Filho são uma família, uma comunhão:

Makários / Symeon da igreja síria liga a Espírita Santa com Is 66,13: ¨Como a mãe consola o seu filho, assim eu vou consolar vocês¨.   O Criador é separado da criação, mas voltado à criação na Espírita Santa: o lado de Deus voltado à criação.

            No Concilio de Constantinopla 381 foi definido que o Espírito Santo é  uma pessoa: ¨Senhor que dá vida¨. O nome  Javé foi na LXX traduzido por ¨kyrios¨, Senhor, Jesus recebeu o mesmo título, agora também: O Espírito Santo é ¨kyrion¨, ainda neutro, mas traduzido por Senhor, seria melhor falar de Senhora.  Dar a vida é função da mulher. Impossível para o concílio pensar  na Espírita Santa como a mãe dá vida.

         Os cristiãos partilham a fé num só Deus com os judeus e  mais tarde com o Islã. Não é um Deus dos filósofos helenistas, nem um deus paternalista, um pai todo-poderoso do Império greco-romano, é o deus de Abraão e de nossos pais e mães. Seu nome é Javé: ¨Eu estarei com vocês¨.

        Mas os judeus e mais tarde os muçulmanos não acreditam neste mistério da encarnação do Verbo pela obra trinitária.
O Islã traduziu a palavra aramáica ¨tawhîd¨ que significa conexão, por ¨único¨ na língua árabe. É contra a Trindade do cristianismo.

           A  igreja: ícone da Trindade
         Foi Leonardo Boff, que nas CEB´s redescobriu a forma trinitária como fundamento da eclesiologia. A Trindade é  uma comunhão e não hierarquia entre as três pessoas. Este conceito é democrático e conduz à igualdade e comunhão entre as pessoas.  (Jürgen Moltmann: Na história do deus trinitário kaiser, München 1991
¨Oh, Trindade, te louvamos pela vossa comunhão¨   

          Deus, Pai de Jesus, é nosso Pai, agora um Pai com traços humanos pelo seu Filho.  Jesus, o vivo, é nosso irmão, somos o seu corpo.  Na mãe Espírita Santa nós renascemos pela fé e  participamos da vida da Trindade.







































































































































































Nenhum comentário:

Postar um comentário