domingo, 18 de maio de 2014

II A IDADE MÉDIA

                    II A Idade média.

VIII A Igreja ortodoxa separe-se de Roma

De modo geral os costumes da sociedade continuavam sendo pagãos, a administração pública nada fazia pelos pobres, isto só fizeram as comunidades. Era mais prático pecar primeiro para depois ser perdoado pelo batismo. A igreja conseguiu mudar a idolatria, mas não os comportamentos morais, os imperadores não queriam saber nada do Evangelho, só queriam que a religião unisse o Império.
No ano 397 João Crisóstomo (boca de ouro) foi eleito patriarca de Constantinopla.  Levou uma vida de monge e denunciou os abusos combatendo o luxo e os divertimentos (das damas da corte), 402 foi mandado para o exílio até a fronteira da Rússia. Grande conflito causou a veneração de imagens no Oriente. O imperador proíbe esta  superstição, um Concilio 754 ordena o extermínio de todas as imagens, muitos monges foram condenados. Mas depois a veneração de imagens foi liberada de novo.
                    
           
                Hágia Sophia em Constantinopla

A igreja ortodoxa preservou por um bom tempo o título grego de Sofia como sendo a sabedoria divina dedicando-lhe inúmeras igrejas. A Santa Sofia foi uma adaptação à Grande Mãe gnóstica simbolizada pela pomba de Afrodite  e depois transformada no Espírito Santo”. 
Entre Roma e Constantinopla sempre tinha rivalidade, não por causa da Ortodoxia, mas por causa do poder. Nos anos 800 o Papa em Roma fez o rei dos francos, Carlos Magno imperador dos romanos contra a hegemonia de Constantinopla. Os francos colocaram no seu credo ¨e do Filho¨. No século XI até em Roma se cantou ¨e do Filho¨. Os orientais eram convencidos que isso é herético, porque Niceia só formulou: O Espírito procede do Pai, só eles são ortodoxos.  1054 a Igreja Oriental e Ocidental cismaram-se. A Igreja Oriental fica com o nome de Ortodoxa.
Pouco a pouco a Igreja Oriental perde sua influencia e seu poder aos muçulmanos. 1453 os Turcos conquistaram Constantinopla, sobraram poucos cristãos. Ainda hoje existe o patriarca de Constantinopla, mas a Igreja Ortodoxa no Oriente não tem mais importância.

Em compensação cresce a igreja Ortodoxa na Rússia. 889 a Rússia começa a assumir o cristianismo e tem laços estreitos com a igreja oriental.


                                    IX A Cristandade
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            A organização do cristianismo nos novos países Europeus demorou vários séculos. Uma figura nova  aparece: a do Bispo e do Clero e do Papa.
            A partir dos anos 750 se formam os Estados da Igreja até 1870:  O Papa devia fugir para os francos que prometeram ao Papa um território em Roma. Papa Leão III foge de novo de Roma para o Carolo, o Franco. No ano 800 Carolo vai para Roma e no dia de Natal de 800 foi coroado imperador Romano pelo Papa Leão III, sem consultar o imperador de Constantinopla, isto aumenta o conflito com o Oriente. Começa uma nova etapa da Igreja sob o Império romano da nação alemã. 
            Surge a Igreja Feudal, isto significa o seguinte: os bispados (dioceses) são poucos mas com muito poder, possuem muitas terras, fazendas e bens. Ser bispo é ser o chefe de um grande latifúndio e príncipe do reino e ou do Império, ser bispo significa apesar de receber um poder da igreja  receber um poder econômico e político. Por sua vez as paróquias têm os seus bens, algumas são pobres e outras são ricas. Começa a separação entre o clero e o povo, os fiéis não têm mais nem voz  nem vez.
            Os reis e os príncipes estão interessados nos bispados e nas boas paróquias, conseguem manipular muitas vezes as eleições  para que os membros da família fossem ser eleitos bispos.
            No século XI quase todos os Papas foram nomeados pelo Imperador da Alemanha. Os bispos eram nomeados pelo imperador ou rei, os vigários foram nomeados pelos nobres, houve bispos eleitos já  com quinze anos de idade. Nessa época não existia nenhuma preparação para ser sacerdote ou bispo. A maioria dos padres eram amancebados, até os bispos e os Papas tiveram filhos.
           
O Papa Gregório VII (1073 - 1085) era um monge dos Beneditinos de Cluny, ele organizou a luta contra três abusos:
a)      – A nomeação dos bispos pelos imperadores e reis;
b)      – Pagar para ser eleito bispo;
c)      – Os padres amancebados.
Gregório VII condena os abusos e encarrega seus embaixadores de aplicarem os decretos em todos os países. A oposição foi tremenda. O Papa afirmou claramente a superioridade do poder papal sobre o poder do imperador, o Papa tem duas espadas, uma para si e outra ele empresta para o imperador.
              “Dictatus Papa”: 1075  
1.       Somente a igreja romana foi fundada pelo Senhor;
2.       Somente a Pontífice Romana pode ser chamado, de direito, bispo universal;
3.       Somente ele pode depor e restabelecer bispos;
4.       Seu enviado precede todos os bispos do concilio...
7.       Somente ele pode promulgar novas leis...
10. Somente o seu nome pode ser citado nas igrejas;                                                           
11. Este nome é o único no mundo;
18. A decisão dele não deve ser contestada;
22. A igreja Romana nunca errou..., nunca cairá no erro;

          
            Os pensamentos dos Germânicos e Ingleses influenciam também a teologia da Igreja, Jesus é um herói, o rei dos céus que chama os seus seguidores para as armas e promete vitória, as virtudes de fidelidade, de seguimento, de honra são importantes. Estamos no feudalismo, o dono é responsável por seus súditos, ele é “o patrão” da família,  do clã e da tribo. O artista representa Jesus na cruz como rei e sacerdote, triunfante. 

                  2) Anselmo de Canterbury (1033-1109)
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            Anselmo segue os pensamentos de Agostinho sobre a ordem divina e a justiça. Quem cria esta ordem é Deus, o Senhor e rei do mundo que ordena tudo. Ele pergunta:  “Por que Deus homem?”
            Por que Deus não pratica a misericórdia e o perdão? Porque o pecado sem punição deixa no reino de Deus algo sem ordem, por isso precisa uma satisfação. De um lado o homem não pode satisfazer nada porque pecou. De outro lado o homem precisa satisfazer pelo pecado. Só Jesus, Deus e homem, pode restituir a ordem divina.
            Anselmo continua: Devemos honrar a Deus, quem não honra a Deus peca. Tudo o que temos pertence a Deus, podemos apresentar nada porque somos pecadores, O pecado é tão grande porque é contra a vontade de Deus, o pecado contra o homem seria menor. O que Jesus fez é mais: de livre vontade assumiu a cruz para a glória de Deus, assim deu um exemplo para nós.  Jesus fez mais do que necessário e deste modo possibilitou um serviço livre. Se nós seguimos o exemplo de Cristo podemos alcançar o reino celeste.

     3) Os Concílios da Idade Média

Os concílios desta época foram geralmente convocados pelos Papas, só os Concílios foram do Ocidente, o Oriente não mais participou. Eram assembleias da cristandade: Bispos, abades, representastes das cidades e dos reinos.
O concilio de Latrão I reuniu-se em 1123,  Latrão II em 1139, Latrão III 1179, onde se regulou a eleição do Papa: exigiu a maioria de 2/3 de Cardeais.
Latrão IV 1215 foi à celebração do poder do Papa Inocêncio III sobre a cristandade toda, tinha 1200 representante. O Concilio definiu o sacramento do matrimonio e a obrigação de confessar e comungar na Páscoa. Agora a confissão se torna mais fácil, o penitente confessa os pecados e recebe logo a absolvição, a penitência  se faz depois. O Papa reconheceu os franciscanos e pregou a 4ª cruzada. O concilio introduziu a Inquisição, uma inquisição para vigiar  a doutrina católica.
1512 – 1517 se reuniu o Concilio de Latrão V com a finalidade de fazer uma reforma na igreja. Mas não conseguiu nada, durante 500 anos as tentativas de reformas fracassaram, porque não tocaram nas estruturas. A história mostrou que os problemas da cristandade vieram de seus triunfos da riqueza e do poder ambicioso.  Oportunistas buscaram o episcopado e papado.

     4) Os movimentos da Pobreza

Durante 800 a 1200 o cristão ideal é o monge. Em  909, foi fundada a abadia de Cluny. A ordem chegou até 50.000 monges, os monges desenvolveram a agricultura, a arquitetura e engenharia, deles saíram os Papas beneditinos, os mosteiros receberam os filhos da nobreza para dar-lhes educação, criaram para eles o ideal de “cavaleiro cristão”.

 1098 surgiu à ordem de Citeaux. O líder deles foi São Bernardo que fundou 70 mosteiros. Ele é o pai espiritual de toda a cristandade, o chefe da política, anima a cruzada, funda as ordens militares, suscita a reconquista da Espanha e Portugal contra os Mouros e incentiva o culto a Maria.
            Aparecem os movimentos da pobreza, Pedro Waldes e Francisco de Assis. Pedro Waldes pregou o Evangelho e não se submeteu ao controle da hierarquia, O movimento dele foi excomungado.
 1184. Francisco nasce em Assis em 1181, rejeitou o luxo da igreja e vive na pobreza extrema, 1209 já tem 12 companheiros, uma fraternidade. 10 anos depois eles são 3.000, ele não queria nenhuma regra além do Evangelho. Em  1212 Clara começa um Convento de mulheres que segue a mesma inspiração de vida pobre., Francisco conseguiu o reconhecimento pelo Inocêncio III, que aceitou uma primeira regra em 1210. Os franciscanos podiam pregar o Evangelho, mas deviam aceitar a tonsura, para pertencer ao clero. Só o clero podia pregar.
Em torno de 1250 os franciscanos radicais assumiram as ideias de Joaquim de Fiore e formaram uma teologia espiritual: a terceira idade do Espírito Santo começou com Francisco.

Para o clero e os bispos os Franciscanos foram uma ameaça, o Papa João XXII considerou o movimento de pobreza uma agressão contra a Igreja estabelecida (1328).

         5) A Religiosidade na Idade Média

O cristão da idade média tem diante de si um grande edifício de doutrinas, a fé está bem definida, mas como eu posso entrar nesse edifício, como vou ser salvo?
É a igreja e os sacramentos que transmitem a salvação:
 Fora da igreja não há salvação”. Sacramento, bençãos, cinza, indulgência, veneração dos Santos, relíquias, Romarias, missas pagas, etc... São meios para o povo assegurar a Salvação.
Desde século XII a morte é a grande ameaça: cidades inteiras morreram pela peste. A morte, o juízo e o inferno ameaçam: por isso flagelam-se e auto-castigam-se os fieis. 
Mística: se retirar no deserto por amor perfeito a Deus. Mística feminina: Jesus o noivo e a igreja a noiva. Uma pratica radical dos monges de Bernardo de Clairvaux e dos Franciscanos:
 Jesus salvador do mundo é o meu Cristo. Jesus  é apresentado como sofredor na cruz. Importante  é Jesus: seu ensino, seus milagres, sua paixão. Beijando os pês de Jesus refletimos o seu sofrimento, beijando suas mãos pedimos força para segui-lo, beijando seus lábios olhamos a divindade de Jesus (Bernardo). Romaria para a Terra Santa para ver onde Jesus vivia. Esta mística realizada na Europa está em contraste com a salvação objetiva da igreja.

         6) As Cruzadas

            O povo da idade média fez muita  penitência: visitou a Terra Santa com Jerusalém, Roma com os Sepulcros de Pedro e Paulo e na Espanha o sepulcro de Santiago de Compostela.
            A peregrinação para Jerusalém se tornou mais difícil porque os muçulmanos tinham conquistado a Terra Santa. O Papa Urbano II no ano de 1005 pregou a primeira cruzada. Os cruzadeiros, cavaleiros, príncipes massacraram na ida milhares de judeus na Alemanha e conquistaram 1099 Jerusalém: a cidade estava cheia do sangue dos mortos, foi uma besteira.
            1147 Bernardo animou a segunda cruzada, todo mundo gritou: “esta é à vontade de Deus”. A cruzada foi um desastre total e os cristãos perderam a fé no Papa como interprete da vontade de Deus. Apesar da crueldade dos cristãos os muçulmanos os tratavam bem.
            Papa Inocêncio III pregou a quarta cruzada (1202 - 1204) terminou com um saque e destruição de Constantinopla, um passo definitivo do Cisma entre Roma e Constantinopla.
            1212 os franceses organizaram uma cruzada de crianças que na maioria foram vendidos como escravos por mercadores de escravos. Nenhuma das cruzadas deu certo.

         7) Filosofia, Cultura, Economia

            A herança do pensamento grego entrou na Europa através de Agostinho, é um novo platonismo: desprezo do corpo, valor da alma, desprezo da realidade, valor das idéias, desprezo do tempo e valor da eternidade.
            A arte de arquitetura de Constantinopla foi assumida pelos imperadores alemães .                
            Os árabes ou mouros da Espanha transmitem a filosofia, medicina , matemática, os números árabes (0: os romanos não tinham o numero zero). Ibn Ruschd (Averroes) 1126 – 1128 transmitiu os pensamentos de Aristóteles.
            A maior universidade da Europa é em Paris. Alberto Magno (1202 - 1280) ensina em Paris e Colônia e reproduz a ciência de Aristóteles, dos Árabes e Judeus para o Ocidente. Tomás de Aquino 1225 – 1274, um dominicano, se torna o mais importante teólogo da idade média, criou a liturgia da festa do Corpo e Sangue de Cristo.
            Pelas Romarias para Santiago de Compostela e pelas cruzadas há um grande intercâmbio da cultura e economia.

         8) Inquisição

            Na cristandade constituída, a hierarquia chegou a pensar que a autoridade civil devia estar a serviço da igreja. Um dos serviços que se lhe pediu foi a repressão dos erros na fé. Já na missão a Igreja contou com a ajuda dos príncipes e reis cristãos, até mesmo com sua força militar para forçar o batismo.
            Em 1332 a inquisição depende diretamente de Roma. A inquisição também instituiu processos contra as bruxas, filósofos e cientistas, como Giordano Bruno, queimado em Roma em 1600, e Galileo Galilei, que e 1633 só escapou da tortura e da morte porque renegou a sua teoria “que o mundo girava em torno do sol”, enquanto os teólogos diziam ao contrário.
            A inquisição mais terrível foi a Espanhola, organizada pelos reis com correspondentes em Portugal, foi estabelecida pelo Papa Sixto IV  em 1478 a pedido de Fernando de Aragão e Isabel de Castela, onde os inquisidores eram nomeados pelos reis, por isso a inquisição não teve somente fins religiosos, mas também políticos, tratava-se sobretudo de controlar os judeus  e os mouros convertidos.

             Em 1332 a inquisição depende diretamente de Roma. A inquisição também instituiu processos contra as bruxas, filósofos e cientistas, como Giordano Bruno, queimado em Roma em 1600, e Galileo Galilei, que e 1633 só escapou da tortura e da morte porque renegou a sua teoria “que o mundo girava em torno do sol”, enquanto os teólogos diziam ao contrário.
            A inquisição mais terrível foi a espanhola, organizada pelos reis com correspondentes em Portugal, foi estabelecida pelo Papa Sixto IV  em 1478 a pedido de Fernando de Aragão e Isabel de Castela, onde os inquisidores eram nomeados pelos reis, por isso a inquisição não teve somente fins religiosos, mas também políticos, tratava-se sobretudo de controlar os judeus  e os mouros convertidos.

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